Análises

Ouvimos o novo disco de Fernanda Brum - Liberta-me. Confira nosso review

Jonatha Cardoso em 11/09/12 15213 visualizações
Com a produção sempre espetacular de Emerson Pinheiro, Liberta-me é o nono álbum de estúdio gravado por Fernanda Brum. Lançado pela gravadora MK Music, o álbum foi lançado no dia 23 de agosto de 2012.

A produção e as primeiras pré-audições começaram já em maio, com Emerson e Marina de Oliveira. Com o passar das semanas, a obra foi se produzindo e, em junho, foi finalizada. Desde o início, como o próprio Emerson falava, o tema do trabalho seria libertação: “A libertação atua em várias áreas da nossa vida, emocional, espiritual, física...” O anúncio do novo álbum da cantora aconteceu no início de julho, pelo Twitter da cantora, divulgando o nome do mesmo. Na ocasião, ela falou: “Só posso dizer que vocês vão amar esse novo trabalho. Está lindo e irá abençoar vidas” .

A partir disto, foi iniciado o projeto gráfico, mais uma vez assinado pela mineira Quartel Design – a mesma Belo Horizonte onde foram registradas as fotos para o álbum. Entretanto, foi feito algo diferente quanto à escolha do álbum; o público escolheu entre duas capas, exibidas no seu Twitter: uma em tons branco/creme, com algumas borboletas e pinturas à volta de Fernanda com roupas de couro pretas; a outra com tons verde e marrom, em um jardim com árvores, onde Fernanda aparecia sentada em um vestido branco, segurando uma gaiola, como se estivesse soltando borboletas.

O público escolheu a primeira capa – que você vê ao lado. Minha opinião sobre a capa é simples: o peso da música principal combina mais com o peso da primeira capa do que com a suavidade da segunda. A ideia da barra na diagonal, cortando o CD ao meio, foi criativa. No mais, uma excepcional produção da Quartel.

A divulgação do CD começou e no início de agosto a música de trabalho, Liberta-me, foi divulgada em lançada nas rádios do Rio de Janeiro. Agora, todos temos acesso à esse espetacular trabalho. Vamos a análise

Começamos exatamente com a faixa principal - Liberta-me, composta por Fernanda e pela cantora Arianne. A introdução, com a percussão leve e o peso das cordas, já mostra que a faixa é forte. Fernanda Brum sempre foi ótima em cantar músicas fortes, dando um peso e força maior à sua voz – o que é ótimo e é pouco explorado na música gospel. Nessa música não é diferente. O pré-coro começa a mostrar que o trio percussão + orquestra de cordas + voz torna essa como a melhor música do CD. Um backing vocal que aparece em alguns momentos, mas com qualidade, dá o toque perfeito com a voz de Fernanda. A letra, que fala sobre o nosso clamor a Deus para que nos liberte, fecha com perfeição. Espetacular!

Um arranjo que me lembra A tua glória faz e Enquanto eu chorava – ambos do álbum anterior, temos Cacos pelo chão, que é de Emerson. Dá pra notar o dedo dele no arranjo, que é leve no início, apenas no piano – combinado com a suavidade de Fernanda. A parada para vir o coro traz uma força muito forte no mesmo – aliás, o coro é lindo demais, não só na letra, mas na música principalmente: “Com o que restou, ergue outra vez; podes reconstruir com o que sobrou de mim”. Mais uma vez, as cordas (com destaque para a guitarra) e a percussão mostram uma música forte – principalmente no solo. É de arrepiar, sem dúvidas. Que música!

Sem introdução, mas com um início apenas no piano + voz – incluindo um efeito semelhante ao da música Jesus é o Caminho, de Heloísa Rosa, temos Tu me amas, de Cláudio Claro. É uma música diferente na sua letra – traz uma mensagem de Cristo à sua igreja, mas usando trechos de sua palavra nos evangelhos, inclusive com o coro “Tu me amas Simão? Me amas Simão? Me amas Simão Pedro?” Confesso que não gostei da percussão – aliás, pra mim, a música não precisava ter percussão, como no início da mesma. Destaque para o lindo solo de violino.

Nosso querido Luiz Arcanjo escreveu Um santuário cheio da tua glória, que é uma das mais lindas do CD – só de ler a letra eu chorei. Apenas no piano e no fundo leve, as duas estrofes se desenvolvem com ótima métrica – que desemboca no coro que é perfeito. Diferente das canções anteriores, a leveza da canção é o que se nota. A canção fala sobre que o maior santuário somos nós, vasos que devem derramar da glória de Deus nas nossas vidas. O jogo da voz com o backing é legal. Como estamos acostumados, um solo com peso da guitarra abrilhanta a bela canção.

Outra vez Cláudio escreve – dessa vez, Uma só voz, que é leve novamente, como na introdução. Fala sobre a unidade e a comunhão, que deve ter como foco um único Senhor e Salvador, que nos ajudará a vencer o mal. Se caracteriza por versos curtos, o que dinamiza a canção. Traz algo diferente, que é cantar toda a canção e, depois, cantá-la novamente em um tom maior. A combinação do piano + violinos é linda. Um arranjo diferente, com muita qualidade e leveza.

