Análises

Where Do We Go From Here? (Pillar)

Márcio Heck em 10/07/05 7248 visualizações
Diante da enxurrada de bandas de rock moderno por todo o mundo nos últimos anos, Pillar se mantém como referência no estilo, se firmando como um dos grandes nomes no cenário cristão, com o álbum “Where do We Go From Here”. Lançado no segundo semestre de 2004 e distribuído no Brasil pela gravadora Bom Pastor, este é o quarto registro oficial da banda.

Liderado pelo vocalista Rob Beckley, o grupo tem tido o devido reconhecimento por parte da mídia especializada, tendo músicas executadas também em diversas rádios seculares.

Pillar é uma das poucas bandas de “new metal” que sobrevivem no meu repertório. Infelizmente, boa parte dos grupos que investem nesse segmento soam muito semelhantes entre si, parecendo cópias uns dos outros, tornando esse tipo de rock contemporâneo algo facilmente enjoativo. Pillar consegue fugir “um pouco” da fórmula manjada de riffs de guitarra graves e quebrados, alternados com arpejos melódicos e vocais gritados, misturados com passagens de rap. A criatividade dos músicos e a influência do Hard Rock tornam o álbum audível sem cair na mesmice.

A parte gráfica me chamou a atenção e o encarte não deixa a desejar. A capa, que mostra nuvens escuras e carregadas sobre um lugar deserto com muitas rochas e plantas secas, representa muito bem o título do álbum. Quanto às letras, são bem elaboradas e espirituais, que abordam temas do cotidiano e questionamentos comuns a todos.

A faixa “Hypnotized” abre bem o disco. Ao invés de uma “pancada” logo de início, a primeira estrofe é calma, com guitarras limpas. Mas aguarde o coro: Os potentes e marcantes riffs de guitarra tomam total destaque. Tais riffs nos remetem a “Sleeping Awake” do POD.

Bring Me Down” é uma das faixas mais executadas da banda em rádios americanas. É um som violento carregado de influências hardcore, com refrão pesado, melodia marcante e alguns vocais gritados, mas não traz nada de diferente do que a banda já fez nos álbuns anteriores. Agora “Holding On”, terceira faixa, é a melhor música do CD. Sua levada é baseada num hard rock rápido e direto, sem frescuras, carregada de bons arranjos. Rob Beckley manda muito bem nas linhas vocais, bem como Noah Henson nas guitarras.

Na seqüência, “Let It Out” tem bons riffs e uma levada de bateria, tocada por Lester Esteller, que cativam o ouvinte, e do meio pra frente se torna um grande som! Depois vem “Simply”, que é uma faixa lenta e cadenciada. Começa bem tranqüila e no coro ganha boas doses de guitarras.

A sexta faixa, “Rewind” é uma canção lenta, necessária e reflexiva. Versa sobre arrependimento: voltar atrás onde falhou, corrigir os erros, corrigir as mentiras, voltar para Deus. Logo depois, iniciada com ótimos arranjos de guitarras, temos “Frontline “, um empolgante e pesado som, ao lado de “Underneath It All “, que levam as características da banda.

Dirty Little Secret”, “Staring Back (Reflection) ” e “One Thing”, dão seguimento ao álbum sem deixar cair o nível das músicas.

A última faixa ainda reserva um dos melhores momentos do CD: a potente “Aftershock” grande som, cadenciado, empolgante com backing vocals bem encaixados. Posso arriscar dizer que as primeiras faixas do CD “Distorção” da Banda Fruto Sagrado foram inspiradas nessa música.

Os 42 minutos de duração estão na medida certa, explorando o “efeito repeat”. O quarteto conseguiu imprimir melodias e riffs marcantes sem soar repetitivo.

A menor influência de RAP permitiu uma proximidade maior com o Hard Rock. O ponto negativo é que apenas a faixa “Dirty Little Secret” possui algo digno de se chamar solo de guitarra. Neste quesito importante, Pillar deixa a desejar como todas as bandas de New metal. Fica a missão de se mudar isso. Ponto positivo para a ótima produção de Travis Wyrick. Enfim, considerando a evolução da banda, vale muito a pena conferir este ótimo CD!
Where Do We Go From Here?

(CD) 01/04


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