Análises
Ouvimos o disco do rapper Kivitz - Casa ≠ Lar. Confira nossa avaliação
Gleison Gomes em 13/03/17 1519 visualizações
Casa é diferente de lar.
Lar sugere algo maior, de aconchego, união e bom trato. A casa em sentido simplório é apenas a parte física: estrutura, tijolos, cimento, telhas. Ter os dois confere dignidade, mas o lar é o sonho maior de muitos. Vejamos a intrigante capa do EP. Nela, a metáfora do pássaro aprisionado denota bem essa questão, o lar é liberdade, sem os grilhões e ferros da gaiola enquanto a casa, e neste caso passageira, é um lugar onde não se quer estar, lugar de privação dos reais sentimentos e desejos naturais: voar.
Ampliar a ideia de prisão, um microfone de ponta cabeça engaiolando a liberdade de muitos, muito de falsa religiosidade, falácias dos que detêm o poder da fala ouvida e que influencia a muitos. A voz que aprisiona.
Ouvi recentemente este EP. Reouvi. Várias vezes.
Um trabalho de, apenas, cinco faixas.
É um RAP dilacerador mesmo. Supera em precisão e força o que se vem fazendo no meio, no intuito de ir direto às feridas e dar um remédio de gosto ruim para que o paciente melhore depois. Kivitz é provocador. E acerta quando polemiza e obriga o ouvinte a pensar. A função do Rapper/Profeta sempre será essa: anunciar as verdades mesmo que elas tragam desconforto, ou “azede”.
A musicalidade é aquela batida tradicional do rap, com um belo toque elegante e beats elaborados com bom gosto. O Último Cristão é a melhor faixa do trabalho. Trata-se de uma espécie de raio X no cristianismo praticado da atualidade. Instrumentalmente inicia sutil, as rimas de Kivitz surgem acompanhadas apenas por um baixo contundente, pouco mais a frente da execução ela ganha contorno quase épico com a entrada da guitarra, teclado e os scratch’s e colagens. A linguagem chama atenção por optar pela rima livre e de “rua”. Não obstante, algumas pessoas irão estranhar tal uso.
Contudo, o rapper já prevê reações. Em Profetas, discorre sobre a função do estilo, como nas frases “no dia em que o rap virar moda ele morreu” (...) Como limões azedos, pois quem aponta o dedo na cara do sistema jamais terá seu o braço erguido na cena”.
A meu ver, o EP oxigena a cena rap (ao menos no rap digamos cristão - se é que existe realmente tipos de rap) foge ao marasmo e é feliz por provocar reação do ouvinte, seja ela positiva ou negativa, pois como Kivitz declara em Vaidade “minha missão em cada faixa que se prensa é a desconstrução do que cê acha que cê pensa, uma expansão que não se encaixa em toda crença”.
Então, é missão cumprida.
Nota: ★★★★☆
Lar sugere algo maior, de aconchego, união e bom trato. A casa em sentido simplório é apenas a parte física: estrutura, tijolos, cimento, telhas. Ter os dois confere dignidade, mas o lar é o sonho maior de muitos. Vejamos a intrigante capa do EP. Nela, a metáfora do pássaro aprisionado denota bem essa questão, o lar é liberdade, sem os grilhões e ferros da gaiola enquanto a casa, e neste caso passageira, é um lugar onde não se quer estar, lugar de privação dos reais sentimentos e desejos naturais: voar.
Ampliar a ideia de prisão, um microfone de ponta cabeça engaiolando a liberdade de muitos, muito de falsa religiosidade, falácias dos que detêm o poder da fala ouvida e que influencia a muitos. A voz que aprisiona.
Ouvi recentemente este EP. Reouvi. Várias vezes.
Um trabalho de, apenas, cinco faixas.
É um RAP dilacerador mesmo. Supera em precisão e força o que se vem fazendo no meio, no intuito de ir direto às feridas e dar um remédio de gosto ruim para que o paciente melhore depois. Kivitz é provocador. E acerta quando polemiza e obriga o ouvinte a pensar. A função do Rapper/Profeta sempre será essa: anunciar as verdades mesmo que elas tragam desconforto, ou “azede”.
A musicalidade é aquela batida tradicional do rap, com um belo toque elegante e beats elaborados com bom gosto. O Último Cristão é a melhor faixa do trabalho. Trata-se de uma espécie de raio X no cristianismo praticado da atualidade. Instrumentalmente inicia sutil, as rimas de Kivitz surgem acompanhadas apenas por um baixo contundente, pouco mais a frente da execução ela ganha contorno quase épico com a entrada da guitarra, teclado e os scratch’s e colagens. A linguagem chama atenção por optar pela rima livre e de “rua”. Não obstante, algumas pessoas irão estranhar tal uso.
Contudo, o rapper já prevê reações. Em Profetas, discorre sobre a função do estilo, como nas frases “no dia em que o rap virar moda ele morreu” (...) Como limões azedos, pois quem aponta o dedo na cara do sistema jamais terá seu o braço erguido na cena”.
A meu ver, o EP oxigena a cena rap (ao menos no rap digamos cristão - se é que existe realmente tipos de rap) foge ao marasmo e é feliz por provocar reação do ouvinte, seja ela positiva ou negativa, pois como Kivitz declara em Vaidade “minha missão em cada faixa que se prensa é a desconstrução do que cê acha que cê pensa, uma expansão que não se encaixa em toda crença”.
Então, é missão cumprida.
Nota: ★★★★☆
Ouças as músicas e saiba mais sobre: Kivitz
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Gleison Gomes
Historiador, apreciador de música, filmes e bolo de abacaxi.
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