Análises

Ouvimos o novo CD de Bruno Branco pela Som Livre - Prato e Sino. Confira nossa análise

Tiago Abreu em 11/02/15 2671 visualizações
Se a música cristã nacional, a partir dos anos 2000 se ramificou na quantidade de músicos e bandas, sua proposta e mensagem seguiu o mesmo ritmo. Foi nestes idos, por exemplo, há cerca de quinze anos, que surgiram dois grupos que levantaram a bandeira do tão comentado novo movimento: Aeroilis e Tanlan. De início, aparentemente focado nas bandas de rock, o novo movimento se expandiu (mantendo sua essência) à artistas de todos os gêneros musicais. E eis que Bruno Branco surge com seu segundo álbum, desta vez distribuído pela Som Livre.

Embora tenha sido lançado Lado a Lado em 2011, com suas fortes características folk, o que muitos não sabiam era que Bruno não é um músico limitado à voz e violão, o que gerou um desconforto natural a muitos ao ouvir seu novo lançamento, Prato & Sino.

Mas o segundo trabalho de Bruno Branco, ao contrário da opinião de alguns, não é um rompimento total com o primeiro projeto do cantor. Muitas de suas novas canções dialogam tranquilamente com o discurso artístico de Lado a Lado. Com mais ênfase social, somos brindados com Brasília Líquida e sua filosofia à lá Zygmunt Bauman, todavia, há muito tom confessional na obra, como a própria faixa-título. Também constituído por baladas, um dos destaques está em Amor, com sua leveza no arranjo.

Nota-se também, no disco a influência direta das manifestações ocorridas no Brasil em junho de 2013. Afinal, Pedro Jorge, com sua temática e efeitos sonoros urbanos, versa a respeito da desigualdade social tão recorrente no país. Mas, diferentemente dos clichês de músicas com este tema, a faixa critica o individualismo, até mesmo notado dentro do ambiente cristão. Assim, a idealista E Agora José, aborda tantos “Josés” e “Joãos” que dia a dia lutam sozinhos para construir um futuro melhor, mas juntos podem conseguir grandes resultados.

Embora eclético e com canções maduras, Prato & Sino tem seus defeitos. As diferentes temáticas das canções deixam o disco deslocado ao observá-lo como um todo, o que não ocorre com tanta força no projeto anterior de Bruno Branco. Em contrapartida, em partes específicas, a obra consegue esmiuçar as reflexões de Bruno acerca da sociedade pós-moderna e a importância do cristianismo neste complexo contexto. Desta forma, o CD ainda tem muitos pontos positivos, principalmente acerca da personalidade artística do músico impressa na sonoridade e, principalmente em todas as composições.
Prato e sino

(CD) 01/14


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Tiago Abreu

Jornalista formado pela Universidade Federal de Goiás (UFG), escreveu para o Super Gospel entre 2011 a 2019. É autor de várias resenhas críticas, artigos, notícias e entrevistas publicadas no portal, incluindo temas de atualidade e historiografia musical.


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