Análises

Analisamos o último disco de Eyshila pela MK Music - Sonhos não tem fim. Confira nossa opinião

Jonatha Cardoso em 04/01/13 5867 visualizações
Com produção de Emerson Pinheiro e Paulo César Baruk, Sonhos não têm fim é o oitavo álbum solo da cantora, lançado em dezembro de 2011 pelo selo da MK Music.

Eyshila chega no ano de 2011 com uma carreira consagradíssima. Com vinte anos de ministério, sendo quinze de trabalho solo, a cantora cearense já foi indicada duas vezes ao Grammy Latino, e já ganhou vários Discos de Ouro e Discos de Platina. Além dos álbuns já lançados, Eyshila já gravou coletâneas, projetos em espanhol, projeto “Amigas” (com Fernanda Brum) e do Voices. Em todos esses 15 anos de ministério, tivemos sempre Eyshila junto da MK, que assinou todos os seus álbuns solo até este de 2011.

Depois de vários álbuns, tivemos aqui um álbum de 14 canções, que contém a participação de vários compositores de renome, como Livingsthon Farias e Anderson Freire – além de uma versão de uma canção em inglês; desta vez, tivemos apenas duas composições de Eyshila. O título do CD retrata bem a vida de Eyshila, que já teve altos e baixos, mas que sua fé sempre fez com que seus sonhos não tivessem fim – retrato de todo esse álbum, como veremos ao longo da análise. Conforme disse a cantora, “Esse disco marca um novo tempo em minha vida, um tempo de recomeço, de promessas cumpridas, sonhos realizados, um tempo de plenitude”.

Outros dois pontos que quero falar: Algo interessante que posso dizer é que neste álbum Eyshila contou com auxílio fonoterapêutico de Lilian Azevedo, além da excelente produção de voz de Jairo Bonfim. Sobre a capa, que conta com uma imagem dela em um fundo azul, teve arte criada através das fotos de Ronaldo Rufino – não só a capa como também os encartes.

Vamos começar a análise.

Pra início de conversa, temos a animada Inexplicável, escrita por Lucas Oliveira. Sua introdução, com alguns toques leves de cordas e teclado, desencadeando em uma bateria bem forte (não gosto, particularmente), mostrando que a música que viria seria bem forte. O que vemos é um estilo bem rápido, bem empolgante, bem agitada. Os arranjos são exatos ao fazerem isso, de forma impecável. Destaco os backings, que não ofuscam, mas apenas complementam as vozes. Sinceramente, me lembra um pouco de estilos de músicas do Hillsong ou outras bandas semelhantes. Excelente.

Você verá que não só essa, mas praticamente todas as músicas do CD são diferentes do que estamos acostumados ao ouvir de Eyshila.

A próxima canção é Liberdade, de Emerson Pinheiro. Novamente uma canção pesada, mas que começa suave, só na caixa da bateria e no teclado, com alguns toques de guitarra, até ganhar peso. A estrofe é bem leve, e a voz de Eyshila ganha um efeito bem legal, com uma espécie de eco. O coro é diferente: forte, com arranjos muito bons e uma quebra na nota final que eu acho um charme. Mais um destaque pros backings, que conseguem segurar a música junto de Eyshila.

Uma quebra de ritmo acontece agora, quando temos uma música leve: Sonhos não têm fim, de autoria própria. É uma canção bonita, que começa só no teclado e com arranjos de cordas. Aqui vemos uma música que lembra um pouco as antigas de Eyshila, não só na essência da mesma como na sua própria voz. Os backings foram simplesmente impecáveis, muito pontuais. O coro é muito belo: “Sonhar ainda vale a pena, esperar e confiar em Deus; aquele que tem sonhos infinitamente maiores que os meus”. Acho linda a parte que canta “Os que semeiam com lágrimas, um dia, voltarão com alegria”, que desencadeia em aumento de tom. Bela faixa-título.

Prosseguimos com uma outra bonita canção, que é Voltando pro lar, do excelente dueto Emerson e Livingsthon. A música tem partes bem interessantes: a estrofe em G, o pré-coro em D e o coro novamente em G; isso deu um toque diferente, muito legal na canção – embora não fui muito fã do coro em G. Novamente, temos estrofes mais suaves, desembocando em um coro marcante. A letra é muito bonita, falando sobre a vida missionária, de pessoas que vão, fazem a obra, pregam, e depois voltam para o lar, aproveitar as bênçãos que Deus lhe deu. Destaco o solo do pós-coro, muito bonito, com os arranjos de cordas.

Acho belíssima a canção Creio em ti, de Paulo César Baruk. Os arranjos são um pouco mais leves do que os outros. O início da canção apenas no teclado é muito legal, apenas com a voz um pouco mais grave de Eyshila. Os violinos na canção dão um toque especial nela. A canção fala sobre a importância de crermos no Senhor, mesmo quando as coisas se tornam mais difíceis. Mais uma vez, belo sustento do backing no fundo. A ministração de Eyshila também é excepcional.

