Ouvimos o mais recente álbum do Storge 2 - Incomparável. Confira nossa crítica

Os menos atentos podem encarar Incomparável como um lançamento de uma banda estreante. Isso porque o novo trabalho do Storge 2 tem estética musical muito distinta de seus anteriores, ao passo que o projeto gráfico consegue reforçar essas diferenças.

O tom juvenil do conjunto continua. Mas, aqui, recebe o mesmo direcionamento pop worship dos lançamentos evangélicos dos últimos anos. Desde Eu Vou Viver, a obra abusa de melodias fincadas no rock alternativo, com sintetizadores que puxam influências do Coldplay, de forma que seja impossível não encontrar certa ligação, nem que seja distante, com músicas como "A Sky Full Of Stars".

Mas o aspecto mais perigoso que Incomparável pode dar é a sua inércia. As guitarras são muito disciplinadas, os vocais de Thiago e Carol Suguihara, na maior parte do tempo, são coadjuvantes, não o elemento marcante das músicas. Algumas participações especiais ofuscadas, como a de David Quinlan, assumem mais personalidade. A versão Pra Sempre, conhecida originalmente na voz de Kari Jobe, ganha mais um cover inexpressivo. A parceria com Ana Paula Valadão, não creditada no lançamento feito nas plataformas digitais, segue o fluxo e passa despercebida.

De tanto seguir o manual dos grupos congregacionais estrangeiros, o novo trabalho do Storge 2 perde completamente em substância. Falta profundidade e conteúdo. Preso à regras e estruturas muito formatadas e plastificadas, o conjunto não consegue transmitir nenhum tipo de feeling, especialmente em canções como Santo, cujo discurso coletivo soa estéril frente à sonoridade e produção vocal limitada. Hoje, é óbvio que, em projetos como esse, a imagem é mais determinante e predominante do que a identidade musical. Ou seja: Falta de sintonia inocente, mas fatal para qualquer tipo de propósito.

Nota: ★★☆☆☆

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