Paulo C. Baruk lança novo álbum Lado Único. Confira análise

Baruk é, indiscutivelmente, um dos nomes mais versáteis do cenário evangélico. O cantor sabe muito bem fazer uma ponte entre passado e presente, e até seus projetos mais seguros, como o mais recente Piano e Voz, Amigos e Pertences 2 (2017) são impressionantes na simplicidade. Lado Único tem a intenção de retratar um pouco disso. É um projeto claramente congregacional pela sua condução ao vivo, mas também é excêntrico o suficiente para algumas de suas canções extrapolarem o formato.

Mas desde que Paulo César Baruk é Baruk, a ousadia também tem preço. Seu novo álbum tem momentos ótimos, como Toma o Teu Lugar, uma sequência quase natural do hit "Santo Espírito". Ao mesmo tempo, o repertório apresenta canções que definitivamente não funcionam com a temperatura comunitária do registro. É profundamente estranha a regravação de Pode Isso, Arnaldo?, um pop extremamente específico às eleições brasileiras de 2018 que tem tudo para envelhecer mal. Por outro lado, Seria Tão Bom, originalmente apresentada em 2017, teve seu clima intimista convertido a um pop rock bem encaixado com as inéditas do registro.

Baruk definitivamente é um artista multiforme, o que torna a ideia de Lado Único, produzido pelo próprio cantor, um projeto naturalmente modificado pela sua versatilidade musical. Mas não se iluda: Eu Clamo a Ti, com a participação do Sync 3, assim como as faixas sucessoras, são prejudicadas por uma edição pesada. Por isso, o título do projeto também pode ser entendido como a compressão extrema a qual todas estas canções estão submetidas pelas regras do loudness war, detalhe parcialmente compensado pela grandeza do repertório.

Avaliação: 3,5/5

Lado Único

(Álbum) 01/19

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