Análises

Ouvimos Ayer te vi... Fue más claro que la luna, um dos clássicos da discografia de Jesus Adrian Romero

Jonatha Cardoso em 16/03/13 4633 visualizações
Com produção de Mike Rodrigues, Ayer te vi... Fue más claro que la luna é o nono álbum do cantor e pastor mexicano – sendo esse o segundo álbum de estúdio, lançado no ano de 2007, com o selo da Vástago Producciones. São 14 belíssimas canções, que nos fazem refletir que é muito melhor ter uma vida cristã real e pura, do que uma vida cristã cheia de misticismos e lendas. Deus é muito claro, muito puro e simples, quando se revela às nossas vidas. Devemos encará-lo, não como algo esporádico, ou muito distante de nós, mas sim como alguém que está conosco de forma natural e simples, ouvindo-o e fazendo sua vontade.

Repito o que eu disse no outro álbum: Assim como consideramos Sérgio Lopes, o poeta da música gospel brasileira, eu considero, com absoluta exatidão, Jesús, como o poeta da música gospel latina. Muitas canções são cantadas nas igrejas brasileiras e elas são, na verdade, poemas escritos por ele. O cantor PG é um dos que tem várias canções versionadas dele.

Sem dúvida alguma, desde o álbum anterior, lançado dois anos antes, El aire de tu casa, o ministério de Romero, que já era abençoado, cresceu muito. Esse álbum, específico, além de ser semelhante, em vários aspectos, ao anterior, conseguiu inúmeras conquistas. Para você ter uma ideia, o álbum que analisaremos foi escolhido entre os melhores álbuns cristãos em espanhol pelo Grammy Latino, além de ter sido escolhido o Álbum do ano e o Melhor álbum masculino pela ARPA. A canção título do álbum foi escolhida, também, a Canção do ano, pelo mesmo prêmio da ARPA. Além de tudo isso,
ainda foi nomeado em categorias de premiações a AMCL. Por isso, sem dúvida alguma, a qualidade desse álbum é inquestionável. E sabendo que temos Romero no comando, é certeza de qualidade e bênção.

Começamos com a canção título do CD, Ayer te vi... Fue más claro que la luna. A canção carrega um poema dos mais belos que já vi. É tão forte que mal consigo explicar... Fala sobre a resposta de um pedido, em oração, de ver o nosso Pai. Mas a resposta não veio nele se revelando, mas sim na criança na rua, um doente, uma pessoa no quarto do hospital. É muito emocionante. O arranjo é leve, com um pouco de percussão e uma bela condução nas cordas. A voz de Jesús é perfeita, conseguindo passar a emoção que a música precisa ter. Chorei ouvindo! É linda demais.

Uma introdução no piano, muito bonita, nos traz Solo pienso em ti. Uma letra novamente linda, que fala sobre nosso constante pensamento em Cristo, já que ele cumpriu o seu chamado até o fim, pensando em nós. Os toques de violão são excelentes, com um bom dueto com o piano. A segunda voz ficou bem posta. A bateria é leve, novamente, só ganhando um pouco de força no final dela – os toques da orquestra de cordas ao fundo complementaram a excelência da música.

Um estilo bem interessante, ao violão e a percussão, é a ideia de Mi entorno, que versa sobre a mudança que acontece no nosso ser quando o amor de Cristo cresce dentro de nós. Novamente as vozes ficaram muito bem. Os arranjos são semelhantes ao que ouvimos geralmente de suas músicas: uma bateria que começa mais suave e vai ficando mais forte, e belos toques de orquestra de cordas. O final da canção, com as cordas, ficou ótimo.

Razones pa’ vivir carrega uma pegada bem interessante, mais rápida, com bons toques de música caribenha. Um belíssimo dueto de Jesús com Alex Campos. A percussão deu um toque especial, junto do piano, excelente. A sequência de notas foi excelentemente escrita, mesclando uma música alegre com toques de música emocionante. O solo no meio da canção, que joga-a em um tom maior, ficou excelente – aliás, essa parte trouxe um interessante contraste com as cordas. Excelente!

Novamente, uma introdução na percussão e no piano nos traz uma música. Vuelve a llamar é um pedido para que Cristo nos chame novamente, que bata na nossa porta, que dessa vez vamos abri-la. Outra vez, a voz de Jesús é excelente. Nessa canção, o violão conduz mais, deixando o piano com alguns toques especiais. Os arranjos – interessante isso – mesmo que pareçam um pouco repetitivos, não são enjoativos, pois eles tem diferenças entre si.

