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Kleber Lucas - discografia comentada

Redação em 26/08/16 2196 visualizações

Ele iniciou sua carreira através do Koinonya, uma das mais importantes bandas congregacionais da história da música cristã brasileira. Parecia natural que, depois de lançar Rendei Graças, Kleber Lucas se tornaria um dos artistas solo mais bem sucedidos de seu período. Em vinte anos de carreira, por meio de altos e baixos, o fluminense se manteve e colecionou sucessos cantados em igrejas de todo o Brasil e que embasam discos que, certamente, são clássicos imediatos.


Rendei Graças (1996): Lançado por distribuição independente há 20 anos, o trabalho de Kleber tem muito do Koinonya. Parece óbvio, afinal parte do repertório é justamente repleto de regravações do grupo goianiense que o disco recebe maior força. É o caso de "Louvado Seja" e de "Jeová É O Teu Cavaleiro". A produção é simples e tenta criar uma ambientação ao vivo por meio de captações ao vivo. O repertório e a gravação podem não garantí-lo o status de um grande trabalho, mas grande parte da versatilidade ostentada por Kleber em seus primeiros anos era visível logo neste primeiro registro.

Nota: ★★☆☆

Ouça: Jeová É o Teu Cavaleiro, Aba Pai e Louvado Seja


Meu Maior Prazer (1998): Após a assinatura do cantor com a MK Music, Kleber lançou Meu Maior Prazer. Com produção musical assinada pelo artista em parceria com Rogério Vieira, o disco se destaca por uma qualidade maior do repertório e da produção. O disco ainda conta com as participações de Pablo Chies, guitarrista do Rebanhão e do ex-guitarrista do cantor Tim Maia, o 'mestre' Paulinho Guitarra. Fernanda Brum e Kleber ainda duetam na faixa-título, que conta com um solo arrebatador de Chies. Naquela altura do campeonato não havia a menor dúvida: Kleber Lucas estava marcado para se tornar um dos maiores nomes da música cristã nos anos seguintes e o resultado foi imediato com um disco de ouro.

Nota: ★★★

Ouça: Muito Mais de Deus, Meu Maior Prazer e Perdão


Deus Cuida de Mim (1999): É inegável a importância que a música "Deus Cuida de Mim", a faixa-título, possui na música cristã nacional até hoje. O grande hit da carreira de Kleber Lucas é, na verdade, uma das canções de um repertório muito bem equilibrado. Destaca-se, por exemplo, a versão "O Espírito do Senhor", a introdução elétrica e explosiva de "Vimos Adorar" e a introspectiva "Andar com Deus". O clássico "Jeová É O Teu Cavaleiro" fecha o registro que conta, também, com mais faixas. São quinze canções que trazem a mesma dedicação congregacional exposta nos registros anteriores, mas com um Kleber mais centrado.

Nota: ★★★★☆

Ouça: Todo o álbum


Aos Pés da Cruz (2001): Se é discutível afimar que Aos Pés da Cruz é o grande álbum da carreira de Kleber Lucas, é inegável que se trata de um dos seus melhores discos de sua carreira solo. Aproveitando a boa fase dos registros anteriores, desta vez o artista opta por Ricardo Feghali, integrante do Roupa Nova, para a produção musical. O disco, na verdade, é repleto de músicos da banda pop, como Serginho na bateria e Nando no baixo. Vale destacar a performance de Zé Canuto no sax que, em canções de um disco que empolga do início ao fim. (leia também a análise)

Nota: ★★★★☆

Ouça: Todo o álbum


Pra Valer a Pena (2003): O trabalho de Kleber no congregacional parecia "limitante" demais para um cantor que, à altura do campeonato, utilizava-se de tantas referências musicais para compor seu trabalho. Pra Valer a Pena, disco que sai dois anos depois de Aos Pés da Cruz, é um passo diferente em sua obra. O pop é definitivamente adotado nas canções que, tratam de temáticas distintas. Um exemplo é a faixa-título, que estabelece a soberania divina acima de crendices e misticismos humanos. A ousadia, no entanto, não brilha tanto ao repertório: Muito do conteúdo lírico do trabalho ainda bebe da vibe dos registros anteriores.

Nota: ★★★☆☆

Ouça: Pra Valer a Pena, Nova Criatura e Vou Te Buscar


Casa de Davi, Casa de Oração (2005): Com este disco, Kleber entrou num ciclo de idas e vindas, seja por algum disco mais "ousado" seguido de outro mais "pé no chão". E Casa de Davi, Casa de Oração, traz Kleber de volta ao congregacional. Acompanhado de um coral de 75 vozes, o registro vai pelo pop rock e tem apelo radiofônico. "O Melhor Está por Vir", indicada ao Troféu Talento, é de maior peso instrumental, um contraste gigantesco com a canção que dá título à obra. Se o cantor está na zona de conforto, ainda vale como um período regular em sua obra e que tem seus méritos. (leia também a análise)

