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Ouvimos o novo disco de Thiago Grulha - Tão Perto e eu não Vi. Confira nossa crítica

Gledeson Frankly em 21/08/17 1905 visualizações
Em mais de 10 anos de atividade, Thiago Grulha sempre buscou retratar a figura humana e os desdobramentos do cotidiano através de suas canções-poesias, como uma espécie de desabafo. Ao verificar sua discografia até aqui, é possível perceber que há um avanço de maturidade, principalmente, na forma pela qual deseja levar sua música até o ouvinte. O novo disco de Thiago, Tão Perto e eu não Vi, transmite sinceridade em suas letras, que com o suporte de uma produção adequada, elevam tudo ao nível máximo.

A faixa-título foi baseada numa experiência pessoal do cantor e contém uma crítica social por trás de seus versos. Indica a "cegueira" presente em nossas vidas, por muitas vezes, em não ter empatia no relacionamento com o próximo. E isso vai muito além da educação no tratar. Em determinados momentos, basta apenas entender a situação e se colocar ao lado de quem precisa, mesmo em silêncio. O violão executado por Everton Menezes ajudou a manter o clima da canção na medida certa.

Eu Vou Viver surge com uma bateria bem marcada de ares oitentista a faixa, que segue um arranjo mais linear, e traz uma ministração enfática com um belo verso como "não colabore com seu próprio sepultamento". Em seguida, temos a participação da excelente Amanda Rodrigues na música Nas Mãos do Amor, com uma sonoridade leve e próxima do folk. Os vocais de Grulha e Rodrigues se encaixaram bem e a canção transmite uma sensação de calmaria.

Em sequência, No Alto e Olhando o Sol quase que se complementam com arranjos sutis e marcantes, com destaque para o dedilhado de guitarra de Everson Menezes e os elementos de teclado presentes nas duas faixas. Arranjos belíssimos de cordas e teclado pontuam o início da vulnerável Mais Perto, uma das mais intimistas do projeto. Não Me Olhe Assim e Santo contam com a participação de um coral e trazem uma atmosfera congregacional ao disco. Falem é uma das surpresas mais agradáveis até aqui, com influências soul e jazz, mais perceptíveis na parte final da música cheia de personalidade.

Thiago recebeu algumas reações negativas após sua declaração "morre alguém que, assim como eu, cantou o amor limitado por suas imperfeições" ao cantor Chorão do Charlie Brown Jr. Pra Eles e Pra Todo Mundo soa como uma homenagem ao cantor e a todos aqueles que apesar de não seguirem o cristianismo também são pessoas normais e especiais para o Pai. Nesta faixa, Baruk faz um dueto tocante com Thiago. Versos como "a gente é tão normal / a gente é tão igual / a gente quer viver" ecoam.

Num panorama geral, a produção do álbum, a cargo de Paulo César Baruk, é bem amarrada e segura. Provavelmente, pela duração de anos da parceria com Grulha em seus trabalhos, conhecendo, assim, os pontos mais fortes do intérprete e o tipo de sonoridade para o qual deve se direcionar. Thiago Grulha vai além da superficialidade em seus discursos e mostra-se um artista além da média geral. Em resumo, Tão Perto e eu não Vi é um registro grandioso.

Avaliação: ★★★★
Tão Perto e eu não Vi

(CD) 01/17


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Gledeson Frankly

Paulista, cristão e acadêmico em administração pela UNIFESP. Escreve para o Super Gospel desde 2017.


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