Análises

Caminho de milagres (Aline Barros)

Roberto Azevedo em 02/05/07 76403 visualizações
Gravado em novembro de 2006 na Comunidade Evangélica Internacional da Zona Sul (RJ), Caminho de Milagres traz 16 faixas no estilo pop rock.

O produtor musical Rogério Vieira, responsável por Som de Adoradores (indicado ao Grammy latino de 2005) e Aline Barros e Cia (ganhador do Grammy Latino de 2006) mais uma vez é responsável pela concepção do trabalho e pelos arranjos.

Rogério trabalhou com uma banda experiente, formada basicamente pelo trio tradicional de rock, com Marcio Horsth (bateria), Rogério de Castro (baixo) e Sérgio Knust (guitarra) ao lado dos seus teclados.

O disco conta ainda com a participação de um coral de mais de 300 vozes reunindo membros da Comunidade Evangélica da Zona Sul e das PIB de Maricá e São Gonçalo. O coral foi coordenado por Ana Monteiro da Assembléia de Deus da Penha e ensaiado por Cleide Jane sob a regência do maestro Hedio Jandre.

O grande coral ocupou o espaço do púlpito e Aline Barros, que também é diaconisa da Comunidade, ficou sobre o tablado construído especialmente para ela ficasse no meio da congregação, dando-lhe total liberdade nas ministrações.

O encarte idealizado pela própria MK é bem simples e seu interior esta visualmente meio confuso. Algumas letras estão escritas em vermelho sob um fundo preto, fato que dificulta sua leitura. A capa até que é atraente, traz efeitos sobrepostos de blur (como se fossem pinceladas) com várias tonalidades de cor, porém as fotos parecem ter sido tiradas em estúdio e não na gravação ao vivo.

O repertório traz três versões do Hillsong. Todas são do seu último álbum, denominado “Might to Save”, que foi lançado no Brasil também em dvd. Todas as versões do “Hills” foram feitas pela própria Aline e levando-se em consideração as letras, ficaram bem legais.

Eu, particularmente, preferia que as versões fossem usados em um cd específico. Claro que é muito bom entoar em português hinos que gostamos de ouvir em outra língua, mas algumas realmente não funcionam. “Take it all”, por exemplo, foi hit no disco do United, e o Hillsong fez o que parecia impossível – melhorou ainda mais a música. Porém na versão nacional ficamos sem o marcante peso das guitarras, sem falar das nuances de fonética, que na minha opinião são o grande problema nessas traduções.

Mas vamos ao que interessa...

Já na introdução de Vou te alegrar confirmamos que o álbum realmente segue a pegada musical do anterior. Além dos arranjos consistentes e das belas melodias, a melhor parte fica por conta da voz “empostada” da Aline, diferente daquele timbre “fino” de seu início de carreira.

A galera que fez parte do Toque no Altar assinam a faixa título. Em Caminho de milagres, de Davi Sacer, Luís Arcanjo e Ronald Fonseca versam sobre o jargão “O impossível para o homem é possível para Deus”. O hino tem tudo para emplacar no repertório dos Ministérios de Louvor das Igrejas. “Quando o que era difícil se torna impossível, Deus começa a agir. Ele abre sempre uma porta onde não há saída. O impossível Ele faz acontecer.”

Tudo é Teu (Take it All – Hillsong) é a primeira das quatro versões presentes no disco. Apesar da falta do peso das guitarras, essa faixa é o pop rock mais pesado presente no repertório. Destaque para o refrão que é bem festivo e interativo.

O pastor Edson Feitosa (um dos autores do hit “Sonda-me, usa-me” do cd anterior) assina Manancial – Eu tenho sede de Ti. O hino é uma oração de contrição e entrega muito bonita, apesar da letra curta. “Tu És essencial pra sustentar a minha vida Senhor Jesus”.

O disco anterior trouxe uma séria de belas composições de Emerson Pinheiro, Marcus Salles e Kleber Lucas. Desta vez o destaque fica por conta das sete composições de Anderson Freire. Como Israel é uma delas. Canção de exaltação a Deus cativante e envolvente. Excelente!

O Hillsong marca presença mais uma vez. Desta vez a escolhida foi Poder pra salvar (Might to save), faixa título do mais novo lançamento do “Hills”, que versa sobre nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.

