Análises
Ouvimos o primeiro disco do Palavrantiga pela Som Livre - Sobre o mesmo chão. Confira nossa opinião

Dois anos depois, agora num contrato artístico com a Som Livre, o Palavrantiga apresenta Sobre o Mesmo Chão, lançado em 5 de novembro. A banda, formada por Marcos Almeida, Lucas Fonseca, Felipe Vieira e Josias Alexandre, mais uma vez traz um disco com canções marcantes, no entanto, com uma abordagem menos homogênea que o trabalho anterior.
A primeira canção, carro chefe da obra é Sobre o Mesmo Chão, de autoria do vocalista e professor Marcos Almeida que também assina todas as demais faixas. Contando com uma introdução pulsante, riffs marcantes e uma interpretação elaborada, a canção se destaca pelo som percussivo do arranjo no refrão.
Outra faixa de destaque no trabalho é a segunda do disco, Sagrado. Possui uma letra bem articulada, trazendo declarações de alguém que deixou de ter seriedade nas coisas sagradas, chegando a achá-las hilárias em alguns momentos. Assim como a canção anterior, aqui o som da bateria destaca-se no arranjo da música, que promete ser uma dentre as de maior repercussão da obra.
O lado poético e ao mesmo tempo “diferente” do Palavrantiga foi notável em partes do disco Esperar é Caminhar, e em Sobre o Mesmo Chão enquadra-se em Branca, música que Marcos escreveu para sua esposa, Branca. Aqui o grupo procura evidenciar mais groove e brasilidade no arranjo.
De Manhã é uma das músicas que mais lembram o projeto anterior, composto por canções mais confessionais e de teor mais suave. E Rio Torto é de longe a melhor de toda a obra. Apesar de tantas canções falando sobre “rio” nos últimos anos, aqui o Palavrantiga faz uma abordagem completamente diferente e que ganha mais força com o arranjo de metais.
Uma das primeiras músicas do trabalho de conhecimento do público é Minha Menina. Contando com um riff agradável na introdução, a letra traz a prostituição como tema. Boa Nova, que possui uma agradável condução harmônica, segue a proposta ideológica que fez o grupo conhecido.
O ponto mais negativo do trabalho é Rookmaaker, uma regravação desnecessária. Uma das canções mais reflexivas do trabalho é Antes do Final, com uma letra poética enfatizando a importância de se praticar o perdão antes que seja tarde. Destaco aqui a sonoridade “abrasileirada” no final da faixa.
Meu Lar é outra música que busca este diálogo do britpop com arranjos e harmonias mais brasileiras, algo menos evidente na faixa de encerramento, Partiu, com uma melodia mais animada que as anteriores. O som das guitarras, da bateria e principalmente do baixo se destacam entre si. Mais uma vez a interpretação de Marcos Almeida é impecável.
O disco é menos coeso que Esperar é Caminhar. E, diferentemente do anterior, aqui o Palavrantiga busca alcançar novos ares e caminhos. É evidente nos arranjos e letras que o grupo não deseja se estereotipar como uma banda que faz rock com influências britânicas. Os versos confessionais deram espaço a mais críticas, poesias e até mesmo faixas sem fortes traços ideológicos, como "Branca".
Ouças as músicas e saiba mais sobre: Palavrantiga
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Tiago Abreu
Jornalista formado pela Universidade Federal de Goiás (UFG), escreveu para o Super Gospel entre 2011 a 2019. É autor de várias resenhas críticas, artigos, notícias e entrevistas publicadas no portal, incluindo temas de atualidade e historiografia musical.
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