Deus mandou traz um estilo diferente para Fernanda Brum, com um pop rápido muito legal. A introdução da percussão e com metais é perfeita, e com as paradinhas dos metais, fica fantástica. A música é simples – até mesmo boa para cantar nas igrejas: “Deus mandou, vou jogar, minha rede sobre o mar; Deus mandou, vou plantar, vida nova brotará”. O backing nesse tipo de canção precisa demonstrar grande jogo de cintura e qualidade – e isso não faltou nessa canção. Uma faceta pouco vista por Fernanda, que mostrou que se sai muito, muito bem. O solo, no meio da canção, é típico dos grandes jazzes americanos. Fantástica!

Prosseguimos com Forte e poderoso, de Rodrigo Claro, que também é rápida. Uma introdução com uma guitarra forte, contrastando com os violinos e o piano, é muito interessante. As estrofes, bem leves, trazem a percussão e as vozes – já com o backing. O coro, igual a introdução é forte: “O nosso Deus é forte e poderoso, forte e poderoso, não conhece o que é perder”. Com direito a um rap do coro no meio da canção, ela fala que o nosso Deus é forte nas batalhas. Bela canção.

Emerson Pinheiro e Arianne são os autores de Nada pode me separar, que é uma canção rápida novamente. Uma introdução que combina uma percussão com quebradas e metais muito bem conduzidos, levam a uma estrofe curta, mas com arranjos e backings que dão outro nível. O coro traz de tudo um pouco: piano, cordas, metais, voz, e lá se vai. A música tem arranjos completamente diferentes, não só de Fernanda, mas do que ouvimos de novo esse ano. Em alguns momentos, me lembra até de Canaã, do CD Quebrantado coração.

Temos ainda Saindo do casulo, com o nosso grande Marcelo Manhãs. Uma percussão soft com o piano e violão, traz uma música um pouco acústica. Uma canção bem leve, que só ganha peso após o coro – mas nada que a deixe tão forte. Como as borboletas que estão na capa do CD, a música fala que nós precisamos romper nosso casulo e fortalecer nossas asas – asas da liberdade. Gosto do backing.

Prosseguindo: Razão do coração, da sua amiga Eyshila, traz as cordas na introdução, com alguns efeitos muito interessantes. Um grande exemplo de que a Fernanda também é ótima no seu timbre mais suave. Gosto da sequência de acordes do coro – pouco comum. A letra é muito boa: “Eu troco o meu pecado pela salvação, eu escolhi a vida abundante de Deus...”. Acho que em alguns momentos o backing apareceu um pouco mais do que a própria Fernanda. No mais, boa canção.

O trio de Fernanda, Emerson e Kleber Lucas compuseram Preciso de uma chance, que fala sobre o poder do toque nas vestes de Jesus – uma única chance de tocar lá. A letra me lembra um pouco o estilo petencostal. As caídas de notas são um toque a parte, mas o conjunto da obra – incluindo o backing muito bem colocado – faz a diferença nessa canção.

Dia feliz, de Cláudio, traz uma letra muito legal – podemos dizer que é até um poema. A interpretação de Fernanda Brum não deixa nada a desejar, a uma música que desvia um pouco do comum de ouvir dela. O solo de sax – que eu amo – é muito lindo. Com a condução pela percussão, com algumas quebradinhas, temos uma música nota 10 – sem contarmos com o backing, que foi mais leve, mas perfeito.

Fernanda e Emerson, com Tanto assim. Outra música suave, mas com uma letra pequena e simples. Um arranjo bem simples, básico, mas que mostra que o básico pode, sim, ser completo. A segunda vez da estrofe, com todos cantando, é muito bela. Quando ouvimos o coro, nos espantamos, pois é bem diferente da condução da música – inclusive nos acordes. Como diz a letra, nossos corações não entendem como pode Deus nos amar tanto assim... Muito linda.

Seja bem-vindo, com Geraldo Guimarães e Renato César, é, sem dúvida, uma das mais lindas do álbum, na sua letra, que convida o Espírito a estar conosco e nos conduzir em todos os momentos. Novamente, aparece a combinação da primeira parte mais suave e da segunda mais forte. O todo traz uma canção que é quase uma oração. Não sou muito fã do backing, mas é uma canção tocante.

Pra encerrar, Todo poderoso, com Fernanda e Emerson. É uma letra curta, simples, que fala sobre o seu poder e o arrebatamento. A música traz novamente o peso das músicas iniciais do álbum, incluindo as cordas – principalmente no coro. A ministração após o coro, é sensacional, de arrepiar – algo que a Fernanda é acostumada a fazer. O CD começou e terminou com uma música com peso e mostrando quem é Fernanda Brum.

Amados, eis o novo álbum de Fernanda. Sem dúvidas, não só pela qualidade do mesmo, mas também pela grande Fernanda Brum, uma das melhores cantoras do nosso meio. Notamos muitas coisas novas no CD, mas a bela voz e a produção excepcional de Emerson sempre estão no meio. Compre. Vale a pena ouvir!

Deus te abençoe!

@jonathacardoso
Liberta-me

(CD) 09/12


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Jonatha Cardoso

Gaúcho, é membro do Ministério Encontros de Fé, de Novo Hamburgo (RS). É músico, toca teclado e bateria. Mas sua paixão mesmo é ouvir... Adora Hillsong, Ron Kenoly, Don Moen, Marcos Witt e outros cantores tradicionais. Nas horas vagas inclusive gosta de compor canções. Trabalha na área de Tecnologia da Informação e, por isso, está sempre conectado nas Redes Sociais e em seu blog.


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