Ouvimos o EP de Alessandro Vilas Boas - O Fogo Nunca Dorme. Confira nossa crítica

Por um longo tempo, grande parte da massa popular foi se acostumando com a imagem de determinados artistas gospel e ao tipo de música que produziam, às vezes da pior espécie, diga-se de passagem. Na maioria dos casos, imposta pelo mercado e gravadoras, que buscam retorno comercial e costumam seguir o ditado popular “não se mexe em time que está ganhando”, evitava-se uma renovação entre o cast e proibindo grandes mudanças na musicalidade dos cantores.

Dessa maneira, os artistas independentes começaram a demonstrar uma enorme força acompanhada de um curioso potencial, graças as mídias digitais, majoritariamente. Assim, intérpretes que não eram conhecidos pelo público são expostos a nível nacional, sem o apoio de grandes gravadoras, agregando admiradores ao seu trabalho, agora num nicho.

Alessandro Vilas Boas, líder fundador do ONE Ministry no Brasil, é um destes que conseguiu romper o cerco criado pela indústria e ampliou sua música marcada por letras envolventes e arranjos volumosos. A estética de O Fogo Nunca Dorme impressiona e deve muito ao intérprete, pois só alguém com boas referências e uma excelente bagagem musical, conseguiria construir essa sonoridade convidativa, expressada, principalmente, por violão, guitarra, bateria e teclado.

Nas sensacionais faixas Ser Mudado e Quero Conhecer Jesus, podemos sentir a sinceridade de Vilas Boas em transmitir o evangelho com acordes que fogem do lugar comum. Fogo Em Meus Ossos, marcada pelas cordas, também passa longe das fórmulas batidas, seja em sua composição ou no arranjo. A intimista Me Faz Te Amar Mais traz o violão para o centro de forma sutil e fecha o disco da melhor maneira possível. O Fogo Nunca Dorme é audacioso e alcança êxito em todas as suas faixas.

Avaliação: ★★★★☆

Ouças as músicas e saiba mais sobre: Alessandro Vilas Boas