Análises

2ª Vinda – A Cura (Apocalipse 16)

Roberto Azevedo em 09/01/06 19913 visualizações
“Quando liguei o meu pc hoje de manhã, o Microsoft Windows piscou a data, implicantemente reconhecendo que, quer você creia, quer não, o nascimento de Jesus foi tão importante que dividiu a história em duas partes. Tudo que aconteceu neste planeta encaixa-se em uma categoria de antes ou depois da primeira vinda de Cristo ao planeta Terra. – Philip Yancey – O Jesus que eu nunca conheci”.

Deus veio ao mundo manso como um cordeiro, para fazer o que nenhuma pessoa poderia ter feito. Os evangelhos narram a história de Jesus, o nazareno, filho de um carpinteiro, que era 100% Deus e 100% homem.

Porém, o livro do Apocalipse nos mostra o Cristo glorificado. Com cabelos brancos (sabedoria), olhos de fogo (conhece o nossa interior, as nossas motivações), voz como de trovão ou como de muitas águas ou como de trombeta (autoridade) e com uma espada afiada saindo de sua boca (justiça e juízo). O livro do Apocalipse narra os eventos que antecedem a volta de Cristo. E acreditem...Ele vai voltar.

Nesse espaço de tempo compreendido entre a sua primeira e segunda vinda, vivemos em um mundo de mentiras, manipulado por lúcifer, onde travamos uma guerra diária contra nós mesmos (nossa natureza carnal pecaminosa) e contra o mundo e suas ofertas. Não temos como vencer essa guerra sozinhos, para isso contamos com o Espírito Santo. Essa luta é diária. Não existe nível de consagração ou de santificação que nos habilite a nunca mais sermos tentados ou provados. Só existem duas formas de pararmos de travar essa guerra. Ou no momento de nossa morte física ou na volta de Cristo.

Foi baseado nestes argumentos que parei para ouvir o 2º trabalho do apocalipse 16. 2ª VINDA – A CURA. A volta de Cristo será a cura para a nossa batalha diária contra nós mesmo, contra o diabo e contra o mundo e suas ofertas.

Se no cd anterior Luo, Charles MC e Dj Beitico surpreenderam com um trabalho de qualidade tanto nos arranjos, quando na mixagem e masterização, neste novo trabalho eles se superam. Bom para eles, bom para quem gosta de rap e melhor ainda para a black music gospel que tem crescido e aparecido de forma bastante profissional nos últimos anos. E o melhor de tudo é que o encarte além de bem feito, traz as letras.

Após Alpha, introdução que dá início as canções, temos a faixa título, 2ª vinda – a cura.

Os rappers versam sobre a função do evangelho, que não é só para salvar alguns, mas é também para condenar outros.

“É o tempo da destruição e ao mesmo tempo da salvação”; “Creia na promessa do Senhor e Salvador, espere pela nova terra e o novo céu nos quais habita a justiça”; “Você vai gritar por quem? Você vai correr pra onde?”.

Ho, ho, ho (To na paz do Senhor) é um rap mais melódico e uma das melhores faixas.

A música é um recado pros mano que acham que podem resolver as situações do cotidiano vivendo a margem das regras de nossa sociedade. Manda um recado também pras autoridades e apela para que os que ainda tem esperança que permaneçam firmes

“Mesmo com uma pá de problemas digo que a vida pode ser bela”; “A paz não é um sonho, acorde e deixe de sonhar com ela”.

Paz? Sonho? “Jeová é o deus que não tarda nem falha” e só ele pode nos dar a paz que excede todo o entendimento. Os problemas ainda estarão ali no mesmo lugar, mas nosso interior, preenchido pelo Espírito Santo estará em equilíbrio e isso por si só já é suficiente. O exterior é conseqüência.

Sem chance é mais um interlúdio que prepara para Muita treta.

Treta pode ser traduzido como o “lado negativo” jeitinho brasileiro. Se é que o jeitinho brasileiro tem um lado positivo.

Vamos dos guetos e favelas até a corrupção de governo. (mais atual impossível)

“É muita treta a farsa da comemoração dos 500 anos de enganação, 500 anos de exploração, mentira e desigualdade. Racismo e segregação”. A música alerta que a Deus não se engana e que devemos nos esforçar por um correto proceder.