Uma das melhores e mais belas é, sem dúvida, Como la brisa, que inclusive ganhou versão do PG aqui no Brasil. O poema fala sobre o desejo de que o Espírito de Deus venha sobre nós como uma brisa, para que sejamos renovados. O arranjo é maravilhoso, não só nas notas, mas no conjunto dos instrumentos, que começa só no piano e poucos toques de cordas. Aos poucos a música vai ganhando muito peso, que novamente contrasta com as cordas. Destaque para o excelente solo de guitarra. Perfeita! Linda demais!

Na mesma essência da canção anterior, temos Se desbaratan mis sueños. Uma introdução muito interessante, no piano – embora a estrofe inicial se conduz mais nas cordas. O arranjo do coro é muito belo – principalmente na segunda vez. A letra versa sobre como ficamos quando conhecemos o coração e a vontade de Deus: nossos sonhos se embaralham e desejamos viver os desejos dele. Meu único lamento é que a música é muito pequena.

Um estilo muito legal, bem dançante, nos traz Cuenta comigo, no dueto bateria e guitarra. É um pouco complicado de descrever o estilo, mas pra quem já assistiu o Grammy Latino, vai achá-lo familiar. É um ritmo bem conduzido na bateria. Basicamente, não temos outras coisas além dos dois instrumentos – confesso que tentei procurar um baixo no meio e não encontrei. É complicado ouvir e não se balançar um pouquinho. Gosto das vozes. Bem legal.

Mi dia é outra canção interessante, se mostrando um meio termo entre as canções mais rápidas e as mais suaves do CD. Carrega o violão na condução, com toques de piano – bateria suave novamente, com alguns toques de percussão. Novamente a voz, com um mix de suavidade e emoção. Uma canção bem legal, interessante.

Continuamos com No hay paredes, que tem uma introdução no teclado, lembrando um pouco o efeito da introdução de Jesus é o caminho, da Heloísa Rosa – com o adendo de cordas. É uma canção muito legal, diferente das outras. Dá a impressão que ela é mais suave, mas depois do coro ela se mostra mais rápida. A letra é maravilhosa, falando da importância de levarmos a voz do nosso Deus por todas as partes, fora dos templos e nas ruas. O dueto é suave, mas ficou excelente.

Outra bela canção, sem bateria, mais no piano e nos arranjos de cordas é Tienen tu color, que tem uma versão em português cantada pela Arianne. O arranjo ficou perfeito, impecável – arranjo acústico como esse exige uma voz com talento e potência. Acho que o dueto não era necessário, pois Jesús apenas conseguiria conduzir perfeitamente. Excepcional música.

Uma canção bem rápida – menos de 3 minutos – é Más que un concepto, com uma batida bem legal, com toques de violão bem interessantes – com alguns toques de guitarra e piano. O coro foi bem escrito, com arranjo agradável e dueto bem colocado. A letra, mesmo sendo curta, tem uma mensagem muito legal: O desejo de que nosso Senhor seja mais do que um conceito, uma religião, princípios, mas sim real e natural, brilhando a glória dele sobre nós. Pena que é tão curta.

Pra encerrar, com chave de ouro, temos Si hubiera estado allí, que me aparenta uma mescla dos estilos de algumas canções desse álbum. Novamente, temos o piano com toques das cordas. A canção, sem dúvida alguma, é a mais linda, inigualável nesse álbum: Uma reflexão de que também estávamos lá na cruz, cuspindo em Jesus, coroando-o de espinhos e dor. Quando eu li “Se eu estivesse ali entre a multidão que pedia a tua morte, que te crucificou, eu tenho que admitir que estaria eu também”, eu chorei por dentro... Maravilhoso. Perfeito.

Ao terminar de ouvir esse CD, só posso concluir uma coisa. Se você acha que Thalles é que é o “cara”, o Fernandinho é fora de série, o Diante do Trono é o melhor, o Davi Sacer é fenomenal, a Fernanda Brum incomparável... Comece a ampliar seus horizontes... Veja que há muitos cantores – até melhor que eles – que nem são tão conhecidos ou reconhecidos. E esses, muitas vezes, são os que produzem as músicas mais belas, mas as menos ouvidas... É uma pena, mas é a realidade. Jesús é um dos melhores cantores evangélicos do mundo, mas não tão ouvido e admirado no Brasil.

Deus te abençoe!

@jonathacardoso
Ayer Te Vi ... Fue Mas Claro Que La Luna

(CD) 01/07


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Jonatha Cardoso

Gaúcho, é membro do Ministério Encontros de Fé, de Novo Hamburgo (RS). É músico, toca teclado e bateria. Mas sua paixão mesmo é ouvir... Adora Hillsong, Ron Kenoly, Don Moen, Marcos Witt e outros cantores tradicionais. Nas horas vagas inclusive gosta de compor canções. Trabalha na área de Tecnologia da Informação e, por isso, está sempre conectado nas Redes Sociais e em seu blog.


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