Análises
Após 20 anos de lançamento, reouvimos o álbum Por Cima dos Montes, do Rebanhão - Confira a crítica
Tiago Abreu em 07/01/16 1684 visualizações
Sempre Estar Contigo abre o oitavo álbum de inéditas do Rebanhão com sintetizadores e loops em evidência, enquanto a guitarra tem prioridade invertida. O disco anterior, Enquanto É Dia (1993), apontava que o grupo carioca estava de olhos abertos para as novidades do movimento gospel e do hard rock produzido pelas novas bandas da Renascer. No entanto, por outro lado, contém abordagem introspectiva de Pedro Braconnot. Por Cima dos Montes, lançamento da banda em janeiro de 1996 pela Warner Music Brasil, caminhou nesta sinuosa e suave direção.
Negando a possível essência "roqueira" dos últimos trabalhos, o núcleo sonoro do álbum é basicamente pop, também soando art rock como nunca. Embora, liricamente, seja em maior parte apático, soa elegante pelo cuidado nos arranjos em músicas como Noiva, cujas linhas de baixo executadas por Rogério dy Castro roubam a cena. Pablo Chies ganha espaço em músicas como Salmo 147, através dos pedais wah-wah explorados em toda a obra, mas sem tomar o protagonismo dos teclados.
Uma das faixas mais vanguardistas do projeto, Ligado na Videira funde gêneros como o samba-reggae, soul, pop e rock, mantendo a fidelidade ao ecletismo, uma das características fundamentais do Rebanhão. Eu Voltarei é singular na densidade orquestral do arranjo, e por incorporar influências contemporâneas do Queen num dos solos mais expressivos de Chies. As referências ao passado da banda também se espalham nas regravações, desde a roupagem hard rock em Contemplar e o tributo a Janires em Salas de Jantar. Razão não acrescenta em relação a versão original, enquanto Flor do Campo ganha suavidade em piano e voz.
Os deslizes maiores se concentram em Louvor, congregacional incoerente para a proposta do grupo e a pouca eficiência de Crazy For Jesus. A faixa-título pouco se assemelha ao Rebanhão, quando, juntamente a Tuca Nascimento, Braconnot tenta emular o som de Irmãos Nascimento em textura pop. O encarte demonstrou a desatenção da gravadora Warner na prensagem. Três faixas do álbum apareceram em ordem errada, erro corrigido na reedição de 2002. Na melhor das hipóteses, o álbum Por Cima dos Montes consegue unir arranjos e produção musical de respeito e um repertório pouco atraente, contradição que consegue camuflar parte de seus defeitos menos significativos.
Nota: ★★☆☆
Negando a possível essência "roqueira" dos últimos trabalhos, o núcleo sonoro do álbum é basicamente pop, também soando art rock como nunca. Embora, liricamente, seja em maior parte apático, soa elegante pelo cuidado nos arranjos em músicas como Noiva, cujas linhas de baixo executadas por Rogério dy Castro roubam a cena. Pablo Chies ganha espaço em músicas como Salmo 147, através dos pedais wah-wah explorados em toda a obra, mas sem tomar o protagonismo dos teclados.
Uma das faixas mais vanguardistas do projeto, Ligado na Videira funde gêneros como o samba-reggae, soul, pop e rock, mantendo a fidelidade ao ecletismo, uma das características fundamentais do Rebanhão. Eu Voltarei é singular na densidade orquestral do arranjo, e por incorporar influências contemporâneas do Queen num dos solos mais expressivos de Chies. As referências ao passado da banda também se espalham nas regravações, desde a roupagem hard rock em Contemplar e o tributo a Janires em Salas de Jantar. Razão não acrescenta em relação a versão original, enquanto Flor do Campo ganha suavidade em piano e voz.
Os deslizes maiores se concentram em Louvor, congregacional incoerente para a proposta do grupo e a pouca eficiência de Crazy For Jesus. A faixa-título pouco se assemelha ao Rebanhão, quando, juntamente a Tuca Nascimento, Braconnot tenta emular o som de Irmãos Nascimento em textura pop. O encarte demonstrou a desatenção da gravadora Warner na prensagem. Três faixas do álbum apareceram em ordem errada, erro corrigido na reedição de 2002. Na melhor das hipóteses, o álbum Por Cima dos Montes consegue unir arranjos e produção musical de respeito e um repertório pouco atraente, contradição que consegue camuflar parte de seus defeitos menos significativos.
Nota: ★★☆☆
Ouças as músicas e saiba mais sobre: Rebanhão
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Tiago Abreu
Jornalista formado pela Universidade Federal de Goiás (UFG), escreveu para o Super Gospel entre 2011 a 2019. É autor de várias resenhas críticas, artigos, notícias e entrevistas publicadas no portal, incluindo temas de atualidade e historiografia musical.
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