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Ouvimos o novo álbum de Cassiane - Eternamente. Confira nosso review

Tiago Abreu em 14/12/15 3132 visualizações
Eternamente tem sido anunciado com extremo entusiasmo pela imprensa e os fãs. É o primeiro disco de Cassiane após voltar à gravadora carioca MK Music. Mesmo com todo o hype, é precoce demais afirmar que o projeto supre as expectativas exigidas, ao menos, pelo grande público.

A música de Cassiane e Jairinho sofreu, nestes anos, diversas mudanças. A sequência de álbuns que vão de Sem Palavras a Recompensa foi uma combinação eficaz de espontaneidade e coesão musical. O mesmo não pode ser dito dos trabalhos sucessores. Depois de Sementes da Fé, o excesso ou falta de pretensão afetou a regularidade dos discos da intérprete fluminense.

O novo trabalho de Cassiane é essencialmente pop. O disco se sobressai levemente aos anteriores que seguem a mesma linha – Viva e Ao Som dos Louvores. Nesta nova fase, é perceptível a (boa) influência de Tony Ricardo, compositor da maioria das faixas. O single Minha Essência indica uma direção coerente a qual todo o disco procura caminhar, embora haja alguns desvios. As mudanças harmônicas no refrão, juntamente com o impacto trazido pelas execuções de bateria de Sidão Pires são diferentes de Eternamente e seus versos congregacionais.

Ronny Barboza, responsável pelos pianos, juntamente a Rogério Vieira, que cuida dos teclados com Fernando Lopez, se entrelaçam com as cordas arranjadas por Kleber Augusto em faixas como Meu Ar. Com vocais de apoio formados por Lilian Azevedo, Roby Olicar, Josy Bonfim, Hedy Barbosa, Paulo Zuckini, Adiel Ferr, Fael Magalhães, Joelma Bonfim, Paloma Possi e Beresix, a canção é o ponto alto da influência congregacional nas letras do projeto – que ainda se revela em músicas como Mostra-me Tua Glória e A Oferta Sou Eu.

As canções mais pentecostais do álbum exploram características presentes nas produções de Jairinho: Naipe de metais e veia pop (A Muralha), loops (Pra Casa eu Vou) solos de guitarra e acordeon (Vai Dando Glória) e modulações de tom (A Carta). Envolvido pelas mesmas tendências recentes, Cassiane e seu produtor Jairinho apresentam um projeto com canções agradáveis, sem grandes erros. Mesmo não alcançando espaço entre seus melhores trabalhos, é o disco mais sólido de Cassiane em sete anos.

Nota: ★★★
Eternamente

(CD) 10/15


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Tiago Abreu

Jornalista formado pela Universidade Federal de Goiás (UFG), escreveu para o Super Gospel entre 2011 a 2019. É autor de várias resenhas críticas, artigos, notícias e entrevistas publicadas no portal, incluindo temas de atualidade e historiografia musical.


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