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Ouvimos o mais recente álbum de Elaine de Jesus - Somos a Igreja. Confira a nossa crítica

Tiago Abreu em 09/05/16 4199 visualizações
Entre quatro anos que separam o novo disco de Escolhidos (2012), Elaine de Jesus conseguiu fechar o lapso de tempo com um trabalho ao vivo, lançado pela Sony, de título Manifestação da Glória. Agora, novamente com Ronny Barboza, a artista mantém o caráter pop no título distribuído pela MK Music.

O repertório é concentrado nas mãos de Elizeu Gomes, Eduardo Schenatto, Pr. Lucas, Moisés Cleyton e as duplas formadas por Junior Maciel, Josias Teixeira, Gislaine e Mylena. Entre baladas fiéis ao power pop, o disco oferece os seus melhores momentos quando entrega características estabelecidas no nicho pentecostal.

Somos a Igreja é um título bastante sugestivo. Liricamente, as canções do projeto são focadas, em grande parte, na experiência da vida cristã coletiva. Elaine de Jesus é, provavelmente, uma das artistas do meio pentecostal que menos se aproxima do discurso extremamente humano e individualizado que saturou o gênero nos últimos dez anos.

Porém, diferentemente de Escolhidos, Somos a Igreja é um projeto que arrisca menos e tem alma mais pop. Os vocais são tão melódicos quanto, além dos arranjos de cordas e metais que tomam força entre a sonoridade. Guerreiros, assinada por Junior e Josias, evoca Sgt. Peppers na intro numa marcha de peso. No entanto, as composições de Elizeu Gomes são o maior forte da obra. Por isso que O Universo Te Adora, canção mais soberba do projeto, contém todos os elementos de uma canção popular que se desenvolve em um patamar muito além do que se acostuma a ouvir. A letra é um destaque à parte, e as captações de planetas, originais de satélites da NASA e editadas por Ronny e Elizeu, dão um charme ao registro.

Da mesma forma que o novo disco corrige arestas se mantendo mais uniforme, não há grandes espaços para elementos novos. Na estrutura, como diferencial, Elaine carrega forró (Derramar de Glória) e pop worship muito semelhante à faixa que intitulou seu último trabalho ao vivo (Vem). Nada, nas músicas, é sutil. As cordas assinadas por Quiel Nascimento e demais coberturas de Ronny competem a atenção frente às interpretações vocais fortes de Elaine. É um emaranhado de sonoridades em cada música que a necessidade de transmitir vitalidade à gravação é notória. Se, por um lado, pode deixar o trabalho excessivamente carregado, a produção musical revela-se aparelhada e bem adaptada à cantora. Até o último segundo de Tremeu Tudo, Elaine de Jesus quer evidência e a concentra nas cordas vocais.

Nota: ★★★
Somos a Igreja

(CD) 01/16


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Tiago Abreu

Jornalista formado pela Universidade Federal de Goiás (UFG), escreveu para o Super Gospel entre 2011 a 2019. É autor de várias resenhas críticas, artigos, notícias e entrevistas publicadas no portal, incluindo temas de atualidade e historiografia musical.


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