Análises
Ouvimos o novo disco do Livres - Só em Jesus. Confira nosso review

Mais um Dia foi um disco grandiosamente criativo, mas também sombrio, introspectivo e triste. Talvez as guitarras, mais evidenciadas em músicas mais aceleradas, abafavam as letras tão cheias de desespero e crise existencial. Mesmo assim, no mesmo trabalho, Juliano Son não se limitou a lamentos e deixou claro, especialmente nas duas últimas canções, quem seria o remédio para tanta dor. Só em Jesus, novo lançamento do grupo, dá a continuidade para este discurso e é a resposta para os questionamentos do projeto antecessor.
O álbum é centrado, basicamente, na mesma musicalidade que os tornaram conhecidos, mas fundindo, levemente, ganchos tipicamente mineiros, britânicos e eletrônicos sob a sonoridade. Se, no cenário cristão, a primeira banda a prestar tributo ao rock inglês foi o Resgate (1997), o Skank, lá no mainstream, fez em Cosmotron (2003) algo que seria seguido pelo Livres em 2015: fundir influências de Beatles e Clube da Esquina em alguns momentos. Claro que aqui e ali há explicitas (e desnecessárias) referências ao Coldplay, entretanto, a banda se mostra cada vez mais madura e esforçada em ter a identidade ideal de seu som.
A faixa de abertura, Vou Voar, é uma vitrine para toda a banda, especialmente Juliano Son, que, menos introvertido, abrilhanta a melhor e mais rica música do disco. A esperança se expande para as eletrônicas Salmo 23 e Porque Ele Vive (Amém). Trazendo lampejos de outros gêneros extra-rock, o disco causa, a princípio, estranhamento pela longa Espero em Ti, também se rende a faixas pouco ortodoxas, mas curiosas e inteligentes, como a dub Som da Trombeta. E o cover Vou Ficar Aqui consegue acrescentar substância à composição de Lucas Souza.
Mas os destaques, além do single, vão para as músicas que fecham o registro. Os hammonds e piano de Ruben di Souza se fazem (agradavelmente) presentes em Marcas, enquanto a questionadora Louco combina o groove da guitarra de Dyck Friesen com os versos mais fortes do disco. Consideravelmente agradável, o disco é um esforço parcialmente conceitual do Livres para Adorar, sem fugir da devoção pop de sua música. Não soa tão maduro quanto Mais um Dia, mas há faixas agradáveis e eficientes aqui e ali.
Nota: ★★★

Ouças as músicas e saiba mais sobre: Livres para adorar
Veja também no Super Gospel:
- Jonas Maciel lança o single "Estou de Pé" em parceria com cantora internacional
- Raquel Mello apresenta a canção "Deus Está Comigo" e revela desejo de lançar projeto infantil
- Projeto infantil prepara mês especial de Libras
- Ex-integrante do Raiz Coral, Riverson Vianna apresenta a canção “Não Há Outro”

Tiago Abreu
Jornalista formado pela Universidade Federal de Goiás (UFG), escreveu para o Super Gospel entre 2011 a 2019. É autor de várias resenhas críticas, artigos, notícias e entrevistas publicadas no portal, incluindo temas de atualidade e historiografia musical.
Comentários
Para comentar, é preciso estar logado.
Faça seu Login ou Cadastre-se
Se preferir você pode Entrar com Facebook
Em alta
- 1 Kuka Santos lança “Aleluia” e incentiva cristãos a adorar mesmo em meio ao sofrimento
- 2 Eric LeMarque, o homem que inspirou o filme, conta o que Deus realizou através do acidente
- 3 Entrevista: Walter Lopes
- 4 Artigo: 30 erros que o ministro de louvor NÃO pode cometer
- 5 Saiba quais são os 10 vídeos de música gospel mais assistidos no Youtube
Mais acessadas
Mais Destaques
Receba as novidades de música gospel diretamente no seu WhatsApp. Seja avisado sobre novos vídeos ou músicas.
Este é um serviço totalmente gratuito e você pode sair quando desejar.