Análises

Confira o review do disco Eu quero é Deus, da Comunidade Evangélica de Nilópolis. Um clássico na discografia gospel

Jonatha Cardoso em 24/02/12 6284 visualizações
Eu quero é Deus é o quarto álbum lançado pela Comunidade Evangélica de Nilópolis, no Rio de Janeiro, sob a direção do pastor Marcus Vinicius.

O CD é composto de 12 canções, gravadas ao vivo, em 1998, na quadra da Beija-Flor, sob a presença de mais de 7 mil pessoas, e algumas canções gravadas em estúdio.

Pra quem não conhece, em 1988 surgiu um trabalho em Nilópolis, onde várias famílias se reuniam para adorar a Deus e orar pelo bem da cidade. Tal trabalho cresceu, a ponto de dois anos depois ser criado a Comunidade Evangélica de Nilópolis, sendo escolhido para comandar a obra o pastor Marcus Vinicius. Ao longo dos anos foram lançados álbuns, com canções marcantes, como Descerá sobre ti e, uma das melhores da música gospel, Não há Deus maior, em 1996.

No ano de 1998 foi lançado o CD que vamos analisar. Ele, além de contar com músicas maravilhosas, foi um grande marco para a música cristã nacional, principalmente com a “febre” Eu quero é Deus. Sem dúvida alguma, um dos principais ministérios dos anos 90 foi a Comunidade de Nilópolis.

Começamos com a faixa-título, Eu quero é Deus. O coro bradando antes de a canção começar, além do solo de violão e guitarra, já deixa o terreno pronto para uma grande canção – os metais, principalmente o sax, traduzem tudo. O coro em si é simples, mas perfeito: “Eu, eu, eu, eu quero é Deus; não importa o que vão pensar de mim, eu quero é Deus”. Marcus sempre se caracterizou pela empolgação ao cantar. Ajudado pelo backing pontual, além das teclas e percussões precisas, temos uma canção para cantar e sair do chão.

Prosseguimos com Bom é estar, com uma batida mais rápida, na base da bateria e do teclado. O arranjo ao longo da música é muito bom, mas nem se compara ao show que Marcus dá no jogo das vozes/acordes ao longo da canção. O apoio do backing na canção é fundamental para o sucesso da mesma. Com direito a solos do baixista, do baterista e do tecladista. É uma das minhas favoritas.

Se você quer pular, dançar e gritar é só ouvir Aquele que está feliz. Com bom peso nos violões e toques excelentes dos metais, a canção é a mais animada e jubilosa de todas. As vozes de Marcus e do backing são ótimas. O coro é bem simples, mas envolvente: “Aquele que está feliz, diga amém; aquele que está feliz grite aleluia; aquele que está feliz, bata palma assim; aquele que está feliz, dance comigo assim”. Jesus é o motivo da nossa alegria!

Um estilo bem incomum de músicas rápidas é Celebrai com júbilo. A canção é bem rápida, e com a letra bem simples. Na verdade, a música em si é simples, apenas destacando as vozes, tanto de Marcus como das cantoras do backing. Uma coisa que acho interessante é a presença do violão nessa canção, pois o estilo não é muito comum para se ver canções deste estilo.

Na casa de meu Pai é uma canção bem conhecida, principalmente pela letra diferente do comum, mas pregando algo que estamos deixando de perceber: a casa do nosso Pai tem unção e poder para curar cegos, coxos e ressuscitar mortos. A canção, com belos toques e solos do saxofone, além dos arranjos e vozes mais simples, é uma bela canção.

Continuamos com a canção Vejo que a vitória, que faz uma linda parceria entre as teclas e o saxofone. O coro de todos cantando a música é muito lindo. A canção adota um estilo de músicas de adoração mais tradicional – estilo esse que eu gosto. Embora em alguns momentos a canção fique, digamos, mais forte, principalmente pela percussão. A letra fala que quando oramos, profetizamos e cremos, a vitória vem até nós, em nome do Senhor.

Uma das mais conhecidas canções do ministério é Deus, sara esta nação. Uma canção mais leve, com a pegada do teclado, sem os metais. É uma verdadeira oração: “Deus, sara esta nação, com o teu poder, com o óleo da tua unção”. Destaque para o aumento do tom no meio da música – muito legal. Também cito a guitarra – que até aparece pouco neste CD.

O próximo hino, Bendito seja o nome tem uma baladinha bem legal, completada muito bem com os metais. O coro é bem simples: “Bendito seja o nome da tua glória”. Lembra-me bastante a canção Fico feliz, da Aline Barros, embora os arranjos se firmem mais no teclado e na bateria. Acho a letra legal, mas poderia ser um pouco mais enriquecida.

As próximas canções são a parte, gravadas em estúdio. A primeira é Vem demonstrar, solada por Valéria Lúcia, irmã de Marcus, que foi integrante da Comunidade. A canção, na realidade, é a original do CD Dom da vida, de 1992. A letra é muito bonita, mas Valéria, que tem uma bonita voz, não precisava forçar tanto, como ela forçou. No mais, uma bela música. Pena que só teve versão ao vivo (acústico) no DVD de 16 anos.

Jesus, teu nome, é canção inédita, também solada por Valéria. Ainda com a mesma característica da faixa anterior, mas sem tanta intensidade. Gosto da baladinha feita pela percussão e dos arranjos mais simples. Sinto a ausência de um backing mais forte, que combinaria de forma excelente. Versa sobre o doce e maravilhoso nome de Jesus. Destaque para a guitarra, que em minha opinião, não precisaria aparecer.

Temos ainda O Senhor é o meu refúgio, novamente solada por Valéria, com Marcus fazendo segunda voz. Gosto bastante dos arranjos, que são bem tranquilos, mas excelentes pra canção. Além disso, os backings, quando apareceram, foram muito bons. A letra não é só de exaltação a Deus, que é nosso refúgio e fortaleza, como também um clamor, para que Deus perdoe a iniquidade do povo.

Uma das mais belas do repertório, curiosamente não é de adoração ou júbilo. É uma canção que fala sobre crianças. O sonho de toda criança, conduzida pela flauta e por arranjos leves, é cantada por Marcus. É linda: “O sonho de toda criança é ter um amigo que fale e entenda o que eles estão sentido. O sonho de toda criança é ter a esperança de um lar bem bonito que possa estar”. Junto com os backings, tem tudo para emocionar a quem ouve – e fechar o CD com chave de ouro.

É isto aí, meu amado!

Esse foi um CD muito importante na história da música evangélica brasileira, de um ministério que ainda hoje é usado grandiosamente por Deus.

Que Deus te abençoe!

@jonathacardoso
Eu quero é Deus

(CD) 11/98


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Jonatha Cardoso

Gaúcho, é membro do Ministério Encontros de Fé, de Novo Hamburgo (RS). É músico, toca teclado e bateria. Mas sua paixão mesmo é ouvir... Adora Hillsong, Ron Kenoly, Don Moen, Marcos Witt e outros cantores tradicionais. Nas horas vagas inclusive gosta de compor canções. Trabalha na área de Tecnologia da Informação e, por isso, está sempre conectado nas Redes Sociais e em seu blog.


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