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Ouvimos o disco mais recente de Damares - Obra Prima. Confira nossa crítica

Gledeson Frankly em 20/05/17 2290 visualizações
Quando Damares lançou o disco Apocalipse (2008) houve um rebuliço em todo o universo cristão. O projeto levou a artista ao estrelato nacional, introduzindo a cantora num nicho que, até então, era composto por um seleto grupo de cantoras, como Lauriete, Cassiane e Elaine de Jesus. A partir daquela época, a paranaense conseguiu entregar uma sequência de álbuns de estúdio que fizeram história no cenário, como Diamante (2010) e O Maior Troféu (2013).

Pode-se dizer que, atualmente, Damares é um dos nomes que mais movimenta o mercado fonográfico e emplaca hits. Além disso, consegue agradar seu público e se manter a cada lançamento. Lançado em novembro de 2016 pela Sony Music Brasil, Obra Prima traz 14 faixas produzidas em conjunto por Melk Carvalhêdo e, dessa vez, Rogério Vieira.

O disco é aberto por Geração que Clama (Anderson Freire), uma canção radiofônica essencialmente pop/pentecostal e que dá uma breve ideia do que virá. A faixa-título, Obra Prima (Tony Ricardo), é a canção que possui arranjos mais pentecostais do álbum e a melhor colaboração de Melk como arranjador. No entanto, sua letra é confusa. Eram necessários ajustes na estrutura da canção que tem, por destaque, os violinos de Winston Ramalho, Ricardo Molter, Juliane Weingartner e Freitas.

É a partir de Vou Louvar (Jadson Sousa/Kassia Sousa/Daiane Silva) e Ouve Senhor (Moisés Cleyton) que Damares experimenta novos estilos e se sai bem. Nesta última faixa, o teclado e os synths de Rogério Vieira tiveram êxito, além do time de backing vocals, formado por Paulo Zuckini, Hedy Barbosa, Ericka Nascimento e Paloma Possi.

Contudo, o álbum perde força em canções como Poema de Amor (Junior Maciel), Na Orla do Teu Manto (Moisés Cleyton) e Sobrevivi (Johnny Santos), que se encaixaria muito bem no disco Diamante (2010), mas aqui não faria falta. Porém, o destaque de Obra Prima vai para as canções A Glória é Tua (Leandro Borges) e Sou o Que Sou (Cláudio Louvor). Principalmente na primeira, temos o ápice do disco. Nestas faixas, a paranaense abandona o discurso humano que causou e causa muita polêmica no meio cristão por causa de "Sabor de Mel", e entrega canções extremamente cristocêntricas ao ouvinte.

Neste trabalho, a junção de um produtor com quem a cantora nunca havia trabalhado, Rogério Vieira, atrelado a parceria de sucesso com Melk agrega e faz com que Damares respire novos ares com a experimentação de novos sons. A surpresa fica por conta dos arranjos dos produtores que não tornaram Obra Prima um disco enfadonho e puramente pentecostal, mas aproximaram a intérprete à uma sonoridade mais jovem que pode atrair um público ainda desconhecido, mas que pode se interessar por seu novo trabalho.

Nota: ★★★★☆
Obra Prima

(CD) 01/16


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Gledeson Frankly

Paulista, cristão e acadêmico em administração pela UNIFESP. Escreve para o Super Gospel desde 2017.


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