Confira nossa análise do disco Um Chamado, um clássico na discografia da banda 4/1

Um chamado é o terceiro álbum do conjunto Quatro por um, gravado em 2005 e lançado em 2006, com o selo da MK Music. Com arranjos de Marcus Salles, Duda Andrade, Emerson Pinheiro e Valmir Bessa, o disco contém onze belas canções, que carregam uma mescla de pop e rock cristão, desde estilos mais pesados até baladas mais dançantes.

Rapidamente, vamos contextualizar o álbum. Esse foi o primeiro álbum depois da saída de Emerson Pinheiro do grupo, que gravou esse CD com Marcus nos vocais e backings, Duda no violão/guitarra e Valmir na bateria/percussão. Emerson ajudou os amigos na produção desse álbum – ele, como exímio produtor e arranjador (está sempre a frente dos trabalhos de Fernanda Brum e do Voices).

É importante salientar que o quarteto é formado por músicos profissionais há algum tempo. São conhecidos por participações em CDs de vários cantores. Por isso, para estarem juntos nunca foi algo tão fácil, nem simples. Vários compromissos tiveram de ser abandonados para darem prosseguimento a esse ministério. Infelizmente, devido à falta de tempo, Emerson decide sair da banda no mesmo ano de 2006.

Esse álbum, que traz uma sonoridade marcante, mas mantendo a essência de adoração em todas as faixas, marca, definitivamente, uma nova fase dessa banda, até então, bem jovem. Isso foi reconhecido pelo Disco de Ouro recebido pela ABPD, no final de 2007.

A música que inicia a nossa análise é Eu celebrarei. Traz uma música basicamente na guitarra e bateria – aliás, destaque para a introdução, bem interessante e pesada. A letra me agrada bastante, falando sobre a essência do Salmo 20. Confesso que, mesmo sendo um estilo pesado, sinto a falta de uma base, mesmo leve, no teclado e alguns toques de baixo. Mas a voz de Salles, principalmente no coro, diminui essa sensação. Canção ótima pra dançar e pular.

Seguimos, logo, com a faixa título do CD, que é exatamente a canção mais conhecida e uma das melhores do CD. Um chamado começa mais suave, com uma introdução com alguns toques de guitarra e com base no teclado. Uma estrofe com voz suave de Marcus, acompanhado no violão é bem agradável. O pré-coro nos leva a um coro com voz forte, bateria idem, mas com arranjos que permanecem bem colocados. Excelente canção, com uma produção admirável. Excelente!

Uma das mais lindas, sem dúvida, é Porque creio em ti, que traz uma introdução belíssima ao teclado. Interessante é que quando começa a música, temos o violão conduzindo, com alguns toques de percussão – dando ao teclado papel secundário, apenas com strings no teclado, dando um toque especial. O peso que a canção ganha no coro, principalmente, com alguns toques de violino, é absolutamente perfeito, impecável. Belíssima canção.

Prosseguindo. Quero voltar traz uma introdução interessante, com alguns efeitos e uma bateria leve. A pegada da canção é rápida, muito interessante. Uma estrofe que tem o violão, dando o tom e o ritmo, para dar entrada à bateria. O coro é bem legal, com uma letra bem escrita, alguns toques de guitarra bem colocados. As vozes são muito bem feitas, principalmente no backing. Aos poucos a canção vai ganhando mais pegada e peso. Ótima.

Teu perfume, outra bela canção. Uma introdução bem suave, na bateria e alguns toques de guitarra, bem agradáveis. A estrofe muito bela, ao teclado e voz. O coro ganha bastante peso, principalmente na bateria e com um teclado com sons de órgão. A letra, sem comentários, muito bem escrita e com uma essência belíssima. Destaque para o solo de guitarra.

Continuamos com Meu mundo, que tem uma introdução que me lembra muito Meu futuro, do Toque no Altar. Gosto do andamento da bateria. Alguns toques que lembram uma sanfona dão um toque bem especial, mas diferente. Uma voz bem apresentada. Destaque para o pós-coro, muito bonito.

Temos O que vier, que se baseia em Eclesiastes 12. Uma introdução que já mostra uma canção forte e pesada, com bastante bateria e guitarra. Confesso a vocês duas coisas. Não gosto da letra da canção, pois acho que o texto de Eclesiastes não é nada poético para uma canção. Não gosto também da sequência de notas usada na canção, principalmente na estrofe, tornando-a estranha para mim. A música é bem diferente, principalmente com o pós-coro, mostrando uma voz abafada.

O CD continua com Meu pranto que, embora se mostre uma canção mais suave, ela tem bastante peso no coro e aqui na introdução dela, com bastante guitarra e bateria. A condução da estrofe no violão me lembra um pouco Enquanto houver fôlego, do mesmo grupo. O backing vocal é perfeito, principalmente no coro. O pós-coro, embora mais pesado, é muito bonito. Excelente canção, sem dúvidas, com uma letra muito bem escrita.

Jesus, em tua presença tem dois pontos interessantes: uma versão excelente da famosa canção de Asaph Borba, e um dueto impecável com Aline Barros. A versão é bem diferente, mais rápida, carregada de bateria, com alguns toques de violão e guitarra. Aline interpretou muito bem, mas poderia ter economizado nas firulas excessivas. Gosto muito dessa versão.

Ainda temos Não temerei, que começa na condução da guitarra, em dueto com a voz. O coro é muito legal, com voz em dueto, um arranjo que não é pesado nem enjoativo, com a bateria bem colocada. Os efeitos ao fundo, que lembram um violino, dão um toque muito legal à música. Destaco o solo de guitarra e o posterior aumento de tom, que ficou muito bom.

Pra encerrar o CD, temos Filho de Davi, que é uma canção bem pesada na guitarra e na bateria. Não curti muito o contraste com a estrofe, que temos um violão muito forte e um teclado. Deu-me a impressão de que o arranjo estava bagunçado, ou seja, não dava pra saber quem era quem. Um estilo de rock bem pesado, com um prato cheio para quem ouvir.

Bom amados, esse álbum é, sem dúvida, dos melhores desse grupo que há tanto tempo vem nos abençoando com as suas belas músicas.

Deus te abençoe!

@jonathacardoso

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