Nota: ★★★

Ouça: Casa de Davi, Casa de Oração, Te Agradeço e Doxologia


Propósito (2006): Registro que tem por intenção de comemorar dez anos da carreira solo de Kleber, foi gravado na Via Show em abril de 2006. Mas, na prática, o registro é muito mais focado nos dois discos anteriores do cantor já que, logo após Aos Pés da Cruz (2001), Kleber gravou um DVD. Se a voz do intérprete não era a mesma em Casa de Davi, Casa de Oração, em Propósito as falhas se tornam mais evidentes ainda. O show é enérgico, mas as interpretações de Kleber não conseguem acompanhar o brilho exigido pelas novas gravações. (leia também a análise

Nota: ★★☆☆☆


Comunhão para Aqueles que Te Amam (2007): Kleber Lucas poderia descansar sob os louros, mas Comunhão para Aqueles que Te Amam foi o álbum mais apurado e ousado de sua carreira. Com a produção de Rafael Vernet, a MPB foi o novo caminho trilhado pelo intérprete. Sua voz ganha novo fôlego com os estudos junto à cantora Paula Santora. O êxito se vê logo na segunda faixa do projeto, a balada "Quatro Estações", uma das melhores músicas de sua carreira. As composições estão mais maduras e reflexivas e mostram que não só de letras populares e de apelo congregacional se faz um artista como Lucas. Vale destacar, ainda, a banda formada por músicos como Rogério dy Castro, Paulinho Guitarra e Hélio Delmiro. (leia também a análise)

Nota: ★★★★☆

Ouça: Proclamação, Quatro Estações e Frutificar


Meu Alvo (2009): Meu Alvo é novamente uma mudança considerável na carreira de Kleber. Com um repertório que retorna ao pop, o disco mescla canções captadas ao vivo com gravações em estúdio. A faixa-título, "Meu Alvo", conta com a voz de Fernandinho e é um dos hits de mais vigor de Lucas. Por outro lado, o registro traz "Efatá", escrita por Luiz Arcanjo do Trazendo a Arca. Apesar disso, Kleber Lucas é autor de nove canções do repertório, que ainda conta com Nívea Soares e o ex-vocalista do Fruto Sagrado, Marcão. (leia também a análise)

Nota: ★★★☆☆

Ouça: Meu Alvo, Efatá e Uma Mulher de Fé


O Nosso Deus É Fiel (2011): Se Meu Alvo se saiu muito bem justamente por quebrar o ritmo em relação à Comunhão, com O Nosso Deus É Fiel o compasso é diferente. Sequela natural do registro anterior, não há lá grandes novidades. Muito pelo contrário, o disco é um pop rock comum e repetitivo. No mesmo nível, as letras não impressionam. Além do costume autoral de Kleber, ele grava letras de Regis Danese, Davi Fernandes, Duda Andrade e outros - o que não o torna suficientemente forte.

Nota: ★★☆☆☆

Ouça: Me Diz quem É, O Nosso Deus É Fiel e A Carta


Profeta da Esperança (2012): Ao contrário do trabalho anterior, Profeta da Esperança é um disco com mais vontade. "Sai do Meu Caminho", canção de abertura, é vívida. Um elemento fundamental que Kleber Lucas conseguiu, juntamente com o produtor Rogério Vieira, foi conseguir com que a gravação de estúdio se adaptasse ao calor ao vivo das captações. É evidente, ao ouvir o trabalho, que a dupla conseguiu muito bem. Ademais, foi o primeiro disco de Kleber a ganhar o Grammy.

Nota: ★★★

Ouça: Sai do Meu Caminho, Vou Deixar na Cruz e Eu Vou Me Esvaziar - Eu Vou Subir a Montanha


O Filho de Deus (2014): Pela primeira vez Kleber trabalhou com Kleyton Martins, tecladista que fazia parte da banda de Davi Sacer. A parceria entre os músicos gerou O Filho de Deus, disco que não desgrudou do pop feito nos discos anteriores. Muito pelo contrário. Os timbres soam mais apurados, mas não há nada de muito novo em comparação com o platinado Profeta da Esperança. Algumas sequências, inclusive, se assemelham. Mas Kleber toma novamente mais espaço nas composições, algumas co-escritas por Pr. Lucas. (leia também a análise)

Nota: ★★★☆☆

Ouça: A Cruz Vazia, Santo e Permanecer


Pela Fé (2016): Melhor trabalho de Kleber desde Comunhão (2007), o repertório também se destaca pela riqueza das composições. Desta vez, Kleber Lucas assina sozinho todas as músicas, sem quaisquer letristas secundários. O disco soa mais centrado e versa sobre as mudanças recentes ocorridas na vida de Kleber. A música que abre o disco, "Pra Recomeçar", é um prato cheio de influências eletrônicas, enquanto canções como "Novo Jeito", "Teu Chamado" e "Justiça Generosa" deixam o trabalho com sabor de renovo na discografia do intérprete fluminense. (leia também a análise)

Nota: ★★★★☆

Ouça: Pra Recomeçar, Novo Jeito e Justiça Generosa

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