Análises
Ouvimos o novo EP de Lauriete - Para Sempre. Confira nossa análise

Quase trinta anos depois das transformações vividas no meio evangélico com o advento do chamado movimento gospel, Lauriete entra em cena para apresentar Para Sempre, extended play que recria cinco sucessos da autoria de Edison Coelho. Um dos compositores mais importantes na história da música cristã contemporânea, foi eternizado nos repertórios de intérpretes como Ozéias de Paula e ao lado de sua esposa na dupla Edison e Telma.
Um dos males trazidos pelo intenso movimento gospel foi o forte esquecimento de seu pré-período no repertório evangélico. O cenário protestante nunca foi o mais exemplar em resguardar suas memórias. Por isso, se existe um ótimo ponto existente na década de 2010 é que artistas como Lauriete estão fazendo jus ao legado construído por músicos como Edison Coelho que, no disco, é explorado com maestria pelo produtor musical e arranjador Samuel Ribeiro, ex-integrante do Sinal de Alerta.
A imagem criada e consolidada por Lauriete, especialmente a partir do álbum Palavras (1999), é de canções firmes, musculosas e que abraçam sem reservas os discursos pentecostais. Ao lado de Samuel, a cantora mantém sua identidade, mas também acrescenta, com complexidade, uma firme paixão musical e ambição, o que resulta num registro quente e pulsante. Nada é coincidente: Lauriete e Ribeiro são filhos dos anos 1980 e conseguem transmitir, na musicalidade do projeto, certo esmero nas roupagens exercidas.
Tens e É Assim que eu Te Amo carregam certa semelhança pelo conjunto de referências. A voz de Lauriete, ao estilo dos crooners, conduz os expansivos e fundamentais arranjos de cordas de Tutuca Borba (Roberto Carlos) aos órgãos de Sérgio Assunção e riffs de guitarra de Samuel, responsável por um belo solo na faixa de introdução. É impossível não enxergar a influência de George Michael em Eu e Jesus, balada pop que faz do sax e dos backings um dos momentos mais dinâmicos do disco.
Brasa Viva, mais agitada, faz jus ao tom retrô do disco e, afiada, injeta gás a potente performance vocal de Lauriete com o órgão de Sérgio e o baixo funky de Charles Martins. Mais ao fim, a melódica e espirituosa Viva com Deus usa-se de influências soul em seus versos de pregação. Composto por uma combinação segura de uma produção emocional e serena, Para Sempre não é somente um álbum sobre a grandiosidade das composições de Edison Coelho, mas uma prova de que a memória da música cristã contemporânea precisa se manter viva.
Avaliação: ★★★★
Um dos males trazidos pelo intenso movimento gospel foi o forte esquecimento de seu pré-período no repertório evangélico. O cenário protestante nunca foi o mais exemplar em resguardar suas memórias. Por isso, se existe um ótimo ponto existente na década de 2010 é que artistas como Lauriete estão fazendo jus ao legado construído por músicos como Edison Coelho que, no disco, é explorado com maestria pelo produtor musical e arranjador Samuel Ribeiro, ex-integrante do Sinal de Alerta.
A imagem criada e consolidada por Lauriete, especialmente a partir do álbum Palavras (1999), é de canções firmes, musculosas e que abraçam sem reservas os discursos pentecostais. Ao lado de Samuel, a cantora mantém sua identidade, mas também acrescenta, com complexidade, uma firme paixão musical e ambição, o que resulta num registro quente e pulsante. Nada é coincidente: Lauriete e Ribeiro são filhos dos anos 1980 e conseguem transmitir, na musicalidade do projeto, certo esmero nas roupagens exercidas.
Tens e É Assim que eu Te Amo carregam certa semelhança pelo conjunto de referências. A voz de Lauriete, ao estilo dos crooners, conduz os expansivos e fundamentais arranjos de cordas de Tutuca Borba (Roberto Carlos) aos órgãos de Sérgio Assunção e riffs de guitarra de Samuel, responsável por um belo solo na faixa de introdução. É impossível não enxergar a influência de George Michael em Eu e Jesus, balada pop que faz do sax e dos backings um dos momentos mais dinâmicos do disco.
Brasa Viva, mais agitada, faz jus ao tom retrô do disco e, afiada, injeta gás a potente performance vocal de Lauriete com o órgão de Sérgio e o baixo funky de Charles Martins. Mais ao fim, a melódica e espirituosa Viva com Deus usa-se de influências soul em seus versos de pregação. Composto por uma combinação segura de uma produção emocional e serena, Para Sempre não é somente um álbum sobre a grandiosidade das composições de Edison Coelho, mas uma prova de que a memória da música cristã contemporânea precisa se manter viva.
Avaliação: ★★★★

Ouças as músicas e saiba mais sobre: Lauriete
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Tiago Abreu
Jornalista formado pela Universidade Federal de Goiás (UFG), escreveu para o Super Gospel entre 2011 a 2019. É autor de várias resenhas críticas, artigos, notícias e entrevistas publicadas no portal, incluindo temas de atualidade e historiografia musical.
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