Análises

Ouvimos o novo álbum do Diante do Trono em parceria com a Gateway - Pra Sempre Teu. Confira a crítica

Tiago Abreu em 27/06/16 5176 visualizações
Pra Sempre Teu, novo lançamento da Gateway em parceria com o Diante do Trono, é o terceiro disco gerado entre os grupos. Sucessor do bem-sucedido Glória a Deus (2012) e do insosso Deus Reina (2015), é destaque pela maior quantidade de participações por outros artistas brasileiros de sucesso no segmento evangélico.

Mesmo assim, a presença do Diante do Trono, seja com atuais integrantes, ou ex-membros, é significativa. Nívea Soares, André Valadão, Israel Salazar, Ana Nóbrega e a líder Ana Paula Valadão se fazem presentes. Enquanto André, nos vocais de Teu Nome Exaltamos, não cumpra mais que suas obrigações, Nívea abrilhanta (como esperado) na melhor faixa do álbum, 139.

Por se tratar de um disco repleto de covers conduzidos pelos arranjos originais de músicas oriundas dos álbuns Forever Yours (2012) e Great Great God (2011), a sonoridade necessariamente fica em segundo plano, em termos de novidade. Além disso, músicas gravadas anteriormente pelo Diante do Trono se fazem presentes. É o caso de Israel Salazar que, na função de dar voz a Enquanto eu Viver e Escudo e Proteção, utiliza o espaço disponível. Os arranjos vocais de Ana Paula Valadão, feitos no décimo quinto registro da banda, são dispensados para dar lugar a vocais mais limpos na mix da Gateway.

Juliano Son, entre as participações, é o que mais ganha protagonismo. Para o responsável pelo projeto Livre Ser, sua presença na balada de piano Pra Sempre Teu é muito mais eficaz se comparada à de André Valadão no álbum Fortaleza (2013). As comparações são inevitáveis. Mesmo que, por um lado, o registro gravado na capital cearense se atrapalhou em termos de repertório e produção, aqui bastava uma interpretação que complementasse ao arranjo denso e dramático. E Juliano deu.

Em contrapartida, David Quinlan está na retranca em Salvador e Rei, enquanto Ana Nóbrega se sobressai. E da mesma forma que Juliano cresce, Ana Paula Valadão fica intencionalmente na retaguarda, especialmente em Não me Intimido, canção que bebe no U2 para formar suas peças climáticas. Nada mais é necessário para quem no final canta em Adore O Grande Eu Sou. É óbvio que a artista não está na direção do processo, e dar espaço a outros intérpretes foi uma atitude, no mínimo, sensata.

Enquanto Samuel Mizrahy finalmente entrega uma performance de respeito para Grande Deus, cuja gravação no álbum Creio foi afetada pela interpretação forçada do ex-integrante Guilherme Fares, Soraya Moraes fica aquém de suas potencialidades, consequência do seu desgaste artístico recente exposto especialmente nas vozes de Shekinah (2016). Entre as vozes na medida conduzidas por Baruk e Fernanda Brum, Pra Sempre Teu consolida-se como um agradável registro de parcerias que cobrem músicas pop-worship da Gateway.

Nota: ★★★
Pra Sempre Teu

(CD) 06/16


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Tiago Abreu

Jornalista formado pela Universidade Federal de Goiás (UFG), escreveu para o Super Gospel entre 2011 a 2019. É autor de várias resenhas críticas, artigos, notícias e entrevistas publicadas no portal, incluindo temas de atualidade e historiografia musical.


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