Ouvimos o novo EP de Gabriela Rocha - Céu. Confira nosso review

Os fãs dos anos 2000 (e sua profusão de artistas que ainda estão em atividade no cenário congregacional hoje) podem até torcer o nariz para Gabriela Rocha. Porém, não mudará o fato de que, há alguns anos, a artista é o nome de maior popularidade no cenário evangélico em termos de louvor comunitário. E Céu, novo trabalho da artista pela Onimusic, confirma a safra pop-worship explorada pela intérprete nos materiais inéditos de Até Transbordar (2016).

O que sempre garantiu unidade na discografia de Gabriela é o repertório. Sua música já passou pelas mãos de Thalles, Jorginho e Daniela Araújo, mas foi nos auxílios de Hananiel Eduardo e André Aquino que a intérprete encontrou, em composições autorais, um caminho de identidade a seguir. Hananiel, em especial, é nome de expressão do novo cenário congregacional, e assinou produções recentes de Livres para Adorar, Chris Durán e Avivah. A direção musical e lírica, neste trabalho, envereda-se para canções de mover divino. Não há faixas de celebração, o que torna o registro uniforme. Lugar Secreto, carro-chefe que dá início ao EP, cria a atmosfera de contemplação que é desenvolvida nas demais faixas.

A dimensão etérea nos efeitos e sintetizadores, neste disco em especial, é mais desenvolvida que nos trabalhos anteriores de Gabriela. Céu, uma longa faixa, é dependente de um arranjo denso, focado nos teclados e na condução percussiva da bateria. Os tambores, inclusive, chamam a atenção no cover Eu Navegarei, executado bem à moda Gabriela Rocha: Interpretações firmes, sonoridade crescente e um curto período de dinâmicas ministrativas. Os períodos mais leves do álbum são concentrados em Santo Espírito e na balada Meu Coração É Teu / Pra Te Adorar. Céu é um EP que soma os elementos mais bem sucedidos da carreira de Gabriela e os potencializa na dimensão contemporânea do louvor congregacional.

Avaliação: 3,5/5

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