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Ouvimos o trabalho mais recente de Thalles - Essência. Confira nossa avaliação

Gledeson Frankly em 18/01/18 2205 visualizações
Não é novidade para ninguém que a vida e carreira de Thalles é marcada por sua megalomania. Difícil não nos lembrarmos do baita escândalo no meio evangélico causado após diversas declarações do artista mineiro ao afirmar que estaria “acima da média” em comparação a outros artistas porque só havia "fracos" no cenário gospel, dando a entender que partiria para o mainstream, onde a "concorrência" é maior.

É claro que as falas do cantor e suas aparentes pretensões não passaram despercebidas – ainda mais pelas convenções e discursos de "humildade" comuns do cenário evangélico – e por isso foi alvo de uma enxurrada de críticas. Dois anos depois, Thalles veio a público pedir perdão num vídeo gravado por meio de uma rede social. Nesse meio tempo, Thalles participou dos álbuns Daniel (2015) e Betel (2017) do Renascer Praise, chamando mais atenção do que o próprio grupo com o seu espírito de frontman, principalmente no primeiro registro, um equívoco que custou a quebra sequencial de trabalhos equilibrados da banda paulista.

Desta vez, em Essência, o mineiro deseja despir-se de todo o passado num disco cuja temática é voltada às suas experiências com Deus. Produzido por Fabio Aposan e pelo próprio cantor, o álbum autoral foi gravado no sítio de seu pai e traz uma atmosfera intimista que já pode ser sentida na faixa que abre o disco. Deus é por Nós contém uma mensagem de esperança em arranjos cintilantes apoiado pelos vocais corretos do cantor. O groove que marcou a carreira do compositor mineiro está presente em O Mundo só Precisa de Deus com bons sintetizadores e vocais interessantíssimos.

A Resposta é uma balada soul, conhecida por grande parte do público por ter sido o single do trabalho Daniel, do Renascer Praise. Além dela, também existem outras regravações, como Apenas Uma Ordem, Propósito, Cuida de Mim, Projeto Original e Haverá um Bom Futuro. Na intenção de fugir um pouco do arranjo anterior, esta última é conduzida pelo violão, mas perde a timidez em seu refrão um pouco mais explosivo para, em seguida, manter o ritmo suave.

Em alguns momentos, a fórmula soa cansativa, mas ainda assim não foge da proposta mais orgânica apresentada por Thalles em grande parte do álbum. Essência é um bom recomeço para a carreira do cantor, apesar de estar longe do arrasa-quarteirão Na Sala do Pai (2009). O principal destaque do projeto vai para a musicalidade aflorada de seu intérprete, vista na maior parte das faixas inéditas. As regravações, por outro lado, diminuem a força do projeto.

Avaliação: ★★★☆☆
Essência

(CD) 01/17


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Gledeson Frankly

Paulista, cristão e acadêmico em administração pela UNIFESP. Escreve para o Super Gospel desde 2017.


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