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Confira nossa conversa com Kim, líder da banda Catedral

Tiago Abreu em 29/01/14 7277 visualizações
Kim, você, juntamente com o Catedral já possui cerca de 25 anos de carreira. Quando começaram, certamente o contexto ao qual viviam era extremamente diferente do atual: a distribuição em LPs, a internet, na qual ainda não era popularizada. Como você e o Catedral agiram, inicialmente para divulgar o trabalho de vocês, até que se tornaram reconhecidos nacionalmente? Como a banda lida em relação as transformações do mercado?

Começamos no mesmo ano que a primeira rádio Gospel no Brasil foi fundada e também com o nascimento da antiga TV Rio que era pra ser uma TV Gospel. Nosso sucesso veio muito rápido com o nosso primeiro LP na época intitulado "Você". As transformações do mercado são reflexos das novas tecnologias e da mudança de mentalidade até em relação ao mundo da música. Acho que existem coisas boas que ajudaram muito e outras que dificultaram a vida profissional dos cantores/bandas e autores.

O que motivou, mais detalhadamente a saída de Glauco Mozart, nos primeiros anos da banda?

Foi uma decisão pessoal dele na época e nós respeitamos. Na verdade o Glauco sempre foi uma boa pessoa, mas não estava em sintonia total com a gente! Existiam muitas diferenças em termos musicais. Foi uma coisa normal.

Há muitos anos, vocês começaram com uma proposta muito parecida com a do Rebanhão, Sinal de Alerta e de outras bandas de rock com integrantes cristãos da época, tratando de temas espirituais, mas com reflexões críticas também, além da sonoridade. Hoje em dia, quais são as suas principais influências musicais e as do Catedral, como um todo?

Discordo um pouco de você. Nossa proposta era totalmente diferente. Principalmente em termos de linguagem. A Banda Catedral foi a primeira a fazer poesia de uma forma reflexiva e metafórica em suas letras dentro do mercado gospel. Nossa intenção sempre foi de alcançar o maior número de pessoas possíveis com a nosso trabalho, independente de religião e de mercado. Nunca uma banda teve tanta coragem e postura ideológica revolucionária na música gospel.

Quais são os principais frutos que vocês colheram (e estão colhendo) com o mercado secular?

Posso destacar algumas coisas boas que aconteceram com a gente. Fomos indicados ao premio Multishow logo quando entramos para Warner, depois vieram 3 indicações ao VMB da MTV {na categoria mais importante que era a escolha da audiência} que na época era o maior premio da música no Brasil e no ano de 2001 fomos simplesmente a Banda de Rock mais votada na MTV entre todas as bandas nacionais. Em 3 anos de Warner/WEA vendemos mais de 300 mil CDs numa média para Banda de pop/rock excelente e que nos deu em média 2 CDs de ouro em 3 lançados. Depois na New Music/Line Records tivemos 7 anos de sucessos com destaque para o lançamento do CD/DVD “Acima do Nível do Mar”, que vendeu mais de 250 mil cópias, do CD “A resposta de 1 desejo” que também foi CD de ouro e do elogiado projeto “Catedral 20 Anos na Estrada”! Nesses 7 anos e meio de New Music/Line Records continuamos com uma boa média para o mercado de Bandas de pop/rock no Brasil com cerca de 600 mil unidades vendidas. Hoje em toda a nossa carreira temos mais de 3 milhões de cópias vendidas. Acho que foi muito bom ampliarmos o nosso horizonte musical e só lamentamos a maldade de alguns dentro do meio gospel que impossibilitou que isso fosse maior ainda. Mas Deus sabe tudo que faz e para todos nós a vontade DELE é Soberana.

Recentemente, você com o Catedral gravou um vídeo esclarecendo várias das polêmicas da banda. Qual foi a repercussão deste vídeo?

Muito positiva. Existe muita hipocrisia no meio gospel. Há pessoas que se dizem cristãs, mas só sabem julgar os outros e difamar sem ter prova alguma do que esta falando. Isso tem que acabar de vez. Fomos muito prejudicados com maldades diretas de quem já ganhamos na justiça num processo que todos estão cientes e com mentiras plantadas por não sei quem como no caso da invenção do “tal programa do Jô” que nunca houve. Isso dá uma revolta em qualquer ser humano. Passei muito tempo decepcionado com o meio e com muita mágoa. Mas isso passou graças a Deus. Uma coisa essas pessoas que tentaram fazer mal a gente devem ter aprendido: a vontade de Deus é Soberana! E Deus tem um propósito muito maior no trabalho da Banda Catedral. Enquanto Ele quiser seguiremos em frente e ponto final.

