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Confira nosso bate papo com o produtor Jamba

Redação em 07/02/11 6818 visualizações
Nosso estrevistado dessa semana é o artista, produtor, compositor, e multi-instrumentista JAMBA. Depois de 21 anos tocando e produzindo em Los Angeles, Nova York, Japão e etc... ele está de volta ao Brasil, cheio de planos e com o projeto de abertura de uma Companhia focada em entretenimento.

No cast de artistas produzidos por ele, temos nada mais, nada menos que Jaci Velasquez, Take 6, Israel Houghton, Donna Summer, Michael W. Smith, Anointed, Out of Eden e Natalie Grant, entre outros. Além das empresas Coca Cola, Fox, Hbo, Pioneer Electronics e etc...

Ano passado produziu o cd do amigo Luiz Arcanjo e recentemente terminou um disco para Sony Brasil, do artista Marcus Salles, explorando uma sonoridade que mescla John Mayer com Steven Curtis Chapman.

Jamba, quando e como foi o seu início na área de produção musical? Há quanto tempo você tem trabalho com produção musical no exterior?

Eu cresci com musica. Meu pai era músico profissional e líder de uma banda que se chamava RAIO-X no interior de Minas Gerais. Eu lembro de ficar nos ensaios, de dormir na frente do bumbo da bateria durante os shows (rssss - literalmente), e de ser fascinado pelo "gelo seco" que se usava como efeito nos shows (lembro que queimava as minhas mãos quando tocava -kkk).

Fui para os EUA com 8 anos de idade e fiquei lá por 21 anos, onde eu produzi minha primeira faixa com 11 anos de idade e meu primeiro disco inteiro com 16. Naquela época eu programava muito em teclados como XP-80 ou M1 - Não tinha meu próprio DAW ainda. São na verdade 20 anos de carreira já. Comecei bem cedo.

Suas produções já são referência nos Estados Unidos e Japão. Quais foram as que mais te marcaram?

Na verdade todas as produções acabam te marcando de uma forma ou outra. Trabalhar com artistas é muito divertido (porque sou um também) e eu valorizo muito o elo que é forjado com todos eles. Até hoje sou muito amigo de TODOS os artistas com quem trabalhei.

Este é o meu maior orgulho, porque quando a música acaba o relacionamento permanece. A função do produtor acaba sendo a de um "paizão" e sendo assim você acaba tendo muito carinho pelas “indiosincrasias” do artista porque você entende o DNA dele 100%.

O disco do Luiz Arcanjo foi seu primeiro trabalho nacional? Poderia nos falar um pouco sobre ele?

Trabalhando nos EUA e no Japão você nunca consegue fazer um disco de MPB porque o mercado acaba sendo muito ditado pelas tendências do POP. O Brasil tem uma riqueza enorme de ritmos e somos um povo extremamente musical. Tanto é que quando você menciona que é brasileiro e mexe com música no exterior, a reação “default” é sempre de muita admiração genuína.

Inicialmente, quando o Luiz se aproximou com idéia, eu vi uma grande chance de viver “vicariosamente” através dele. Os ritmos brasileiros estão praticamente imprimidos no meu sangue e fazia tempo que queria produzir algo que chamasse atenção a nossa própria cultura.

Eu sei que todo movimento musical tem seus dias contados (o jazz nos EUA e o samba de enredo no Brasil, por exemplo, não são tão populares hoje em dia), mas nos temos que lembrar que estes ritmos fazem parte da nossa cultura, da nossa herança musical. Sendo assim não podem ser ignorados.

Todo Artista tem uma "verdade" e esta verdade tem uma metamorfose muito natural. Geralmente acaba sendo o que o artista mais ama, mas tem medo de assumir - O disco citado representa 100% a "verdade" do Luiz.

Assim como o cd do Luiz, o álbum do Marcus Salles está sendo muitíssimo elogiado pelas mídias. Poderia nos falar um pouco sobre esse trabalho também?

Um produtor não impõe a sua imagem musical em ninguém, pois isto é o maior erro que ele pode cometer. O Marcus é um pastor, pai, músico, artista que toca pra caramba e canta demais! Kkk. Ele ama John Mayer, Steven Curtis Chapman, Coldplay, e U2. Eu fiz um disco para ele que reflete os valores e gostos dele, não os meus!

Minha formação inicial e como pianista de jazz, mas você raramente escuta piano nos dois discos. Ou seja, todo artista que eu produzir vai ser diferente um do outro. Fazer o disco do Salles foi muito legal porque ele esta em um período de transição muito importante para ele e sua família onde há uma separação musical dele e do grupo 4 por 1 onde ele atuava.

Tenho visto que as pessoas têm aceitado esta transição, e mostrado um apoio genuíno pela evolução da identidade artística dele. Isto é muito importante, porque a aceitação e suporte do publico e absolutamente vital para o artista.

Na faixa 4 destes dois CDs citados acima, você usa o arranjo da canção anterior e trabalho o instrumental como se fosse uma “Jam”. Isso será uma característica nos seus trabalhos ou foi apenas uma coincidência?

Kkkkkk! Pura coincidência! Nunca tinha notado isto antes de você mencionar! Que observação maravilhosa! Mas isto está me dando varias idéias! Rsss

No disco do Luiz eu quis fazer uma troca de palavras com o Luo (que eu acho muito talentoso) e no disco do Marcus eu quis que o Sergio Cavalieri tivesse uma chance de mostrar porque ele é um dos melhores guitarristas do Brasil.