Contar meus segredos é mais um louvor com uma pegada contagiante. Nestas sete primeiras canções podemos perceber a variedade de timbres utilizados pela guitarra e pelos teclados tocados por Rogerinho. Além de um Hammond B3 e um Vacoder, o produtor usou na gravação um módulo GS3 e uma biblioteca de sons “Vienna Symphony Library”.

Diante da cruz (At the Cross) é a última das versões do Hillsong. O hino é uma canção de quebrantamento com uma levada mais lenta, porém sem perder o clima pop-rock, presente nas 16 faixas.

Neste ponto já dá pra verificar que o cd esta bem superior ao anterior, com canções bem mais marcantes. Detalhes e Espero em Ti são mais duas excelentes composições de Anderson Freire. Ambas clamam por santidade perante Deus. A primeira versa sobre vida no altar - “Faz proezas entre nós, realiza Teus milagres, nos traz o impossível. Mas não posso esquecer dos mínimos detalhes que movem o Teu coração”. A segunda versa sobre arrebatamento – “Pois logo verei o meu mestre Jesus e num segundo já estarei sobre as nuvens junto do Rei”.

Cubra-me (Cubreme) é a última das versões. A música disserta sobre confiança na proteção de Deus. Destaque para o turn around final executado pelo coral.

Quebrando esta seqüência mais contemplativa chegamos a Jesus, Filho de Deus. O louvor de celebração exalta a Jesus com uma pegada vibrante. Com certeza uma das melhores do disco. Destaque para o solo de guitarra de Knust usando um talk box.

Voltando ao clima mais contemplativo temos Leva-me aos sedentos e Deus que move os céus. Leva-me mais uma vez traz o coral com nuances de dinâmica bem expressivas. Deus que move é outra canção que versa sobre contrição, entrega e quebrantamento. A canção traz um arranjo muito bom, que conta com uma sincronia perfeita entre a banda e o coral nas convenções.

Conquista é um hino de celebração que possui um dos melhores arranjos do cd. O louvor de Anderson Freire traz como destaque o refrão que, assim como a versão do Hillsong, é bem festivo e interativo.

Fechando o culto temos Captura-me que é conduzida por um riff de guitarra ao lado de uma bateria “bate-estaca”. Uma constante em todas as músicas são os refrãos de fácil assimilação que ao lado das melodias muito bem construídas faz com que todos os hinos sejam ouvidos diversas vezes sem se tornarem cansativos.

Caminho de milagres mantém a competência de Rogerinho como produtor de destaque no cenário gospel nacional (se bem que nas musgas do Hillsong poderia rolar uma segunda guitarra pra dar o peso das originais) e mostra que apesar dos seus mais de 15 anos de carreira, Aline ainda tem fôlego para muito mais. Tanto fôlego que, além dos preparativos para o lançamento do dvd deste show, ela mantém a todo vapor seu projeto missionário evangelístico “Louvor Sem Fronteiras” e também prepara sua volta ao mercado latino.

A AB Records, gravadora de seu pai Ronaldo Barros, responsável pela distribuição dos títulos da cantora gravados anteriormente ao contrato com a MK Music (em 2004), lançou recentemente no mercado o dvd gravado na Coréia do Sul. O vídeo é inédito, registrado em 2001 no concerto Worship Explosion. O evento, que reuniu grandes nomes da música gospel internacional como Ron Kenoly, Tom Brooks, Abraham Laboriel, Justo Almario, entre outros, foi realizado na Igreja do Evangelho Pleno de Yoido, liderada pelo pastor David Yonggi Cho, que possui mais de 700 mil membros e é considerada a maior do mundo.

Pra terminar, lembramos que ela foi premiada no Troféu Talento 2007 como cantora que mais se destacou em 2006.

Mais informações podem ser obtidas em www.alinebarros.com.br
Caminho de milagres

(CD) 04/07


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Roberto Azevedo

Editor-chefe do portal SuperGospel desde 2005, assessor de imprensa da cantora Marcela Taís desde 2012 e sócio da agência 2RA que hoje já conta com mais de 100 lançamentos nas plataformas digitais. Ainda exerce a função de Logística na MM7 Comunica, na AS Records, na Labidad Produções e na gravadora Futura Music (sediada na Bélgica) representando a empresa no Brasil.


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