Análises

Até eu envelhecer (Resgate)

Roberto Azevedo em 07/03/07 14014 visualizações
Desde 2003, quando lançou o disco Ao vivo comemorando seus 15 anos de carreira, havia a expectativa dos “fãs” por notícias de um novo álbum. Finalmente lançado em 2006, em seu mais novo trabalho, a Banda Resgate volta definitivamente ao rock'n'roll, estilo que sempre foi a marca registrada desta ótima banda de rock gospel.

Com mais de 17 anos de estrada, o grupo mantém a formação original com Hamilton (guitarra), Jorge (bateria), Marcelo Amorin (contrabaixo) e José Bruno (guitarra e vocal). Os quatro, além de ótimos músicos ocupam a posição de bispo primaz nas regionais das Igrejas Renascer em Cristo. Possuem uma sonoridade característica e bem definida que não perdeu a identidade ao longo de todos esses anos.

Até eu envelhecer é o nono trabalho da banda, foi gravado no Estúdio 12 (SP) e em seu lançamento foi realizada a gravação ao vivo do DVD na casa de espetáculos Tom Brasil. Neste evento o tecladista e produtor Dudu Borges (ex-Patmus), que havia participado como free-lance em diversas apresentações da banda desde o último cd, foi "aceito oficialmente" como participante da banda.

Meus pés dá inicio ao repertório de 11 faixas com o peso do hard rock. Traz arranjos bem pesados de guitarra e bateria, conduzindo uma letra que disserta sobre o avanço da Igreja Apostólica e tem participação do Ap. Estevam durante ministração na Conferência Apostólica 2005.

Passo a passo mantém a pegada hardcore da canção anterior. Desta vez o hino é conduzido por marcações de uma guitarra distorcida. No final temos um turn around um pouco mais longo onde Dudu “brinca” com escalas e frases de blues.

Astronauta traz licks de guitarra e órgão acompanhando a bateria que executa diversas levadas diferente, deixando a canção com uma dinâmica bem interessante.

Te encontrar tem uma linha melódica muito boa. O timbre da guitarra entre as estrofes dão um toque a mais que vale ser destacado aqui.

Eu vou chegar lá traz uma levada simples e assim como o hino anterior tem uma melodia muito legal.

A gente é a música que foi trabalhada nas rádios na época do lançamento do disco. Traz uma pegada bem agitada e uma letra super criativa. Na “gritaria” temos a participação de Bp Marcelo Monteiro e Pr Alexandre (RM6), Caco (Militantes), Guess e Cláudio. Muito boa e divertida.

O médico e o monstro trata da teoria da possibilidade da duplicidade de vida. Mantém a irreverência da canção anterior e mais um desfile de excelentes timbres de guitarra e teclado.

Teu sinal começa como mais um louvor no estilo do Resgate, porém com uma pegada mais pop. Até que no final rola uma quebrada de dinâmica que traz a participação da Banda e Coral Bani que ficou demais. Excelente.

A saída apresenta bastante peso nas guitarras, seguindo a linha da primeira faixa. A levada métrica da voz acompanhada pela guitarra ficou bem interessante e manteve o estilo irreverente que eles executam muito bem.

Desculpem-me os “fãs” do Resgate, mas Apocalipse now traz um arranjo “meio paralamas” e um vocal “meio engenheiros”. 

Brincadeiras a parte o hino tem a melhor letra do disco. Narra de forma criativa e interessante o momento do arrebatamento. A música traz o melhor solo de guitarra do cd. Na verdade são dois solos. O primeiro é mais melódico e o segundo é um pouco mais técnico, ambos são muito bem executados. Um belo naipe de cordas arranjado por Ronaldo Oliveira dão um toque a mais nesta que pra mim, é a melhor canção do álbum.

O perdido e o sentido traz outra letra bem criativa. De forma irreverente e às vezes um pouco confusa, a música narra uma conversão. Conduzida por um violão de aço ainda tem espaço para um solo de “palma de mão” com uma pegada bem jazzística. Fecha o cd com chave de ouro.

Todo o trabalho está de excelente nível, com letras inteligentes, profundas e marcantes. A banda que participou do estouro da música gospel no país, ao lado de Katsbarnea e Oficina G3, confirma que hoje é referencial dentro do segmento gospel.

Com a entrada de Dudu Borges, deixaram de ser a “maior banda de bispos do mundo”, porém a tendência é que musicalmente melhorem ainda mais. É a música cristã se fortalecendo. Com certeza este trabalho vai marcar época!

Até a próxima.
Até eu envelhecer

(CD) 01/06


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Roberto Azevedo

Editor-chefe do portal SuperGospel desde 2005, assessor de imprensa da cantora Marcela Taís desde 2012 e sócio da agência 2RA que hoje já conta com mais de 100 lançamentos nas plataformas digitais. Ainda exerce a função de Logística na MM7 Comunica, na AS Records, na Labidad Produções e na gravadora Futura Music (sediada na Bélgica) representando a empresa no Brasil.


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