O repertório de “Meu lugar” possui diversas composições suas em parceria com o Davi Fernandes. Inclusive, no novo álbum da Aline Barros vocês conseguiram encaixar a bela “Não me calarei”. Poderia nos falar um pouco sobre essa parceria e sobre suas composições?

O Davi Fernandes é um compositor muito fenomenal! Uma jóia aqui no Brasil que nos devemos sempre valorizar. Todo disco começa com o repertorio. Felizmente eu já tive a honra de trabalhar com os feras aqui no Brasil como Luiz Arcanjo, Ronald Fonseca, e Davi Fernandes. Esta parceria continuara para sempre, especialmente com a abertura da minha gravadora aqui no Brasil agora em Fevereiro.

Quais bandas, cantores e ministérios você costuma ouvir? Quais te influenciaram e te influenciam até hoje?

Na verdade escuto muitas coisas mesmo. O meu Itunes e bem diversificado. Como produtor, tenho que estar sempre atualizado com o que esta sendo tocado, estudando discos, tentando approaches diferentes. Faz parte do meu trabalho "estudar" até mesmo o que os meus companheiros produtores estão produzindo. Procuro sempre estar lendo, escutando e praticando a minha arte para sempre ser melhor.

Se você tivesse que escolher dois conselhos para dar aos produtores do mercado gospel nacional - um na área musical e outra na área espiritual - que conselhos você daria?

Ser idôneo é muito importante. 90% da habilidade de um produtor é a disciplina de fazer as coisas que promete para o cliente. A confiança é algo que você conquista e um produtor que é mais desorganizado do que o artista não tem como construir uma carreira com longevidade.

Talento é só uma pequena parte do processo. Honrar as pessoas que trabalham para você, pagar bem, investir em relacionamentos que edificam, cumprir o que promete - são princípios básicos no sucesso de qualquer companhia. O produtor não pode impor sua identidade musical ao artista. O produtor não pode ser ditador, pois ele tem que deixar o processo criativo do artista fluir. O relacionamento ideal é um relacionamento bilateral onde exista uma troca de informação e idéias.

Infelizmente no Brasil existe um sistema disfuncional onde há muitos artistas maravilhosos e uma falta de produtores que conseguem acompanhar estes talentos. Começa ai um ciclo vicioso de artistas que começam a se produzir (que acaba sendo extremamente nocivo a carreira dele) por existir justamente este julgo desigual entre o talento do artista e a capacidade do produtor.

Mas eu creio que isto vai mudar. Tenho planos de escrever um livro este ano para todas as pessoas envolvidas na indústria musical. Gostaria também de forjar uma geração de produtores habilidosos aqui no Brasil porque nos temos MUITO talento para isto. O grande problema acaba sendo: A AUSENCIA DE LIDERANCA MUSICAL NA AREA DE ENTRETENIMENTO AQUI NO BRASIL.

Lideres, cadê vocês?

A cada dia vemos crescer o uso de meios eletrônicos, como o Twitter, o MySpace, Orkut, Youtube, entre outros, para divulgação do trabalho. O que você acha dessas novas opções de mídia?

Maravilhoso! As dinâmicas entre artista e público são totalmente diferentes hoje em dia. Na época da minha mãe ela jamais poderia cogitar a possibilidade de conhecer o Michael Jackson ou a Donna Summer. Hoje o público não aceita esta distância mais, pois ele tem a necessidade de conhecer por si mesmo os fatos.

A grande verdade e que nós estamos voltando de novo para a música. As transparências de fatos que estes meios eletrônicos proporcionam ajudam manter a indústria honesta e sempre trabalhando para ganhar o ouvinte.

Para encerrar, quais são os seus projetos, o que você espera no ano de 2011 para o seu ministério?

2011 será um ano muito significativo para mim. O momento que coloquei o pé no Brasil eu quis construir um império de entretenimento que tivesse como alvo edificar, promover valores, e propulsionar a minha nação para um futuro melhor. Eu sou casado à 11 anos com a minha primeira namorada e primeiro beijo e tenho 3 filhas. Eu quero um melhor Brasil para a minha família.

Cansei de escutar que os lideres da área de entretenimento são homossexuais, satanistas, pai de santo que querem promover valores negativos ao meu povo que é um povo trabalhador e idôneo. A igreja precisa ser a cabeça e nunca a calda. Eu vim para o Brasil para reconquistar um território que pertence a Deus.

Eu não estou falando de divulgar religião ou doutrinas, mas valores e princípios positivos. O Brasileiro eé um povo inteligente, criativo e capaz que gosta de rir, pular, dançar e eu quero ver filmes, cd's e animações que levantam uma nova geração de pessoas que vão mudar o nosso País.

Agora em Fevereiro de 2011 começa oficialmente a minha Companhia no Brasil que será muito mais do que uma simples gravadora. Quero ver o bem estar do artista, valorizar e cuidar da sua carreira e forjar um movimento que tem como principio ser uma "família",

Aguardem porque vem muita coisa por ai. Inclusive, duas garotas que estou produzindo, Maria e Talita. Quem gosta de Rihanna, Chris Brown, e Ne-Yo vai gostar muito dela

Entrevista feita pelo colaborador Roberto Azevedo.

Fique ligado no site oficial do Jamba: www.jambaoprodutor.com ou www.jambatheproducer.com.

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