Análises

Ouvimos Aos pés da cruz, um clássico na discografia de Kleber Lucas. Confira nossa opinião

Jonatha Cardoso em 14/01/13 5160 visualizações
Com produção de Ricardo Feghali, Aos pés da cruz é o quarto álbum do cantor carioca, lançado em 2001 pelo selo da MK Music – o terceiro de sua carreira. O álbum foi gravado ao vivo na Igreja Batista Central do Gama, em Brasília, com um público de aproximadamente duas mil pessoas. Contém doze canções, que mesclam vários estilos, como veremos ao longo do CD.

Esse álbum sem dúvida alguma marcou, não só a história da música gospel brasileira, como também a carreira de Kleber Lucas. Kleber começou sua carreira na música com 20 anos, em 1988, em Goiânia, onde, junto do Pr. Bené Gomes, começou a integrar o saudoso Koinonya, com a qual gravou quatro álbuns, além de ter conhecido várias pessoas, como Alda Célia e Silvério Peres. Em 1995 ele sai do grupo, lançando, no ano seguinte, seu primeiro álbum, Rendei graças, que continha uma mescla de músicas do Koinonya e inéditas.

Mas foi no final de 1997 que ele começa a mudar sua carreira, ao voltar para o Rio e conhecer a MK Music. Ao ouvir seu álbum, convidou-o a lançar um novo álbum, chamado Meu maior prazer, em maio de 1998, o que lhe rendeu disco de ouro e colocou-o nas paradas das rádios em todo o país. No ano seguinte ele lança o álbum, por muitos considerado o melhor de sua carreira: Deus cuida de mim marca Disco de ouro no ano seguinte, com mais de cem mil cópias vendidas.

Entretanto, fazia dois anos que Kleber não lançava um CD – embora ele mesmo considere que esse último teve vida longa no mercado. Mesmo que não houvesse uma, digamos, “obrigatoriedade” dele lançar um álbum por ano, o público começou a sentir falta. Foi quando, através de resposta de orações, feitas por muitos irmãos, durante muito tempo, veio a decisão de gravar um novo álbum. Inicialmente planejado para ser em estúdio – inclusive já havia à época 70% do CD produzido assim -, houve a decisão de se gravar ao vivo, tendo o aval da diretora da MK e do seu produtor. Sem dúvida isso deu um toque maior ao álbum, que tinha tudo pra ser de qualidade excelente. Aliás, isso foi o que ocorreu: chegamos hoje a mais de 750 mil cópias vendidas, sendo o maior álbum de Kleber Lucas, sem dúvidas.

Começamos a nossa análise com Cantai ao Senhor, que leva um pouco do salmo 96: “Cantai ao Senhor um cântico novo, pois fica bem na congregação cantar ao Senhor.” É uma canção que tem uma introdução bem legal, simples, só no teclado e na bateria, com alguns toques na guitarra e do backing. Já pode-se perceber a atmosfera do “ao vivo”. É uma canção alegre, mas na medida – sem exageros. Tem uma excelente condução de Kleber, pontual e justa. É daquelas canções que mostram que não precisa de gritaria ou música pesada pra mostrar uma canção de júbilo. Ótimo.

Uma quebra no ritmo – algo que veremos nesse álbum – chega com Mais que uma voz, com uma música bela, que lembra um pouco música em estúdio. Traz o teclado bem, bem suave. Excelente participação do violão, conduzindo uma música que é mais leve – aliás, os arranjos são simples, mas conseguem preencher tudo para que a música não fique vazia. Destaco os aumentos de tom, que deixaram a música com um toque especial.

Uma das minhas favoritas é Vou seguir com fé, que é bem empolgante e animada. A introdução é excelente, no teclado. O início da canção é interessante, apenas com o violão e com Kleber. A condução da música, que vai crescendo até chegar ao coro, é bem posta, onde o teclado ganha um papel de “enfeite”, enquanto as cordas seguem na condução. O solo no meio da canção é um toque a mais na música, que é muito boa.

A música título do CD, Aos pés da cruz, sem dúvida é a melhor deste álbum. Começa com uma introdução linda, no saxofone. Uma estrofe leve, com alguns toques de guitarra, bem colocados, vai ganhando força aos poucos, até chegar ao coro – coro este dotado de uma beleza ímpar: “E mesmo quando eu chorar, as minhas lágrimas serão para regar a minha fé e consolar meu coração. Pois o que chora aos pés da cruz, clamando em nome de Jesus, alcançará de ti, Senhor, misericórdia, graça e luz.” Após o coro, a mudança de tom deu um toque muito positivo na canção, que, particularmente, ganha mais emoção ainda. Excepcional canção.

