Confira o review de Vencedor, novo disco de Sérgio Saas e Raiz Coral

O Raiz Coral está de volta. Vencedor é o terceiro disco desse ministério que foi responsável pelo amadurecimento musical e espiritual de nomes recentes na música gospel nacional, como os vocalistas Ton e Karina Carfi, Daniel Carvalho (Panthro), Riverson Viana e Scooby.

Atualmente, o grupo foi reduzido em quase 15 pessoas, mais a qualidade vocal continua tão boa quanto antes.

O álbum possui quinze faixas e foi produzido por Sérgio Saas (líder e idealizador do coral) ao lado do produtor Álisson Melo. Apesar de trazer muita programação e loops, todo o repertório conta com um naipe de metais e um naipe de cordas gravados “a vera.”

Outra novidade é a atmosfera um pouco mais pop em relação aos dois trabalhos anteriores. Por sinal, essa vertente já estava sendo explorada por Saas no repertório da nova formação do quarteto vocal Link4Quatro.

Eu, particularmente, prefiro o Raiz Coral dos trabalhos anteriores, com aquela pegada black music que fez eles chamarem a atenção até do Kirk Franklin quando ele esteve em Sampa. Mas... :)

Assim como nos encartes anteriores, a diagramação do layout e concepção visual foi realizada por Anderson Novais, desta vez auxiliado por Rafael Mota.

“Porque Ele tem mais do que eu consigo pedir e sempre sabe o que é melhor pra mim. Não dá o que eu quero, nem que o eu mereço, mas o que eu preciso para ser feliz. Me ensina a Te agradecer”. A canção Mais abre o repertório com letra, música, melodia e harmonia de qualidade e excelência. Destaque para os arranjos do naipe de metais escrito por Marcos Will. Somzeira!

Sem perder a pegada, emenda (literalmente) com Deus é fiel. Black music de primeira. Riffs de órgão, teclado cheio de swing, loops dançantes e uma letra que declara e exalta a soberania de Deus sobre nossa vida. Destaque para a dinâmica do coral que “brinca” subindo e descendo de tom no turn around final.

Após uma vinheta denominada ambientalização, entoamos Lugar secreto. O hino é alusivo a história de Sansão e Dalila narrado no livro de juízes. O solo é executado por Sérgio Saas. Destaque para o arranjo do naipe de metais escrito por Ronnie Dias.

Mantendo essa atmosfera de adoração contemplativa temos Perfume. O louvor é ministrado pela soprano Paloma Possi. A letra disserta sobre a passagem encontrada nos evangelhos de Mateus 26:7, Marcos 14:3 e Lucas 7:37.

A seguir temos um dueto interpretado pelos tenores Rodolpho Custódio e Renato Max. Libertador versa sobre a nova vida que só pode ser encontrada em Cristo Jesus, nosso Senhor. A música possui uma pegada folk, bem pop, que é uma novidade explorada neste álbum e também uma novidade no repertório do Coral.

O Coral se junta novamente na levada rhythm and blues da canção Há poder. Destaque para as intervenções do instrumental. Frases de hammond, riffs de guitarra, ornamentos de piano e efeitos de teclado preenchem os espaços do arranjo com maestria e competência. No turn around final a banda flerta com o reggae.

Na faixa sete ouvimos a belíssima melodia de Você estava ali. O louvor é conduzido pelo contralto de Mari Rocha. “Na fraqueza achei Tua força. No vazio achei Teu abraço. Eu pensei estar só, mas percebi que havia alguém ali. Já nasceu outro dia. Posso levantar e viver.” Destaque para as frases de oboé e flauta.

“Todo aquele que quer ser um vencedor precisa conhecer suas armas. Pra vencer o opressor busque forças no Senhor.” A faixa título, Vencedor, traz uma mensagem de fé, esperança e perseverança. Destaque para a interpretação de Saas e para as nuances de dinâmica vocal realizada pelo coral na ministração final.

Um coral infantil divide com o coral os versos de Eu ando com Cristo. O louvor vem com uma levada cadenciada que cativa e envolve. Destaque ao fundo para as frases de hammond tocadas por Jessé.

Gana Yesu, numa tradução livre, significa Rei Jesus. A parte cantada em zulu clássica é solada por Fernando José, e o solo contemporâneo executado por Renato Max.

Eu avistei é interpretada sem o auxílio de instrumentos musicais. Toda a parte de cobertura harmônica é executado pelo coral. Vale a pena ouvir com atenção. Excelente!

A faixa treze vem com a participação de Mattos Nascimento. Cordeiro é um momento de recordação da obra vicário de Cristo na cruz. A interatividade Mattos Nascimento – Raiz Coral funciona e o hino se encaixa como um dos grandes momentos desses dois Ministérios. Destaque para o naipe de cordas e para as frases de moog. Nota 10!

Em Senhor Tú És Saas é acompanhado pelo dueto vocal de Juliana e Jussara. Destaque para a virtuosa interpretação pianística de Állison Melo.

Dando fim ao repertório temos a alegre e festiva Enquanto eu viver. Assim como na faixa seis temos uma levada bem pop, desta vez recheada de frases de metais que conta até com um solo de guitarra chorando no overdrive.

Como comentei lá em cima, achei que esse repertório, apesar de estar bem produzido, bem tocado e bem cantado, perdeu o pressão em relação aos dois cds anteriores. E o coral, que era o grande diferencial do grupo, parece que ficou em segundo plano, dando mais visibilidade para as interpretações individuais.

No final de 2010 o Raiz Coral participou do programa “Qual é o seu talento?” do SBT e depois de mais 4 meses de eliminiatórias, 50.000 inscritos, 42 semifinalistas aprovados pelos jurados e uma final disputadíssima, no dia 15 de dezembro de 2010 venceram junto com o cantor Igor Martins a 3ª temporada do progama, levando pra casa o prêmio de 200 mil reais.

Durante as apresentações o coral foi muito elogiado pelos criteriosos jurados, Cyz Zamorano, Carlos Miranda, Arnaldo Saccomani e Thomas Roth.

Desde a primeira participação do grupo no programa, Saas deixou claro que o objetivo era ganhar a edição para investir em projetos musicais, como a gravação do primeiro registro áudio visual do Ministério.

A promessa é do lançamento do DVD com sucessos antigos e as músicas inéditas deste novo cd.

Então! Que venha o DVD...

Ouças as músicas e saiba mais sobre: Raiz Coral