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Ouvimos o mais recente disco de Heloisa Rosa - Paz. Confira nossa crítica

Roberto Azevedo em 21/03/16 3976 visualizações
Paz é o quinto disco inédito de Heloisa Rosa, lançado em dezembro do ano passado pela Musile Records. A produção musical é assinada pelo baixista e pianista Jr. Finnis, também responsável pela gravação do DVD Ao Vivo em São Paulo, de 2014.

O repertório possui dez faixas e como o nome que o intitula, contém várias reflexões de Heloisa sobre a paz. Ela é compositora de todas as músicas, incluindo uma parceria com o backing Maurício Alexandre na faixa 5. O projeto gráfico também agrada pelo design e fotografias em preto e branco produzidas pela gravadora, tudo em um digipack resistente.

Se Confiança era até então o álbum mais "pesado" de Heloisa Rosa, Paz é candidato forte para tirar o título do anterior. Quase todas as músicas continuam a ser orientadas pelas guitarras, seja com um som mais uniforme ou que faça fusão com outros gêneros. O rock britânico O Seu Caminho abre a gravação flertando com o techno, com muitos teclados preenchendo as coberturas dos riffs. Em contraste, Casa do Pão é mais dinâmica entre piano e um naipe de cordas interessante.

O disco caminha, durante a maior parte, com estas alternâncias. Em certos momentos, como Glorioso Dia e a agradável participação de Mauro Henrique do Oficina G3, o álbum caminha por uma vibe mais centrada no rock com pegada britânica. Aonde For, logo em seguida, é bastante semelhante com a levada clássica dos hinos tradicionais pela letra e musicalidade. Mas as guitarras, sempre em seguida, tornam o arranjo mais denso e novamente orientado pelas seis cordas.

Entre as mais pesadas, vale destacar a pegada pop australiana de Ainda não Aprendi e suas dinâmicas vocais, assim como Prêmio, que recupera o teor britânico que Heloisa estabelece desde o primeiro disco com bastante sintetizadores e o órgão hammond em A Alegria. A estrutura das demais canções lentas são bastante semelhantes a segunda faixa. Reina e O Amor que, além do piano e cordas, se destaca na sonoridade por ser conduzida por um violão de aço, ukelele e acordeon. E Santo Espírito, balada de encerramento, chama a atenção pelo arranjo denso, com guitarras viajando ao fundo da música.

Como letrista, Heloisa Rosa está muito bem. Algumas canções são mais poéticas e traçam um paralelo com a experiência da cantora em ser mãe, enquanto sua preocupação com a humanidade, sempre com uma visão cristocêntrica, consegue transmitir uma noção da vida bastante clara, rica e nem um pouco apelativa. Desde Estante da Vida (2008), Heloisa tem sido muito mais que uma intérprete de rock com letras congregacionais. Mais madura e passando longe de estereótipos e rótulos, sua música continua a ser interessante e cada vez mais contextualizada.

Nota: ★★★★☆

Colaboração e revisão: Tiago Abreu
Paz

(CD) 01/15


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Roberto Azevedo

Editor-chefe do portal SuperGospel desde 2005, assessor de imprensa da cantora Marcela Taís desde 2012 e sócio da agência 2RA que hoje já conta com mais de 100 lançamentos nas plataformas digitais. Ainda exerce a função de Logística na MM7 Comunica, na AS Records, na Labidad Produções e na gravadora Futura Music (sediada na Bélgica) representando a empresa no Brasil.


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