Ouvimos o novo trabalho de Stenio Marcius - Prelúdio para o Deus Homem. Confira nosso review

Diferentemente de A Beleza do Rei (2010) e Está Consumado (2013), discos mais pretensiosos em relação aos antecessores de sua obra, Marcius voltou-se ao básico no lançamento Prelúdio para o Deus Homem. Não há muitos elementos de piano e percussão e toda a execução centra-se nos violões do cantor.

Da mesma forma, o músico rende-se a canções mais íntimas, que abordam visões humanas acerca de Jesus Cristo. Mais do que aquele cujo poder é incomparável, no novo disco de Stênio, a visão é de um Cristo em sua passagem pela Terra, próximo aos seus seguidores.

Sob esta proposta, o aspecto leve e sutil do trabalho ganha sua força. Primazia, que logo abre o álbum e versa a centralidade a quem é dedicada a obra, é uma das gravações mais brilhantes do registro. Outros momentos belos do projeto, tanto em termos vocais, quanto dos timbres e acordes de violão estão em Prelúdio para o Deus-Homem (talvez a mais forte do álbum), Você não Percebe (se destaca pelos instrumentos de sopro) e Teu Nome, com participações de João Alexandre e Diego Venâncio.

Apesar da visão aproximada, o cantor estrutura seu repertório com cuidado. Assim como em outros trabalhos de Marcius, poesia e teologia andam juntas. É em canções como Simplesmente um Homem e Para Onde Iremos que a tensão de um ser que, ao mesmo tempo, é dono de todas as coisas e está perto de todos que o acompanham é criada com criatividade. Esse paradoxo é o que dá coesão ao álbum e é sua principal beleza.

Em termos de produção, o disco evolui em relação a Está Consumado, cuja musicalidade tinha como, objetivo, expandir os horizontes do músico. Mesmo se voltando ao básico, Prelúdio ao Deus Homem é um registro mais homogêneo, se beneficia do melhor que Marcius pode oferecer como intérprete e compositor e, sem dúvida, fornece reflexões contundentes embasadas nas escrituras.

Nota: ★★★★☆

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