Um estilo bem diferente, carregado de toques da música cigana, traz Liberto pelo amor, que tem muito, muito violão clássico e outros instrumentos que dão toques pontuais. O ritmo, pouco comum de se ouvir na música gospel, é passível de elogio. Uma interpretação correta, bem colocada de Kleber. Os backings são ótimos no coro, dando mais apoio a canção. É uma música bem diferente do que estamos acostumados. Destaco o solo no final da canção.

Outra favorita minha, dos meus tempos de criança, é Deus forte. A música fala sobre o nome de Deus, que carrega vários nomes maravilhosos juntos – caracterizados pelos nomes em hebraico citados na canção. Após uma boa introdução, temos o violão conduzindo todas as estrofes. Destaco os belos toques de violino (isso mesmo, violino!) ao longo da canção. Aqui não temos backing, mas Kleber tem talento suficiente pra levar sozinho essa canção. Excelente.

Luz no fim do túnel é uma canção curta, rápida, conduzida apenas no piano, de forma muito bem colocada. Embora apenas Kleber cante, o coro da igreja ajudando dá um toque especial a essa canção, que é bem suave. Destaco o saxofone que dá um toque de charme a essa canção que, infelizmente é rápida, pois esse estilo de Kleber é excelente.

Prosseguindo com Louve, que é bem alegre, em um ritmo um pouco mais quebrado. Uma introdução bem interessante, que já joga direto no coro da canção. É uma canção bem participativa, bem empolgante. Os efeitos durante a música, sem contar a participação de metais, são muito bons. A letra é boa, falando sobre do louvor do cristão, em todo o tempo. Uma canção legal, que nem parece ter apenas pouco mais de 3 minutos.

Uma canção bem suave e lenta é Todas as vezes, que teve vários toques do arranjo feitos em estúdio. Uma canção que carrega uma grande emoção, principalmente em seu coro. Temos o teclado comandando os arranjos, Bons toques de cordas no pré-coro, que é curto, jogando direto ao belo coro, que fala sobre como é impossível achar um amor maior que o de Deus: “É como correr atrás de um vento, é como não sentir saudade em tudo aquilo que ficou, é impossível...”. Os belos solos ao longo da canção também são meus destaques.

Ainda temos Ele nos amou primeiro, que tem uma introdução bem eletrônica, muito legal, com vários efeitos diferentes do que estamos acostumados a ouvir, carregando bastante da guitarra. A estrofe, conduzida muito bem para o coro, que é excelente, por Kleber e pelo backing, além dos arranjos que tem um certo peso, mas nada exagerado. Adoro o aumento do tom.

Milagre do amor é uma canção com uma boa introdução, mas com uma estrofe suave, mas muito bela, com Kleber na condução e apenas no teclado e na bateria leve. Interessante é que o coro é diferente, mais forte, com arranjos que lembram toques de órgão, além do backing que ajuda na condução da canção.

Uma das que gosto neste CD, bem acústica, é Há uma unção, que encerra muito bem esse álbum. É uma canção do estilo congregacional, conduzida pelo violão e voz, com bela participação da igreja. A canção tem um arranjo muito lindo, e adoro a sequência de notas da canção. A letra é muito bela: “Há uma unção, já posso sentir; verdadeiramente, Deus está aqui.” Excelente encerramento!

Bom, amados. Esse CD vale a pena ouvir e reouvir várias vezes, pois, não só contem músicas ótimas, como também é dotado de uma qualidade singular. Excelente produção!

Que Deus te abençoe!

@jonathacardoso
Aos pés da cruz

(CD) 01/01


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Jonatha Cardoso

Gaúcho, é membro do Ministério Encontros de Fé, de Novo Hamburgo (RS). É músico, toca teclado e bateria. Mas sua paixão mesmo é ouvir... Adora Hillsong, Ron Kenoly, Don Moen, Marcos Witt e outros cantores tradicionais. Nas horas vagas inclusive gosta de compor canções. Trabalha na área de Tecnologia da Informação e, por isso, está sempre conectado nas Redes Sociais e em seu blog.


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