Relembramos o mais recente álbum de Ludmila Ferber - Pra Me Alegrar. Confira nosso review

Exatos cinco anos depois do lançamento de Pra Me Alegrar, o álbum continua por manter viva a força melancólica na ocasião de sua liberação em 23 de setembro de 2013. Ao mesmo tempo que Ludmila Ferber, como compositora e cantora, devotou grande parte de sua carreira a cantar sobre guerras humanas externas ("Nunca Pare de Lutar" e "Os Sonhos de Deus"), sua observação pendeu para um lado particular sutil. No disco, a relação é inversa: Ludmila afirma que é e está frágil. Bom Dia, Esperança é uma declaração de recomeço, a leve O Deserto Vale Ouro retoma dificuldades para uma maior valorização da vida e Pra Me Alegrar é um grito de socorro contra a traição – escrita por sua filha. A intensidade de seus versos projeta um trabalho difícil, dolorido, mas amansado pela produção musical de Sandro Domingues. Até Deus Está Contigo, mais acelerada, e Você Nasceu pra Ser Feliz, de temática motivacional, possuem uma estrutura e elementos devocionais. Isso permite com que o álbum seja encarado por seu viés intimista, mas também desfaz da roupagem fortemente profética dos discos mais famosos de Ferber.

Com isso, a obra corre o risco de tender a mensagens fáceis quando a cantora pretende injetar ânimo. Mas o importante é que até nestes momentos, como as finalizações O Avivamento Está Chegando e Se Deus É Por Nós, há uma consciência plena de um disco completo, algo nem sempre presente em outros trabalhos de Ludmila. Com isso, Amor e Amizade, tão específica, não foge completamente à obra, porque o registro, como um todo, caminha por um tom visceral. Pra Me Alegrar é, talvez, o disco mais honestamente pessoal da carreira de Ludmila Ferber em verbalizar as fragilidades e forças que constituem tudo o que se sabe da intérprete como ser humano.

Avaliação: 4/5

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