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Entrevista: Aeroilis

Redação em 17/01/05 12277 visualizações
Conte-nos um pouco sobre a história da formação da banda, falando um pouco de cada integrante.

Arvid – Na verdade a gente já toca junto, em outras bandas, há um bom tempo, eu toco com o Raphael (vocal) desde 94, tocamos juntos no Hadasha e no Nec Plus Ultra, o Fernando (fejão) também tocava no Nec Plus Ultra, assim com o Eduardo, que foi nosso baixista até pouco tempo atrás, ele deixou recentemente a banda por ele ter outras prioridades em sua vida e que acabaram conflitando com as metas que traçamos para o grupo, nosso novo baixista se chama Helon e está se adaptando muito bem à banda. Mas o Aeroilis começou mesmo no verão de 2001, aqui em Floripa.

"Aeroilis" é um nome diferente. Como a banda escolheu esse nome?

Arvid – Queríamos um nome que soasse legal e não precisava ter um significado bíblico, pois cremos que não é isso que vai determinar nossa fé, demoramos alguns meses para chegar em Aeroilis, que antes era Aerowillys, como o do carro, mas tempos depois descobrimos que já havia uma banda em SP, com o mesmo nome, como gostávamos dele, resolvemos somente mudar a escrita e ficou como está hoje, estamos satisfeitos com ele.

Raphael – Creio que se a banda for boa, o nome, quando citado, trará memória à banda. A proposta da banda é trazer algo novo através de melodias e letras, procurando evitar antigos clichês cristãos, a começar pelo nome.

O que vocês acham do mercado gospel no Brasil? Se pudessem, o que
mudariam?


Arvid – Acho que podemos falar algo sobre o rock gospel nacional, que é a nossa praia e que em geral é fraco, poderia ter mais qualidade e ser mais inovador principalmente, além de proporcionar mais espaço aos novos compositores que surgem e desaparecem a cada ano por falta de espaço. A maioria das gravadoras não investe em bandas novas, gente com potencial como, por exemplo, a ótima banda Acesso (Criciúma-SC), Golgotha(Curitiba-PR) ou Metamorphus(Manaus-AM), dentre outras várias, mas preferem investir nos mesmo de 12, 13 anos atrás, não que sejam ruins, mas a música é uma arte muito dinâmica, precisa de renovação. Graças a Deus a Bompastor tem nos dado total apoio e liberdade, foi uma porta aberta por Deus, com certeza.

Se pudéssemos mudar algo, faríamos com que as gravadoras e rádios buscassem escutar mais o que está sendo feito fora do eixo Rio-São Paulo, existem ótimas bandas no sul, norte e nordeste, mas que dificilmente terão oportunidade por que ninguém lhes dá o devido valor.

Quais as principais dificuldades que uma banda independente
enfrenta?


Arvid – Quando investimos no Aeroilis, colocamos tempo, suor e grana, fizemos por que acreditávamos no nosso som, desde o começo Deus colocou em nosso coração um desejo de ver metas alcançadas na banda e Ele que nos capacitou para dar esse ótimo início. Levamos mais ou menos dois anos gravando o CD em nosso home studio. Acredito que para um home studio, com o equipamento que dispúnhamos, a qualidade do CD ficou muito boa, graças a Deus, que deu dom ao Raphael, ele é o que poderíamos chamar de artesão da banda. Depois investimos dinheiro na prensagem do CD, mas sempre tivemos certeza de que Deus abriria as portas para nós, tínhamos que dar nosso passo que Ele faria o resto, aí quatro meses depois do CD chegar da fábrica já assinávamos um contrato de distribuição com a gravadora Bompastor.

Há alguns meses a banda assinou contrato de distribuição por 3 anos
com a Bompastor. O que a banda espera nesses próximos 3 anos?


Fernando – Ter a oportunidade de tocar e mostrar nosso trabalho em outros estados, divulgando o som e as idéias que temos a respeito de Jesus Cristo. Em relação a Bompastor, esperamos dar o retorno desejado, para que possamos prolongar esta parceira por vários anos.

Arvid – Esperamos mais portas se abrindo pra gente, recentemente fomos procurados por uma marca de camisetas, www.aquedadegolias.com.br, que agora está apoiando a banda, estamos bolando alguns projetos de evangelismo juntos também e várias outras coisa tem acontecido dessa forma, com pessoas nos procurando, é Deus indo a nossa frente, Ele está no comando, por isso não queremos fazer muitos planos para estes próximos três anos, preferimos fazer a nossa parte que é tocar e compor e cremos que Deus fará o resto.

