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Confira o review de On The Rock, um clássico na discografia da banda Resgate

Gleison Gomes em 22/04/11 8730 visualizações
Ê Memória! É sempre um barato ativá-la e poder revisitar grandes momentos das nossas vidas. E a música tem uma espécie de poder especial, capaz de cativar as pessoas, embalar e transformar corações.

Na Bíblia (em I Sm 16.14-23) vemos uma amostra de como ela pode ser um instrumento de Deus, na ocasião o Rei Saul que estava atormentado por um espírito mau, sentia alívio e se achava melhor sempre que Davi tocava sua Harpa.

Nessa ocasião vamos relembrar um trabalho da Banda Resgate, o On the rock, lançado há 15 anos, no ano de 1995.

Este cd foi produzido por Paulo Anhaia, no Estúdio 43, ao vivo, no período de junho a outubro desse mesmo ano, e lançado pela Gospel Records, que em abril do ano passado encerrou suas atividades as quais exercia desde 1990.

A formação da banda pouco se alterou desde seu início, e nessa época, pra esse disco, teve a seguinte ficha técnica: no Baixo: Marcelo Amorim, nas Guitarras e Violões: Zé Bruno e Hamilton, Teclados: Zé Bruno e Paulo Anhaia, na bateria: Jorge Bruno e os vocais por conta de Zé Bruno e Paulo Anhaia.

Em 1995, a Banda Resgate já estava na estrada por volta de seis anos, e este era o terceiro trabalho lançado. Dos quatro integrantes (que são os citados na ficha técnica com exceção de Paulo Anhaia), apenas o Jorge mantinha cabelos curtos, os outros três ainda ostentavam longas cabeleiras.

O cd é composto por 14 faixas, então vamos a elas.

A primeira é Doutores da lei, ela aborda a questão dos falsos mestres, que ensinam como viver e não vivenciam o que eles mesmos apregoam. Daí a necessidade de recusar a viver como esses, pois “Quem conhece a liberdade, a quem o próprio Deus chamou, Não aceitará se submeter a nenhuma escravidão”. É melhor viver em santidade, e caso tropece, ter humildade de reconhecer o erro e buscar o perdão de Deus assim “Misericórdia quero e não holocaustos é preciso aprender”.

A seguir, vem Acusador, que mostra a confiança daquele que é liberto por Deus: “Eu sei - fui comprado por um alto preço, Eu sei – você tá debaixo do meu pé, Eu sei – nada poderá me separar, do amor de Deus”, e a certeza de que contra isso o acusador mentiroso nada pode fazer.

Abrir os olhos é a faixa de número 3. Possui uma interessante letra que alerta para que as pessoas se acheguem a Deus enquanto há tempo, quem não o faz, acaba assistindo “ao seu próprio velório, do pior lugar”. Nela, Zé Bruno imprime bastante intensidade no vocal, e consegue transmitir como é a vida de correria moderna: “Corre todo dia, toda hora, Em todo tempo, feito louco, Dando volta, fica tonto, Sem parar pra pensar, Trabalha o dia inteiro, Junta grana, Põe no banco, paga conta, Compra roupa, Sem parar pra pensar”.

A quarta música chama-se Papo de lóki, que fala de transformação, mudança. Daquele pessoal que antes vivia down (mal), mas ao escutar a mensagem de salvação e pensar a respeito, decidiram mudar para melhor, e depois disso não foram mais reconhecidos porque “a gente pirou, agora a gente é crente, agora a gente é lóki”.

Esta música, mais recentemente, ganhou uma versão punk rock, cantada por Zé Bruno juntamente com a banda Militantes, no dvd destes o “Mais ao vivo do que nunca” em 2006.

A faixa seis, intitulada Tempo, baseia-se em Eclesiastes 3, e como o título denota, discorre acerca de todas as coisas terem seu momento oportuno para acontecer. Em seu início, e em alguns outros momentos durante sua execução, ouve-se badaladas de um relógio e sons de sinos, o que sugere o agir do implacável tempo.

Príncipe, cujo conteúdo remete a Is 9.6, é uma faixa bem simpática e doce de se ouvir, por conta de alguns prolongados “Aleluia”. Lembra canções do período natalino. A letra faz referência ao advento e poder de Jesus, o Messias.

A seguir, não tem música de fato, Tá berto lá?, Só pa sabê!, são apenas duas frases que Zé Bruno cita em tom de brincadeira. Essa faixa, que é de autoria de Jorge Bruno, se a considera-mos como música, é capaz de entrar na lista das que possui menor duração de todos os tempos, cerca de 10 segundos.

A nona canção, Sobre a rocha (On the rock, em inglês) opõe dois tipos de pessoas: o tolo e o sábio. Enquanto o primeiro não crê em Deus e constrói sua casa sobre a areia, o segundo confia sobremaneira em Deus e edifica seu lar sobre a rocha mesmo “Contra todas as evidências, Contra a voz dos fariseus, Como sábio fazer minha habitação, Sobre a rocha”.

Na décima, Fogo, vemos mais uma amostra da veia cômica da Banda. Em todos os meses do ano e em todos os dias da semana (indo e voltando) chega-se a conclusão de que “Todo dia é dia de cachorro louco, Todo dia é dia de fogo no cão”. Vários latidos, e até uivos, complementam a letra para lá de animal.

Solidão vem logo depois e discute a questão de viver só, sugerindo o Filho de Deus como “Amigo em todo tempo”, “Presente mais que perfeito pra quem vive só”. Dessa música foi produzido um vídeo muito bacana, nele Zé Bruno interpretou um velho homem que vivia isolado, acometido de constantes tremedeiras, a observar os ponteiros de um relógio e sentado numa cadeira de balanço. Maquiagem forte.

Em Vida temos uma música bem agitada, composta por trocadilhos com a palavra título da canção e a sonoridade da letra “v”, assim: “Vida curta, Vida longa, Quero a vida a vida inteira, pra viver, Vida curta, Vida longa, Em Jesus a vida inteira, pra viver”. Muito boa.

Prosseguindo, temos uma balada das mais conhecidas, a agradabilíssima Palavras. Afinal “Como uma lâmpada para os meus pés, Como luz no meu caminho, As tuas palavras, Que alimentam, o meu interior”.

Concluindo o cd, He’ll Come Again, uma bonita versão em inglês, feita por Paulo Anhaia, da música “Ele vem” (de autoria de Zé Bruno e Hamilton) que compunha o repertório do primeiro disco da banda “Vida, Jesus e Rock’n Roll“ (1991).

Para “semifinalizar” este review, nada melhor que citar a dedicatória que a própria banda fez e que está no encarte do disco On the Rock: “Este álbum é dedicado a todos aqueles que um dia acreditaram que os malucos deste mundo poderiam ser transformados pela loucura da pregação. Agora a gente é Lóki”.

E Finalizando, dizer que atualmente a Banda Resgate viaja pelo Brasil e até ao exterior (como na Inglaterra, onde gravaram o divertido vídeo da música “Jack, Joe and Nancy in the mall”), divulgando e tocando seu mais recente trabalho, lançado pela gravadora Sony Music, o “Ainda não é o último” (2010), e em breve estará pronto mais um clipe desse cd, da música “outra vez”.
On the rock

(CD) 01/95


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Gleison Gomes

Historiador, apreciador de música, filmes e bolo de abacaxi.


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