Qual a sua visão a respeito do mercado gospel de hoje?

Vejo alguns trabalhos interessantes num mar enorme de mesmices. Esse mar tem que ser mudado. Ondas fortes têm que trazer de volta a criatividade, a ousadia e a poesia verdadeira e levar pra longe todo esse marasmo mercadológico que virou pra muitos uma receita para o sucesso!

Numa entrevista divulgada pela Billboard, o cantor Marcos Almeida da banda Palavrantiga afirmou não conhecer das intenções do Catedral. A seguir, você o responde nesta entrevista (http://www.gospelmusikas.com.br/2013/08/entrevista-confira-nossa-conversa-exclusiva-com-kim-da-banda-catedral.html) e, após o recente vídeo divulgado, o músico elogia vocês no portal Nossa Brasilidade. Esses desentendimentos com Marcos foram resolvidos?

Não o conheço pessoalmente, portanto nunca poderia haver um desentendimento real entre as partes. Houve apenas um mal entendido dentro de uma colocação a meu ver feita de forma infeliz, mas já esta superado.

Com a entrada na Sony Music, vocês relançaram o álbum "M.I.M." e agora, em carreira solo você lançou "Intimidade Sonora". Quais são os destaques de ambos os álbuns?

O CD “M.I.M” foi relançado pela Sony para que todos pudessem ter acesso a esse trabalho, pois ele já havia sido lançado dentro de um formato exclusivo e inovador numa edição de luxo para um grupo restrito de pessoas/fãs apenas. Também esta servindo para esquentar o lançamento mais importante da Banda que será o aniversário dos 25 anos de Carreira onde iremos gravar o nosso quarto DVD. Em relação ao meu novo CD, “Intimidade Sonora”, tentei um formato diferenciado onde a interpretação vocal é ainda mais valorizada e o resultado esta sendo muito elogiado pelos fãs da Banda e da minha carreira solo.

A maioria das bandas musicais de sucesso tem extensa dificuldade de se manterem ativas durante tanto tempo como o Catedral. Quais são os "segredos" da longevidade de vocês?

Certamente Deus. O que já tentaram acabar com a gente é quase caso de policia. Deus nos deu talento e ele tem um propósito muito maior com a Banda Catedral e com a minha carreira solo. E ao contrario do que muitos pensam ainda em nossas vidas Deus sempre foi e sempre será SOBERANO. Não fazemos barganhas com Deus. Que seja sempre feita a vontade dEle e não a nossa. Esse é o grande segredo de ter uma carreira longa de sucesso e de também ter que precisar trabalhar para ganhar o pão de cada dia, mas sempre dormir bem com a consciência limpa do dever cumprido de nunca ter brincado com O Nome Santo de Deus.

Como tem sido a repercussão do show “Mais que amigos, irmãos”, em parceria com o Novo Som?

Muito boa. É mais um projeto diferenciado dentro do mercado que nos deu muito prazer em fazê-lo até pela amizade e respeito que existe entre as Bandas. Acho que ainda vamos trabalhar bastante esse projeto por todo Brasil.

Como tem sido a parceria com a Sony Music?

Tudo muito no inicio ainda. O nosso maior projeto é a gravação dos 25 anos da Banda. Confiamos no Mauricio que já tivemos o prazer de trabalhar em outras duas gravadoras anteriormente e sempre com muito sucesso. Não será diferente dessa vez. Deus É Fiel!

Quais os planos de vocês para 2014?

Certamente a gravação ainda no primeiro semestre do DVD e CD comemorativo “Catedral 25 Anos - Música Inteligente Ao Vivo”. Valeu!

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Tiago Abreu

Jornalista formado pela Universidade Federal de Goiás (UFG), escreveu para o Super Gospel entre 2011 a 2019. É autor de várias resenhas críticas, artigos, notícias e entrevistas publicadas no portal, incluindo temas de atualidade e historiografia musical.


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