A banda gravou seu CD homônimo com recursos próprios e em um home estúdio, porém a qualidade do CD não deixou a desejar. O que vocês diriam para as bandas que estão começando?

Arvid – Josué 1:6, diz tudo: “Esforça-te e tem bom ânimo...”. Se a banda tem talento e acredita no seu próprio potencial, se corre atrás de seus sonhos, creia que Deus abre portas, invista em equipamento e tempo, seja paciente autocrítico, busque a vontade de Deus, senão, você também não chegará a lugar algum.

Fernando – Façam de tudo para permanecerem unidos e confiantes uns nos outros. O relacionamento de vocês com Deus e entre a banda é a base de tudo, não há como “aparentar” um relação sadia.

A internet tem ajudado bastante a banda. Vocês acham que o compartilhamento de mp3 ajuda na divulgação das bandas novas e independentes?

Raphael – Definitivamente. Está sendo uma ferramenta importantíssima de divulgação para a nossa banda. Creio que ninguém compra um CD sem conhecer pelo menos uma música. O mp3 tem essa função.

Arvid – Com toda certeza, assim que terminamos a gravação, tratamos de logo disponibilizar três musicas para download e divulgar na rede, afinal no meio cristão não tem muitas opções para se divulgar uma banda nova e independente sem ser pela Internet que é rápida e tem um alcance gigantesco.

O estilo musical de vocês é bem diferente do que se faz no mercado gospel ultimamente. Quais são as suas influências e o que vocês têm ouvido ultimamente?

Arvid – Somos bem ecléticos quando a questão é música, mas particularmente tenho ouvido bastante Third Day, Coldplay, Travis, Seven Places, U2, Blindside, Further Seems Forever, Maniac Street Preachers, Jars of Clay, etc...

Raphael – além das bandas que o Arvid citou, posso citar outras como Seal e Radiohead. Agora estou ouvindo bastante Renascer Praise XI.

Fernando – Seventh Day Slumber, P.O.D, Sometime Sunday e Ben Harper.

Quais as diferenças que vocês vêem hoje com relação à música gospel internacional e a nacional?

Fernando – A música cristã lá fora está difundida no meio secular, enquanto aqui no Brasil ela é vista com muito preconceito. Há um estereótipo brasileiro para as bandas gospel.

Raphael - A principal diferença entre a música gospel internacional e a nacional está basicamente ligada à ousadia das grandes gravadoras apostarem em bandas novas com novos estilos. Bandas novas com boa música no Brasil existem, bem como público para elas. As gravadoras ainda não despertaram que são elas é que ditam a regra da música.

Arvid – Acredito que as pessoas têm medo de serem mal interpretadas e por isso não arriscam muito, preferem a acomodação à ousadia. Nos EUA, pelo pouco que sabemos, eles têm uma outra visão de música cristã, estão mais abertos e muito mais preparados, provavelmente por isso que lá o mercado é milionário e ascendente, enquanto aqui as bandas tiram dinheiro do próprio bolso para sobreviverem.

Existe previsão para gravação/lançamento do segundo CD?

Raphael – Existe sim. As músicas para o segundo álbum já estão prontas, e creio que a partir do 2º semestre começaremos a gravar o nosso segundo disco.

Deixem um recado para todos usuários do Supergospel que possuem um CD independente, e que curtem Aeroilis.

Fernando – Divulguem o máximo o trabalho de vocês, seja através de shows, internet, rádio, TV, boca a boca, sei lá. Não somente esperem acontecer. DEUS honra quem trabalha, corre atrás. Muito crente diz, “Deus sabe de tudo”, “se for da vontade Dele”, aí senta num sofá na frente da televisão, cruza os braços e não faz nada, e quando não rola as coisas diz, “não era da vontade Dele”.
Não cai nessa, meu.

Raphael – Gostaria de agradecer ao pessoal do Supergospel pelo apoio, e a todas as pessoas que gostaram da banda. O recado vai pra quem tem um CD independente. Ore e trabalhe para que aconteça.

Ouças as músicas e saiba mais sobre: Aeroilis

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