Análises
Caminho de Revolução (Lucas Souza)
Roberto Azevedo em 09/01/06 15855 visualizaçõesO disco tinha como característica principal a contemporaneidade das canções, destacando-o como novo expoente daquilo que Deus está fazendo entre os jovens desta geração.
Após um período de retiro em dezembro de 2004, o cantor e compositor recebeu uma palavra clara do Senhor, baseada em Isaías 61, palavra que resultou, mais de um ano e meio depois de Capturado, na gravação de seu novo projeto, intitulado Caminho de revolução.
Neste album podemos desfrutar de mais 11 canções bem contemporâneas, letras profundas e originais e adoração intensa e vertical. Se pararmos para escutar vamos perceber que as canções estão bem homogêneas e os versos e palavras que são entoadas são em louvor ao Senhor Jesus.
Os arranjos e harmonias sinalizam influencias assumidas de alguns líderes de adoração da atualidade e pouco conhecidos no Brasil (pelo menos no que se refere as massas), como Matt Redman, Chris Tomlin, Charlie Hall, David Crowder e Tim Hughes, e de três bandas especificamente, Delirious?, Coldplay e U2.
O culto foi gravado ao vivo nos dias 11 e 12 de março e lançado no mês novembro. Lucas contou com a banda que o acompanha desde o início, composta por Lúcio Souza (sintetizadores, piano), Jorge Júnior (guitarra), Eduardo Mendonça (baixo) e Marcos Vinícius (bateria).
A gravação foi feita ao vivo, com todos usando metrônomo. Se por um lado essa iniciativa os forçou a fazer o dobro de ensaios necessários, por outro lado cd sai com o máximo de honestidade musical e o mínimo de overdubs e efeitos de estúdio. Diferente do cd anterior, desta vez não temos a participação, mais do que especial, de Heloisa Rosa nos vocais.
O disco mantém a levada pop-rock com uma pegada bem diferente do “padrão atual de adoração”, fato que deixa as músicas com uma sonoridade muito interessante.
E melhor ainda...desta vez curtimos a atmosfera de adoração criada em uma gravação ao vivo.
Outra característica do trabalho anterior que foi mantida é a bela programação visual do encarte.
E Melhor ainda...desta vez temos uma faixa interativa que contém as cifras, fotos e o excelente vídeo clipe da faixa bônus “Eu quero ir”.
O disco segue por canções que proclamam o reino, a glória e a majestade de Jesus, acompanhadas pelo forte, consistente e afinado timbre vocal de Lucas.
És real pra mim começa com um potente riff de guitarra que abre caminho para essa canção que proclama a libertação que existe no amor do Senhor. Com uma pegada pop rock de primeira temos uma “palinha” do que vamos ouvir no decorrer da gravação.
Feitor da História é uma versão para “History Maker” de Martin Smith, vocalista da banda Delirious? (do cd King of Fools). A partir dos primeiros acordes já temos aquela sensação de sonoridade singular no gospel nacional. Lucas aproveita esta canção para ministrar a platéia sobre a mensagem do album, que consiste em proclamar uma revolução de amor e de vida, baseada na palavra de Isaías 61.
Estrela da manhã versa sobre a direção que temos em Cristo.
Deixe o reino vir, Grande é o nome do Senhor, Tua beleza é maior que a vida, Como um rio e Glória, te darei glória são canções mais contemplativas com estrofes e refrãos envolventes e empolgantes sem perder a pegada pop rock.. As letras revezam momentos de adoração e poesia com momentos reflexivos e confrontantes.
Venho adorar-Te é uma versão para Here I am to worship, também gravados pelo 4 por 1 no cd De volta a inocência e por Massao Suguihara e Ana Paula Valadão no Adoração e Adoradores. Apesar de ser um louvor meio “batido” a interpretação de Lucas contagia.
Revolução cria o clima para a canção que definitivamente vai de encontro a tudo que ouvi até hoje relacionado ao que conhecemos como padrão de adoração.
Obsessão é outra versão de Martin Smith (esta é do cd Cutting Edge) que surpreende e agrada. Totalmente impactante, principalmente no explosivo refrão que diz “meu coração queima por Ti”. Destaque para a poesia e intensidade da letra, o clima que a banda constrói no arranjo, e a mensagem que a música nos transmite.
“O que eu faço com a minha obsessão? ...Estou tão sujo em meu pecado e o meu orgulho é uma doença...mas tu me cobres...meu coração queima por Ti”. Parece um salmo de Davi...Vale a pena conferir.
O vídeo bônus Eu quero ir que faz parte do pacote multimídia da gravação é excelente, mas nos deixa com o gostinho de querer ver o registro do culto também em dvd. Quem sabe o dvd não pinta no próximo disco?
“Em Caminho de Revolução podemos dizer que encontramos o elo que procurávamos em Capturado. Esse elo é exatamente o pavio da bomba incendiária que é mensagem e a musicalidade desse CD na nossa existência. Primeiramente porque adveio de uma palavra do Senhor a nós, este álbum não é uma construção estabelecida sobre a base de uma necessidade comercial ou contratual qualquer. Mas foi escrito de joelhos, num berço de criatividade vertical, onde as melodias e as palavras coabitam. A palavra central do álbum é Isaias 61. Ela percorre de várias formas todas as canções, sem nenhuma exceção. Já a musicalidade está na vertente da chamada adoração contemporânea. Não por ser superior a adoração de outras datas, o que seria uma falsa pretensão perniciosa, mas por acoplar valores musicais e intelectuais significativos de um adorador habitante da sociedade contemporânea. Dessa forma nos despojamos de todas as coisas e seguimos por essa estrada, rumo ao destino já conhecido: o encontro com a Verdade”, diz Lucas Souza.
Como a gravação anterior, este album também tem tudo o que é necessário para agradar tanto quem curte os grupos de rock adoração, quanto quem curte os grupos de louvor mais tradicionais.
E como disse na outra análise, é realmente muito gratificante confirmar a existencia de trabalhos sérios e com qualidade musical e espiritual fora do monopólio das grandes gravadoras.
Ouças as músicas e saiba mais sobre: Lucas Souza
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Roberto Azevedo
Editor-chefe do portal SuperGospel desde 2005, assessor de imprensa da cantora Marcela Taís desde 2012 e sócio da agência 2RA que hoje já conta com mais de 100 lançamentos nas plataformas digitais. Ainda exerce a função de Logística na MM7 Comunica, na AS Records, na Labidad Produções e na gravadora Futura Music (sediada na Bélgica) representando a empresa no Brasil.
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