Cura-me, o álbum Fernanda Brum que fala de lutas e bálsamo

A cantora e pastora Fernanda Brum, que já recebeu dezenas de cds e DVDs de ouro e platina certificados pela ABPD, tem sido referencial no segmento evangélico e até mesmo fora dele.

Em março de 2008, ano em que completa 13 anos de MK Music, ela lançou seu oitavo álbum pela gravadora carioca, denominado Cura-me.

O disco tem um repertório de 13 músicas e 1 prelúdio. Além de trazer algumas composições de sua autoria, o cd também marca sua volta ao estudo do violão, fato que lhe ajudou muito na criação de algumas melodias.

A produção é assinada por Emerson Pinheiro, seu marido, e parceiro desde o primeiro trabalho. A produção vocal é assinada por Siclair. O instrumental conta com a participação de Rogério dy Castro e Marcus Salles (baixo), Sérgio Knust (violão), Duda Andrade (guitarra), Jairo Bonfim (vocal), entre outros.

O encarte vem com um visual gráfico bacana. Criado em formato livreto, usa papel fotográfico e traz as letras e diversas fotos da cantora, explorando tons diversos de azul escuro e preto com fontes brancas.

O repertório começa com a faixa título. Cura-me possui um arranjo denso e vigoroso, cheio de nuances de dinâmica. O hino é um clamor pela operação de Jesus em nossas vidas através do Espírito Santo. Refrigério que devemos buscar todos os dias. No turn around final temos uma rápida ministração.

Coração que Sangra foi a escolhida para divulgação nas rádios. Escrita numa parceria entre os pianistas Emerson Pinheiro e Tadeu Chuff traz uma letra forte que fala de dor e de desafios vivenciados pelos servos de Deus.

“Alguém falou que eu não ia ser ninguém, mas Deus mostrou que eu iria muito além”. Alguém vem com uma mensagem de confiança na proteção, provisão e direção divinas.

A seguir temos uma versão de um hino de Rudy Peres e Jorge Luis Piloto (ministros de louvor da Vastago - gravadora mexicana). Como se cura a ferida versa sobre perdão e reconciliação. “Quando perdoar é tão difícil e quando esquecer não se consegue. Como se enfrentar essa vida quando o coração esta em pedaços”. Um tema sério e confrontante que infelizmente tem ficado em segundo plano nas nossas igrejas.

Livingsthon Farias é amigo do casal há muito tempo e sempre marca presença com pelo menos uma composição em seus discos. Desta vez a escolhida foi Adorai Adonai que é uma oração de contrição e entrega com melodia e harmonia muito belas.

Deus está comigo tem uma pegada bem congregacional e uma melodia envolvente. As estrofes versam sobre a soberania de Deus e o refrão de fácil assimilação destaca esse louvor com potencial para ganhar popularidade e cair no gosto do público.

Igreja, escrita em parceria com os irmãos gêmeos Alex e Alex, traz um arranjo que flerta com a pegada dançante dos ritmos latinos. Um violão executando riffs de salsa desfila pelo arranjo que conta ainda com diversas convenções baixo - batera, alguns power chords distorcivos e uma flauta de teclado. Muito boa!

Na faixa seguinte entoamos uma canção de exaltação ao Nosso Senhor Jesus Cristo. O cordeiro e o Leão nos relembra que Jesus veio ao mundo como Cordeiro para morrer por nossos pecados, mas ressuscitou e vai voltar dessa vez como Leão, para julgar a todos, quer creiam, quer não creiam.

Após um prelúdio em ritmo de flamenco ouvimos a canção protesto Aborto não!. Fernanda passou a apoiar a luta contra a legalização do aborto no País durante uma viagem à Bahia onde presenciou um proteste de mulheres que pleiteavam o direito ao aborto.

"Eu vi aquela cena e pensei: tanta gente querendo abortar e eu não tive o direito de ter os dois filhos que perdi? Essa constatação aconteceu depois que eu passei pelo primeiro aborto e tive que ir para uma sala de cirurgia. Naquele dia, entendi que o aborto, a curetagem, era uma violência contra a vida”. A música é pequena, mas tem uma levada cativante, além de ser altamente reflexiva.

Hoje, Fernanda tem um filho, Isaac, de cinco anos, cujo nascimento é considerado um milagre devido aos outros abortos espontâneos sofridos por ela. Este milagre que é cantado na faixa Não é Tarde, um dueto com Ana Paula Valadão, do Ministério Diante do Trono, que também só pôde vivenciar a maternidade depois de alguns anos de espera.

Orai por todas as crianças possui um arranjo bem elaborado explorando efeitos percussivos nos instrumentos. É a faixa que mais lembra a sonoridade de seu álbum anterior, “Profetizando as nações”. O título da canção já resume o conteúdo da letra.

Seguindo para a faixa 12 temos uma versão para uma canção de Cristal Lewis (que fez um dueto com Kirk Franklin na música “Lean on me” no cd “Nu Nation Project - Revolution”). Por um momento assim versa sobre gratidão pelo que temos vivido, mas relembra que Deus tem sempre mais para nós. Basta assumirmos, verdadeiramente, nossa parte neste compromisso.

Sobrenatural fecha o repertório. De certa forma, trata sobre o mesmo tema do louvor anterior.

A igreja evangélica é muito conhecida hoje por correntes que dominam a mídia e pregam o chamado evangelho da prosperidade: sem problemas financeiros, afetivos, de saúde etc.

Na contramão dessa corrente, Cura-me é um disco que fala de bênçãos, de lutas, vitória, de perseverança, de aflições, mas também de bálsamo.

Fernanda explica: "Tenho dificuldade de compreender esse evangelho pregado que afirma que nós não vamos passar nada, que nós somos super-homens. Esse não é o Evangelho que eu conheço. Eu conheço a igreja perseguida, conheço os cristãos que estão martirizados e pessoas que sofrem, sim, mas que amam a Jesus Cristo, pessoas que vivem tragédias, mas que se recuperam e seguem em frente porque estão fortes em Jesus. Então esse CD tem o intuito de ser um bálsamo para os corações que precisam ir para pregar o Evangelho, mas precisam ser curados primeiro".

Amém!

Maiores informações podem ser encontradas em:

www.fernandabrum.com.br ou www.profetizandoasnacoes.com.br

Ouças as músicas e saiba mais sobre: Fernanda Brum