Analisamos o cd Meus Passos no Tempo, terceiro disco do Thiago Grulha. Veja nossa opinião

Meus passos no tempo é o terceiro disco da carreira musical do cantor Thiago Grulha, que além de ser músico, tem sido reconhecido nacionalmente como poeta e pregador inspirado pelas escrituras sagradas.

Este projeto é o registro cantado das mais profundas reflexões do compositor (que assina a criação de nove das doze faixas presentes no álbum, com exceção de "Poder pra Salvar", "És Fiel" e "O Choro") que aborda de forma simples o percurso de uma vida comprometida com Jesus e seus propósitos.

Com influência do rock britânico, Meus passos no tempo traz melodias marcantes em canções de forte teor pop-rock, envolvidas por arranjos que prezam a sonoridade, mantendo a formulação de banda como de costume nos trabalhos do artista.

O álbum tem arranjos de PC Baruk, Leandro Rodrigues e Thiago Cutrim e a produção musical é assinada por PC Baruk. A produção artística é assinada por Rebeca Nemer.

“Tanta coisa mudou, mas o que se passou está guardado na memória. Nada se apagou, comigo ficou, estou escrevendo a minha história”... Nostalgia é a canção de abertura do disco, trata-se de uma poesia cantada, de linguagem despojada e direta, que confirma tudo o que vamos ouvir nas onze faixas do álbum – letras poéticas, do tipo não tão óbvias quanto algumas que ouvimos por aí –, que se inicia sendo conduzida por um violão de aço, quando a banda entra com o peso temos a pegada forte e marcante do pop-rock. A letra é muito criativa e dispensa mais comentários. Só ouvindo para conferir.

Vivo para Ti mantém o repertório no clima do pop-rock. Versa sobre entrega e dependência de Deus, com uma abordagem que nos leva a identificar de forma clara a relação “vaso e Oleiro” que o livro de Jeremias propõe em suas entrelinhas. Destaque para os timbres de guitarra que chamam a atenção desde a introdução.

A seguir temos uma versão intimista da bela “Might to save” do Hillsong. O arranjo de PC Baruk para Poder pra salvar conta com uma dinâmica instrumental muito boa. Em relação à letra, Thiago usou a tradução interpretada por Aline Barros.

És fiel é conduzida pelo violão e por instrumentos de percussão, enquanto o piano e o baixo preenchem os espaços do arranjo. Destaque para a interpretação profunda de Thiago e Fellipe Magalhães.

A balada Nada poderá é um hino de autoria do cantor que foi gravado anteriormente por Luciano Claw no seu primeiro cd – “Sentimentos”. Essa versão ficou show. Destaque para o dueto do cantor com Leila Francieli. Uma das melhores canções do disco.

Eu vou te encontrar traz uma letra pequena, com melodia suave e firme execução instrumental – muito boa a interpretação de Alexandre Mariano em sua guitarra com timbres vintage. O refrão é marcante e apresenta um conceito aparentemente inédito: sempre cantamos para Deus que desejamos encontrá-Lo, segui-Lo, amá-Lo, etc... Mas aqui terão voz aqueles que já decidiram isso, o que pode fazer desse louvor um momento de profundo diálogo entre Deus e os que o entoam “de coração”.

Na faixa seguinte temos um hino de Paulo César Baruk, gravado em 1999 no álbum “Em Tua presença”. O choro marca presença no repertório, acompanhada apenas ao som do piano, como uma faixa incidental.

Comigo vai, Caminho e Tempo de amar são três louvores em ritmo de pop rock que mantêm a homogeneidade da proposta do disco.

Comigo vai é o mais “pegado” dos três. Vem com uma bateria bate-estaca, um sutil e agradável timbre de violão e Power-chords de guitarra densos e sincopados. Versa sobre segurança e confiança em Deus. Esta canção teve participação da banda que acompanha o cantor na estrada.

Os outros dois louvores possuem nuances do rock britânico no jeito de tocar da guitarra e do piano.

Caminho dá mais destaque pra guitarra e possui uma das melhores melodias do disco e ainda conta com um refrão de fácil assimilação.

Tempo de amar dá mais destaque para o piano, que é auxiliado pelo arranjo de cordas (sampleado) do maestro Ronaldo Oliveira.

Para fechar o repertório, temos outra poesia cantada e muito bem interpretada ao estilo acústico. Não é o fim é conduzida por um violão folk (violão com cordas de aço) virtuosamente executado por Cacau Santos.

Como faixa bônus, ouvimos uma versão violão e voz de Nostalgia.

Mais um lançamento Salluz Productions, gravadora que tem nivelado por cima a qualidade da música cristã contemporânea.

Ouças as músicas e saiba mais sobre: Thiago Grulha