Ouvimos o mais recente álbum de Vanilda Bordieri - UMA. Confira nosso review

O novo trabalho de Vanilda Bordieri, UMA (Unindo Milhares de Adoradores), é uma enorme incógnita em sua carreira.

Vanilda é uma das cantoras e compositoras do nicho pentecostal pelas quais o gênero ainda vale a pena. Seus discos mais recentes, especialmente Na Tua Vontade (2014), trouxeram canções e temáticas que fogem do padrão cada vez mais enlatado e formatado dos lançamentos pentecostais. Em seu novo disco, a artista ousa e assume riscos. E dentro de tanta ousadia, o trabalho acaba soando extremamente estereotipado.

A proposta é de um disco mais orgânico, menos atento às regras da indústria e concentrado nos "corinhos de fogo", tão presentes em certas igrejas pelo Brasil. É uma demanda grande, esquecida e é ótimo que tenha sido trazido pela cantora. Mas a produção de Marcelo Victor e Ronny Barboza faz exatamente o contrário: Deixa tudo o mais artificial possível. Utilizar-se de captações em uma igreja, ao invés de fazer um registro realmente ao vivo, foi o tiro no pé. Em nenhum momento você é convencido com este falso ao vivo. E, obviamente, para todo disco que tende a ser básico, há um limite. E UMA os ultrapassa constantemente.

O repertório em si, em parte, soa bastante incidental. Entende-se o porquê este disco é um caso especial na discografia de Vanilda. São poucas faixas realmente acessíveis e ser comercialmente pouco viável é uma atitude louvável. Algumas canções como Coral das Adoradoras e Coral dos Homens são fortemente influenciadas pelo destaque de "Coral das Mulheres" e atingem o ponto desejado na medida. Já Nabucodonosor e O Linguarudo (esta última, curiosamente sem captações ao vivo) não conseguem ter tanto brilho justamente por serem faixas muito específicas. Vale salientar as interpretações vocais de Bordieri, que em grande parte da obra, são muito forçadas. Entre gravações em estúdio, captações e um repertório de "gueto", UMA é um disco muito cru que, se tivesse sido mais polido, poderia garantir espaço como uma ótima fora da curva no meio pentecostal e um dos discos mais criativos do gênero nos últimos anos.

Nota: ★★☆☆

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