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Ouvimos o novo disco de Fernanda Brum - Da eternidade. Confira nosso review

Fernanda Brum, no entanto, é uma artista que transita com facilidade no congregacional e no pop. Consagrada em Quebrantado Coração, conseguiu encaixar, posteriormente o diferente Apenas um Toque, dando prosseguimento, com ineditismo à mensagem evangelística de Profetizando as Nações, algo que outrora era pouco comum no gospel nacional. Com Cura-me, Glória e Liberta-me, a cantora aparece mergulhada profundamente numa proposta pop, com texturas fortemente melancólicas que dividiram opiniões.
Mas agora, em 2015, Brum quebra a lógica dos últimos trabalhos ao lançar Da Eternidade. Produzido por seu marido, Emerson Pinheiro, o álbum soa como uma tentativa parcialmente frustrada de emular a sonoridade alcançada em Apenas um Toque. É essencialmente um projeto congregacional, mas sem o impacto e peso no repertório do supracitado.
A capa do álbum, tão criticada por internautas desinformados é excelente. A utilização do símbolo matemático como referência à eternidade proposta no título foi uma ideia simples e marcante. A polêmica envolvida em relação à sua recepção é um exemplo claro de que, muitas das vezes, o povo evangélico foge dos limites do bom senso.
Quando um álbum tem por título Da Eternidade, com uma capa tão conceitual há de se presumir que o repertório estará focado no tema. Em grande parte do registro isso acontece, mas a produção musical que o cerca é crua. Com a proposta de valorizar a atmosfera de uma gravação ao vivo, os níveis de captação foram exagerados. Os backing vocais, em certos momentos se sobrepõem à voz de Fernanda, que desempenha com timbres relativamente diferentes dos quais foi conhecida. Desta forma, Troféu e Pai dos Órfãos são as melhores faixas do repertório, com suas letras e arranjos que carregam a identidade já construída pela cantora. Em contrapartida, O que Tua Glória Fez Comigo é uma música por si só ultrajante, biblicamente incorreta e cheia de mantras que remetem aos tempos da lei.
Envolvido por erros e acertos, Da Eternidade é um disco mediano, mostrando que o êxito de Fernanda no congregacional, anos antes pode ter sido mera coincidência. Todavia, o álbum deixa claro que o erro principal, na verdade, está na produção musical pouco polida, necessitando de maior atenção e cuidado nas gravações futuras.
Ouças as músicas e saiba mais sobre: Fernanda Brum
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Tiago Abreu
Jornalista formado pela Universidade Federal de Goiás (UFG), escreveu para o Super Gospel entre 2011 a 2019. É autor de várias resenhas críticas, artigos, notícias e entrevistas publicadas no portal, incluindo temas de atualidade e historiografia musical.
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