Análises

Ouvimos o novo álbum de PG - Eternidade. Confira nossa análise

Tiago Abreu em 06/05/19 2013 visualizações

O novo álbum de PG, lançado quatro anos depois do confuso S.E.T.E. (2015), parece ser resultado de um efeito catártico na musicalidade do cantor. Se o intérprete, desde Imagem & Semelhança (2011), tentou mesclar o peso e baladas sem conseguir o tom certo, em Eternidade a equação é balanceada. Além disso, o projeto é, de longe, o musicalmente mais ambicioso do músico desde De Um Lado a Outro (2006) com uma combinação eficiente de hard rock e pop rock.

Entretanto, é inocente observar registros de PG apenas por meio da sonoridade. O cantor e compositor tem habilidades líricas e performáticas as quais, com aspectos eficientes de produção, conseguiram levá-lo ao status de um dos nomes mais notáveis do rock cristão brasileiro. Mas ao contrário do seu projeto de 2015, que o apresentou como um artista inexperiente e iniciante na sua liberdade, a nova obra o traz confortável na independência, agora com menos erros.

Isso porque PG não é, definitivamente, um produtor. Mas a assinatura do álbum, na maior parte do tempo, dá conta do recado. A distribuição é uniforme nos momentos mais elétricos e acústicos do trabalho. Afinal, a nova roupagem de O Caminho, um dos seus hits nos tempos de Oficina G3, é ambiciosa e sombria mesmo numa estrutura voz e violão e Adorar Somente a Deus, que abre o registro, é uma das melhores introduções em anos nos álbuns do cantor.

PG soube balancear bem suas pretensões populares com um hard rock intrincado em harmonias vocais ricas, especialmente em baladas como Tua Graça. Apesar disso, o repertório é predominantemente simples. Não há muitas diferenças de Eternidade e Então Basta de outros petardos presentes em outros trabalhos do cantor, mas a diferença básica é que PG parece verdadeiramente comprometido e animado com suas canções – as faixas têm uma sujeira e naturalidade típicas de registros ao vivo.

O músico ainda se atrapalha consideravelmente na mixagem de suas faixas, especialmente quando contam com a inclusão de backingsVem Queimar e, principalmente, Isaías 9 sofrem bastante com um desequilíbrio que destoa do projeto como um todo – mas mesmo assim ainda não conseguem fazer com que Eternidade, de forma geral, caia na mesma normalidade morna na qual a obra do cantor se pautou nos últimos anos.

Avaliação: 3,5/5

Eternidade

(CD) 01/19


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Tiago Abreu

Jornalista formado pela Universidade Federal de Goiás (UFG), escreveu para o Super Gospel entre 2011 a 2019. É autor de várias resenhas críticas, artigos, notícias e entrevistas publicadas no portal, incluindo temas de atualidade e historiografia musical.


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