Eu nunca vou morrer vem com um arranjo muito bom, meio latino e traz também a participação de Silveira. Fala sobre nossa esperança de vida eterna em Cristo. “Nunca vou morrer porque escolhi crer e confesso que meu salvador é Jesus Cristo”; “Eu lhe peço mano, por favor, creia nisto. Deus é criador e Pai de tudo. Em João 3:16 está escrito que todo aquele que nele crê terá a vida eterna. É exatamente por isso que eu escolhi crer e agora você sabe porque eu nunca vou morrer”

Após outro interlúdio, chegamos a outra faixa que pode ser incluída entre as que se destacam. Minha oração (parte 2) “Minha oração é: meus manos convertidos”. “Continuo orando pela salvação dos meus irmãos”; “mano malandragem é viver”.

Em Apc 16 o grupo faz o seu “comercial”.

“De credito a tudo que falo, pois não divago, não gasto meu vocabulário como gastam os otários. Prefiro conscientizar e não vacilar. Prefiro cantar a paz e não incitar a violência. Não concordo com a indecência que vejo na tv”; etc...

Em uma parceria com o rapper Xis (aquele da Casa dos Artistas) a banda clama por Paz nas quebradas. Destaque para a participação vocal do mano E-Beilli. “Do que vale a vida se não tem direção, do que adianta saber se não tem razão”.

Mais um interlúdio e chegamos a Meus inimigos estão no poder. É uma critica clara e sucinta em relação a corrupção dos governantes, a corrupção da polícia, a renda mal distribuída, ao descaso em relação aos aposentados, etc... Resumindo, eles cantaram a mais 5 anos atrás sobre isso tudo que estamos vendo na mídia hoje em dia.

Alívio traz a participação de Chrigor, vocalista da banda de pagode Exaltasamba, reforçando o vocal. “Quantas crianças choram a fome. Quantas mães criam seus filhos sem a ajuda de seus homens”. A canção é um clamor pela intervenção divina e também um agradecimento antecipado a Deus, firmado na expectativa de que Ele sempre nos ampara.

Em Bum, bum, pá Luo, Beitico e Charles, junto com Lipe versam, entre outras coisas, sobre a cultura hip – hop, mas não deixam escapar a oportunidade de argumentar sobre o descaso das autoridades e governantes em relação ao povo. “Quem vigia os vigilantes, quem governa os governantes?”.

Sobre uma base harmônica de uma música do Djavam (que não lembro o nome) e o reforço vocal de Silveira, Pros mano um salve, pras mina um beijo busca conscientizar a juventude. “Nunca anule o potencial que Deus te deu; não deixem o sistema manipulá-los; Jesus é nosso escudo e a verdade a nossa espada”.

Pra fechar com chave de ouro temos Contos da sul. São três situações narradas em um formato bastante interessante. Na primeira, interpretada pela Tina (esposa do Alpiste) temos uma mãe solteira feliz pelo primeiro emprego, mas que tem a sua vida interrompida pela violência que impera em nossas cidades. Na segunda vemos um nordestino que vai para Sampa cheio de planos, também arruma emprego, se enche de esperanças, mas é morto por engano. No último conto temos um jovem que era muito bem cuidado por seu avô, mas que acaba se envolvendo com “os parceiros da vida louca” e em um acesso de descontrole acaba matando seu avó e vai preso. No final Luo prega sobre o dia da justiça, o dia da 2ª vinda do filho de Deus, o Senhor Jesus, o Rei dos reis. A paz não é um sonho. Cristo vai voltar. Acreditem ou não.

Manos, nossa luta é real e diária. A tendência natural de nossa carne é militar contra o espírito. Não existe nível de consagração ou de santificação que nos habilite a nunca mais sermos tentados ou provados. Só existem duas formas de pararmos de travar essa guerra. Ou no momento de nossa morte física ou na volta de Cristo. Na sua segunda vinda nos livraremos deste corpo pecaminoso, receberemos nosso corpo incorruptível e teremos a nossa cura.

Amém.
2ª Vinda – A Cura

(CD) 01/00


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Roberto Azevedo

Editor-chefe do portal SuperGospel desde 2005, assessor de imprensa da cantora Marcela Taís desde 2012 e sócio da agência 2RA que hoje já conta com mais de 100 lançamentos nas plataformas digitais. Ainda exerce a função de Logística na MM7 Comunica, na AS Records, na Labidad Produções e na gravadora Futura Music (sediada na Bélgica) representando a empresa no Brasil.


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