Análises

Analisamos Something bout love, um clássico na discografia de Fred Hammond. Confira nossos comentários

Jonas Paulo Ferreira da Silva em 13/06/11 4711 visualizações
Não é fácil escrever sobre um disco tão redondo! Fica parecendo que a gente é fan do artista ou algo assim... Se bem que no caso de Fred Hammond é bem o caso! Sou fan confesso e irreversível desse cara que é o responsável pela invenção e constante re-invenção do meu estilo favorito dentro da diversidade da MCC.

Nascido em Detroit no início da fertilíssima década de 60, Fred ganhou visibilidade como baixista de "The Winnans" a partir de 1985 e com o grupo "The Commissioned" com o qual chegou a fórmulas e sonoridades que viriam a influenciar uma miríade de artistas cristãos durante as décadas posteriores.

Um estilo Urbano, completamente informado da tradição do early Gospel e antenadíssimo com o R&B e Motown. Enfim, Fred assimilou toda boa música ao seu redor e respondeu à altura!

Somethin bout love é um disco do alto da maturidade de sua carreira solo. Álbum robusto, recheado de 15 canções, 3 interlúdios e um cover de Stevie Wonder.

Quando o álbum me chegou a mão não consegui passar da 3ª faixa. Praise Belongs to You tem todos os componentes necessários pra virar clássico absoluto da obra de Mr. Hammond: o próprio no baixo com aquele som que poucos chegam perto de reproduzir, os muitos teclados incríveis de Daniel Weatherspoon, Joey Woofalk com sua sutilieza guitarrística e a contribuição sempre tão estilosa da senhorita PamKenyon e sua concepção vocal que sempre tempera tão bem as produções do Fred. É uma faixa pra se recordar.

Lord we need your love já “gasta” munição com as participações pra lá de especiais de Marvyn Winnans e Brian McKnight. Aí, como era de se esperar, reinam os riffs vocais com os nomes de peso e o próprio Fred mostrando como essa arte é dominada por tão poucos nesse nível. Tudo feito com muito bom gosto e trabalhando a serviço da linda faixa.

Pra citar um interlúdio, God is a good God mostra o significado da famosa expressão “we re gonna have some church up in here”. Coisa de quem sabe o que é o Gospel de verdade. Os interlúdios do álbum aparecem num “Old time mix” no DVD Live in Chicago ao qual dedicaremos outro texto. Trata-se de meu DVD preferido de todos os tempos. Tá riscando já, sério... Quem puder me dar outro de presente eu agradeço! Já minha esposa nem tanto, pois segundo ela eu só ouço isso... Um comentário impiedoso da parte dela! Mas voltemos ao álbum.

As faixas seguem com as saborosas e extremamente bem mixadas Loved on me & A closer walk e chega num primeiro ápice emocional (na modesta opinião deste que vos fala...).

I will find a way me parece confessional, pessoal e mergulha fundo em sentimentos difíceis de derrota, perda e coisas das quais é difícil ver um ministro falar nas letras da MCC. Fred fala tudo! Fala que perdeu, que chorou, mas “vai encontrar um jeito de levantar as mãos”. Musicalmente, a música fala por si mais do que em qualquer tradução! Experimente ouvi-la mesmo sem entender nada de inglês e você verá como a musica é realmente uma linguagem que vai alem do sentido das palavras. Se você chorar sem saber porque vai entender do que estou falando.

Loves in need é Stevie Wonder. Nada mais precisa ser dito... O cantor favorito do meu musico cristão favorito. Fred já declarou inúmeras vezes que Stevie é seu preferido. Aliás, circula no Youtube um videozinho do Fred cantando "Higher Ground" do Stevie Wonder que merece uma buscazinha... O artista convidado Musiq dá aula de condução vocal junto com o Fred. Muito boa a faixa e tão evangélica quanto as outras do álbum.

Chegamos só a metade do álbum! É muito recheio pra comentarmos aqui faixa por faixa. Seria impossível pra mim deixar de comentar Your love is. Uma das minhas canções de cabeceira. Sempre que quero lembrar como uma faixa deve soar, ouço ela! Sempre que empaco num arranjo vocal ouço ela novamente. Sempre que quero lembrar como uma performance vocal pode ser radical sem roubar a cena da canção ouço mais uma vez. Sempre quero ouvir uma mix perfeita e uma máster gorda, obesa, toneladística, ouço a faixa em alto e bom som mais uma vezinha. Acho que deu pra entender o que acho da faixa, certo? Que mais eu diria? A, sim: Yes, we got Vamps! Uma pré-vamp, uma vamp A e uma vamp B! Acho que se a faixa tivesse mais uns 15 minutos ninguém reclamaria! É muita fluência pro meu gosto... Enfim, já virou puxação de sardinha, então prossigamos!

It just gets sweeter – faixa não menos perfeita do qua a comentada anteriormente e com um adicional: a voz inconfundível da grande Melonie Daniels! Não conhece? Faz um favorzinho a você mesmo e googla esse nome... É a vocal-coach por trás de cada vez mais sucessos do R&B americano e ela mesma dona de voz, fraseado e tudo mais que você precisa conhecer numa cantora world-class. Parece a irmã gêmea do Fredão!

How do you love that way é osso amigo! Essa guitarra que você ouve na faixa é do próprio Fred Hammond. Na melhor onda do “if you want something done, do it yourself” o cara arrebenta entregando uma dinâmica afinadíssima com o resto do arranjo e mixagem da canção. Já nesse fim de álbum é um oásis de balada num mar de grooves. Pra relaxar e ouvir uma gama absurda de sons. Outra aula magna! Curto muito os vocais num estilo “The Commissioned”. Muito bom!

O disco fecha oficialmente com Your name is Jesus que parece música de tocar na Igreja, mas daí do meio pra frente o caldo entorna e a coisa fica num nível de detalhe e profissionalismo que problematiza se sua comunidade não conta com um time pra lá de profissional.

Resumindo uma das pérolas da minha prateleira! Compre e ouça com o encarte à mão pra conferir se cometi alguma gafe.

Até a próxima.
Somethin' 'Bout Love

(CD) 01/04


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