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Confira a análise do primeiro disco solo de Ana Paula Valadão

Redação em 07/12/09 30016 visualizações
Após 12 anos de ministrações intensas e cruzadas proféticas mundo afora com o Diante do Trono, As fontes do Amor é um inovador primeiro projeto solo de Ana Paula Valadão. Além de um mito da música gospel brasileira, a ministra é reconhecida em diversos países por seu testemunho, suas canções e interpretações únicas. Com um currículo desses, seu repertório solo não poderia ter outro resultado: é ímpar na qualidade das composições, no nível dos arranjos e na variedade de estilos trabalhados.

O amor é tema central do álbum e é abordado em seus mais diferentes tipos. Ela abre suas composições mais íntimas dedicadas à família, amigos e, é claro, a Deus, a fonte de todo amor. Tudo isso torna o trabalho um conjunto de cartas cantadas e uma reunião de lembranças. Tal conceito influencia inclusive na arte do cd: além de levar autêntica assinatura da ministra (digitalizada na capa), é recheado de fotos pessoais, dispostas formando um coração.

Da vida o amor inicia o projeto e sintetiza muito bem a proposta do disco. “Tu és o meu pai, minha mãe, meu irmão, meu marido [...] Tu és o meu tudo Senhor, princípio, meio e fim, da vida o amor.” A parte melódica é muito bem trabalhada através da execução de nuances clássicas aliadas ao timbre do piano. Tanto melodia quanto letra apresentam bastante riqueza e profundidade; é um dos grandes destaques do projeto.

A faixa seguinte é Teus sonhos de amor, que também utiliza um conjunto de cordas muito bem aplicadas, moldando uma melodia bastante reflexiva e emocionante. A parte lírica disserta a respeito dos sonhos e desígnios de Deus serem maiores e mais elevados que os nossos.

Eu só tenho você é a terceira música e é uma composição para o marido, Gustavo Bessa, na qual a história de amor dos dois é brevemente narrada.

Só podia ser você é outra homenagem ao marido. Evidenciando a diversidade de estilos presentes no repertório, violão e percussão se unem criando uma batida quase cadenciada, bem romântica e relax. Ana Paula utiliza toda a sua extensão vocal, alcançando notas muito altas em pontos chave da letra, mas sem perder a suavidade e beleza da voz.

A canção seguinte é Quando mamãe ama, na qual ela exprime seus sentimentos de mãe e canta para os filhos. Agora os arranjos enviesam numa linha pop, que flerta com o pop rock, numa batida festiva e descontraída.

Já em Quero retribuir é sua vez fazer o papel de filha e homenagear a mãe, Renata Valadão. Essa faixa, em especial, é muito tocante: “Na sua entrega eu recebi, na sua renuncia eu construí, na sua proteção eu me arrisquei [...] Agora mamãe, quero retribuir”.

Também não poderia faltar uma música para o seu pai, o Pr. Márcio Valadão. Em Um puro coração ela versa sobre a gratidão de ter sido ensinada nos caminhos do Senhor e ter aprendido com o pai, amá-Lo e viver o Seu chamado.

A próxima música, Irmãos, é interpretada por Ana Paula, André e Mariana Valadão. É muito interessante encontrarmos numa mesma família, cantores com tanta qualidade e tão respeitados na música cristã. Numa pegada bem pop rock, a música é recheada de riffs de guitarra aliados a licks de teclado. A harmonia dos irmãos é notável e letra versa excepcionalmente sobre o amor fraterno.

O lado da vida é uma homenagem às pessoas queridas que já partiram dessa vida. A densidade dos arranjos orquestrados se reveza com a suavidade da flauta celta. A letra também traz muita profundidade à composição.

O valor de um amigo desenrola-se através de um bom violão folk, numa batida cadenciada, bem acompanhado da percussão. A melodia se molda numa levada tranqüila e agradável além de acoplar mais um estilo musical ao cd.

Pessoas vêm, pessoas vão é uma das melhores. O instrumental é uma bela mistura da pegada mpb, com pitadas de jazz e naipe de metais. Numa performance inovadora e peculiar, Ana Paula cria uma pegada gostosa e descontraída na canção, além de executar bons gracejos nos momentos certos. Além de potencial vocal, percebemos que ela tem uma voz dinâmica e manejável que a possibilita viajar por diferentes estilos musicais.

Só por amor a Ti é conduzida numa pegada mais densa. A canção versa sobre renunciar o que mais amamos e ir aonde o Senhor quer nos levar. Escrita antes da ida de Ana Paula para o exterior, a canção parece abordar justamente esse tema. Hoje ela está morando nos Estados Unidos, cumprindo seu chamado, preparando projetos solo em Inglês e Espanhol e, também, abrindo portas internacionais para o Diante do Trono.

O mais puro amor merece o maior dentre os destaques. A composição se inicia com primorosa execução de cordas, na qual o violoncelo desponta e se destaca em meio aos outros instrumentos. A musicalidade e qualidade da composição constroem um verdadeiro pedaço de arte: “Teus olhos me veem, Senhor, quando as luzes se apagam, outras vozes se calam e eu posso te ouvir dizer [...]”. O encerramento do álbum acontece em alto nível.

Muitas pessoas, quando ouvem falar de um projeto solo de Ana Paula Valadão, pensam ser impossível criar um resultado muito diferente do estilo Diante do Trono. Mas quando ouvimos o trabalho, constatamos justamente o contrário; são explorados os mais variados estilos musicais, que vão do clássico ao pop rock. Suas composições e interpretação são bastante diferenciadas e se mostram ainda mais vigorosas e maduras.

Algo que não muda é a qualidade de mixagem e masterização, sempre presente nas empreitadas do ministério. Mesmo com toda essa excelência, o cd consegue manter a simplicidade e comunicar-se com todas as faixas de idade. E apesar dos vários tipos de amor entoados ao longo dele, é interessante perceber que começa-se cantando pra Deus e termina-se cantando pra Ele: o início meio e fim, da vida o amor.
As Fontes do Amor

(CD) 06/09


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