Análises
Ouvimos A Volta do Filho Pródigo, um dos discos mais respeitados de Gerson Borges - Leia a nossa crítica retrospectiva

A fluidez se vê nas faixas introdutórias. Nos vocais de Gerson em dueto com João Alexandre em Voltar pra Deus e O Coração de Deus, ele faz reflexões, como narrador, acerca da inconsistência humana durante a vida cristã. As intervenções melódicas são bem trabalhadas. Há um quê de música popular brasileira, jazz e bossa-nova em faixas como as refinadas Bilhete e Quantos Empregados na Fazenda. Um Lugar Vago na Mesa é forte em todos os aspectos: Arranjos elaborados, poesia e interpretação na medida. O disco, como um todo é bem equilibrado e consegue passar pelos vários personagens da história com bastante naturalidade.
Essa transição também é coberta com faixas instrumentais, como a agradável Sobretudo Quando Chove - parte 2, uma jam espontânea. A fusão de música nordestina e pop de A Terra Distante, uma mistura que caracterizaria Gerson Borges no sucessor Nordestinamente (2009) funciona, assim como elementos de samba em Sem Lenço, Sem Documento, Sem Pastor e, como há de se presumir, blues em Blues do Mais Velho. As participações, como a de Jorge Camargo em Janelas, não chamam tanto a atenção. Muito pelo contrário, a presença ou falta de participações no projeto não faria qualquer diferença na qualidade final. A Volta do Filho Pródigo tem vários pontos positivos e impressiona pela proposta completamente diferenciada (e bem executada). Com este trabalho, Gerson Borges elevou sua carreira a outro nível.
Nota: ★★★★★
Ouças as músicas e saiba mais sobre: Gerson Borges
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Tiago Abreu
Jornalista formado pela Universidade Federal de Goiás (UFG), escreveu para o Super Gospel entre 2011 a 2019. É autor de várias resenhas críticas, artigos, notícias e entrevistas publicadas no portal, incluindo temas de atualidade e historiografia musical.
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