Uma das minhas favoritas é Tu és o meu Deus, de Elizeu Costa. A introdução é excelente, com o backing cantando primorosamente, e o violão após isso. Como se diz no futebol, “deu um passe açucarado” pra Eyshila cantar a estrofe muito bem – aliás, não só ela, mas os arranjos que eu adorei. O coro é lindo. Embora eu seja mais das músicas mais suaves, acho que o peso que ela ganhou no meio dela se encaixou muito bem. O canto “Aleluia, aleluia” é ótimo. Música perfeita.

A única versão do CD é a de You never let go, de Matt Redman, que deu origem a Nunca me deixou, que tem um começo calmo, só no violão e Eyshila. Gosto do pré-coro – semelhante a outros que já ouvi, mas também bonito. O coro é muito legal: “Oh, não, nunca me deixou, na tempestade ou na paz...”. O conjunto de arranjos não sufocam a música, que é um meio-termo (nem lenta, nem tão rápida), mas se encaixam muito bem nela. Belos backings.

Santidade, de Emerson novamente, é uma das mais belas, sem dúvida. Não só pela própria canção, mas pelo excepcional dueto de Eyshila com Bruna Karla. As duas vozes são, claro, diferentes, mas elas se completaram muito bem na canção, com cada estrofe cantada por uma. Os arranjos foram muito bem escritos, de forma simples, mas com vários efeitos – como no duo cantado no final da canção. A letra, falando sobre o nosso chamado de santidade, complementa a excepcional canção.

Uma canção bem acústica, apenas no violão, é a essência de Lugar de comunhão. A música carrega uma emoção, uma beleza única nesse CD. A letra, de Eyshila, é excepcional, falando sobre a nossa casa, uma casa de provisão, uma casa em que os profetas de Deus possam sempre nos visitar, enfim... a casa de Deus. A união de Eyshila com o backing no coro cai como uma luva. Linda demais!

Prosseguimos com Basta um olhar, de Davi Fernandes e Renato César. Outra bela canção, que começa suave, no violão e no teclado. A estrofe é muito bonita, com uma letra pequena mas tocante. O coro é forte, mas não muito. A letra: “Basta um olhar para arrebatar toda minha dor, e sarar meu coração”. Outra vez, o backing é um grande companheiro da canção, com Eyshila. O coro “Emanuel, Emanuel” é muito belo.

Temos ainda Sonhos perfeitos, de Anderson Freire. Um belo dueto de Eyshila com Jairo Bonfim. No início ela lembra um pouco alguma canção anterior de Eyshila, mas ela é bem diferente – ao longo dela vemos. Apenas no teclado e na bateria, a música ganha vários toques belos de cordas – principalmente no coro. As vozes de ambos – a de Jairo, mais forte, e a de Eyshila, mais suave – se combinam muito bem. Outra vez, os backings são pontuais.

Eu te adorarei, novamente de Emerson e Livingsthon, tem uma letra simples e curta. Novamente (ficou um pouco repetitivo no álbum) uma estrofe leve, com um coro forte. Só que aqui temos uma canção, curta, que não se torna enjoativa. Outra vez a junção de Eyshila com o backing vocal, bem colocados. O coro é uma adoração bela: “Meu alfa, meu ômega, meu bom pastor amado”.

Diferente das outras, temos Jesus e eu, escrita pelo quarteto Dalto Max, Wanize Bastos, Marcelo Mastroiane e Joyce. A letra fala sobre uma nova trajetória, um novo caminho a seguir com Jesus, um amor que muda caminhos. Uma introdução interessante no teclado e no baixo, levam a uma canção com uma pegada muito interessante, principalmente no coro.

Pra encerrarmos, temos uma canção que lembra um pouco a primeira: Viverei teus sonhos, de Paulo César Baruk. Temos uma introdução leve que se torna pesada. Uma bateria bem forte, com os backings fazendo belos jogos de voz ao fundo. O coro é empolgante, muito vibrante: “Eu canto, danço, pulo em tua presença, grito ‘Ninguém vai me parar, eu não vou parar’”. Belos toques das cordas ao longo da música. Excelente encerramento para o CD.

Amados, eu hesitava em ouvir esse álbum, mas quando o ouvi vi que era excepcional, com absolutamente nenhuma canção descartável. É uma pena que hoje, quando escrevo, Eyshila tenha saído da MK Music - algo que não gostei. Mas sem dúvidas, para encerrar essa fase excepcional da carreira dela, esse CD fecha os 15 anos com chave de ouro. Vale a pena comprar!

Deus te abençoe!

@jonathacardoso
Sonhos não têm fim

(CD) 12/11


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Jonatha Cardoso

Gaúcho, é membro do Ministério Encontros de Fé, de Novo Hamburgo (RS). É músico, toca teclado e bateria. Mas sua paixão mesmo é ouvir... Adora Hillsong, Ron Kenoly, Don Moen, Marcos Witt e outros cantores tradicionais. Nas horas vagas inclusive gosta de compor canções. Trabalha na área de Tecnologia da Informação e, por isso, está sempre conectado nas Redes Sociais e em seu blog.


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