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Ouvimos o novo disco de Thalles - Sejam cheios do Espírito Santo - Confira nossa análise

Tiago Abreu em 03/04/14 2677 visualizações
Lançado em maio de 2013, o novo álbum de Thalles é, sem dúvida um dos mais esperados do ano, principalmente levando em consideração o sucesso meteórico que seu trabalho tem alcançado nos últimos anos com os discos Na Sala do Pai (2009) e Uma História Escrita pelo Dedo de Deus (2011).

Segundo o próprio cantor, Sejam Cheios do Espírito Santo é uma continuação e ao mesmo tempo término desta trilogia composta pelos três álbuns. E o fruto da espera se tornou notável após o lançamento: o disco chegou ao primeiro lugar dentre os mais vendidos no iTunes e segue com muitos comentários positivos e negativos por parte do público em geral. Além de tudo, já é disco de platina.

A capa do disco segue uma ideia de modernidade, tentando fugir dos clichês apresentados atualmente. O CD foi produzido pelo próprio artista em parceria com Fábio Aposan, que também colaborou no Raízes 2, lançado em setembro do ano passado. Contém uma canção não inédita, Maravilha, trilha sonora do filme Três Histórias, um destino, produzido pela Graça Filmes.

O grande ponto positivo do álbum do Thalles está na qualidade técnica e instrumental. Sem dúvida, este é o melhor de toda a sua carreira neste ponto. Dentre as canções, o músico soube viajar em vários gêneros musicais sem perder-se totalmente no seu pop rock contemporâneo. Na faixa-título, por exemplo, nota-se influência clara do samba-rap, em Paixão de Adolescente um folk, que mais tarde cresce, tornando-se em pop, reggae e um ar nordestino com o acordeon. Os toques de violão em Foi a Mão de Deus são excelentes, completando um arranjo simples, mas belo.

Na interpretação, Thalles precisa conter os exageros, e manter o que estava dando certo em seu primeiro trabalho, Na Sala do Pai. Em Pai, eu não confio em mim, música que melhor representa seu estilo como músico, foi totalmente desnecessária a parte de ministração, oração e dando direito até o falar em línguas, embora a letra e o arranjo estejam bem agradáveis. Dias de Sucesso representaria muito bem a influência autobiográfica do cantor em seus versos, que realizou uma de suas melhores interpretações. A sonoridade também é muito boa, e leve. Os toques dos violões com as cordas causaram uma introdução de respeito. Ele é o Amor, assim como a anterior cumpre bem o seu papel.

A faixa mais polêmica do álbum, Filho Meu, por incrível que pareça, é uma das melhores do trabalho. Apesar das controvérsias relacionadas à sua letra, o cantor apresenta influências da black music e do reggae, possui um dos melhores arranjos do repertório. Há um excesso de faixas, que o torna cansativo, e a superficialidade lírica da maior parte do repertório.
Sejam cheios do Espírito Santo

(CD) 04/13


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Tiago Abreu

Jornalista formado pela Universidade Federal de Goiás (UFG), escreveu para o Super Gospel entre 2011 a 2019. É autor de várias resenhas críticas, artigos, notícias e entrevistas publicadas no portal, incluindo temas de atualidade e historiografia musical.


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