Análises

Ouvimos o segundo disco do Adoração e Intimidade - Ele nos amou. Confira nossa opinião

Tiago Abreu em 22/06/15 3715 visualizações
Quando percebemos que muitos dos grupos congregacionais estão sumindo e os artistas solo são cada vez mais predominantes, conclui-se que estamos seguindo as tendências do mercado musical globalmente falando. É perceptível que estabelecer uma banda está sendo cada vez mais difícil, tanto em termos de nome e relevância, quanto a relacionamentos internos.

Estas divagações encontram base quando, particularmente, observo as várias dissidências em grupos, e líderes que conduzem seus grupos, tornando-as, implicitamente, em bandas de apoio. No entanto, o contrário se vê em certos conjuntos independentes, como o Adoração e Intimidade, que se esforçou, e trouxe um dos melhores projetos congregacionais de 2014, Ele nos Amou.

Para quem já ouviu o trabalho de estréia do grupo, Eu Tenho um Sonho (2008), a evolução musical e conceitual de sua música é notória. Sob a produção de Ruben Morais, o quarteto formado por Adriano Mendonça (vocais), Nanni Nascimento (vocais), Alex Eduardo (vocais e teclado) e Sandro Faria (baixo) apresenta um repertório bem estruturado, grande parte do qual escrito e arranjado pela própria banda, gravado ao vivo. Ed Oliver, que produziu o disco anterior, desta vez participou como músico convidado nas guitarras. Além dele, Aldo Silva, Ted Furtado e Lucas Drums complementam a ficha técnica da obra.

A primeira parte do projeto reserva-se a canções mais festivas, em que o trio vocal mescla com propriedade a influência congregacional com riffs pop rock. Adeptos de versões, principalmente do Planetshakers, elementos eletrônicos também são perceptíveis, embora sem exageros. Todavia, ao contrário da maioria dos discos com canções versionadas, o repertório autoral do Adoração e Intimidade não é inferior aos hits de Darlene Zschech, Newsboys e New Life Church apresentados ao longo do registro. Narrando sobre o amor de Deus e sua amplitude, as canções de Ele nos Amou conseguem abarcar desde o sacrifício na cruz, as bênçãos alcançadas pela morte de Cristo, os desafios da vida cristã, e, claro, letras de exaltação à Deus. Desta forma, nas canções mais contemplativas, a leveza dos violões se condensa aos versos de entrega cantados.

A parte gráfica do projeto, produzida por Fábio Papaleo é um destaque e chama a atenção pelo bom gosto utilizado na composição de imagens e o conceito clean utilizado na capa. Desta forma, percebemos que um projeto congregacional pode – e deve – ser expressivo e meticulosamente planejado, sem perder o seu lado devocional. A música da Adoração e Intimidade é contemplativa, agradável, e ao mesmo tempo centrada nas tendências musicais as quais tantos músicos tem tido dificuldade de acompanhar, soando completamente adequada para o louvor nas igrejas e como trilha sonora da juventude.
Ele nos amou

(CD) 06/15


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Tiago Abreu

Jornalista formado pela Universidade Federal de Goiás (UFG), escreveu para o Super Gospel entre 2011 a 2019. É autor de várias resenhas críticas, artigos, notícias e entrevistas publicadas no portal, incluindo temas de atualidade e historiografia musical.


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